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Alemanha tem até viaturas Mercedes para caçar novos talentos
Na final da Copa do Mundo, Alemanha tem certeza que o futuro será ainda melhor
Acredite. A final da Copa do Mundo entre Alemanha e Argentina, neste domingo, pode ainda não ser o auge da reconstrução do futebol germânico. Galinha dos ovos de ouro, o Programa de Desenvolvimento de Talentos da Federação Alemã (DFB) é aperfeiçoado durante os anos. Os alemães, conforme disse o próprio Joachim Löw no sábado, creem que o futuro será ainda melhor.
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O otimismo cresce justamente na medida em que novas ferramentas são incorporadas ao trabalho. O marco zero é o ano 2000, mas as inovações seguem. A capacidade de achar todos os talentos até nas regiões mais afastadas aumentou há cinco anos. Em parceria da federação com a Mercedes-Benz, uma de suas patrocinadoras, o DFB Mobil (móvel) é uma espécie de clínica itinerante.
Ao todo, 30 viaturas foram disponibilizadas para três visitas em cada região por semana. Dentro de cada carro, quatro professores instruídos pela Federação Alemã conseguem chegar onde não haja um centro de treinamento oficial da DFB. Com todo o material de trabalho, eles transmitem a filosofia de jogo das seleções germânicas e procuram os talentos. Segundo dados oficiais, em cinco anos foram feitas 10 mil visitas. Um total de 500 mil pessoas foram atingidas pelo projeto.
Tudo isso, acredite, é só a parte menor de um trabalho gigantesco em maturação. Porque além das viaturas há um total de 366 centros de treinamento criados, financiados e administrados pela DFB para abranger a Alemanha do norte em Hamburgo ao sul em Munique. Desde crianças, os meninos praticam futebol por lá. Os melhores são convidados a morar por lá, mas têm o estudo assegurado. Treinadores também se formam: são mais de 1300.
Esse é o coração de um Programa de Desenvolvimento de Talentos que nasceu grande, mas segue em expansão. Em 2003, por exemplo, foi criado o Campeonato Alemão Sub-17. Já em 2007, também surgiu a edição do Alemão Sub-19. Os torneios (há Sub-15 e Sub-21) têm pontos corridos disputados por regiões e uma decisão nacional. É quando os jovens prodígios começam de fato a aparecer.
Obrigados a ter suas próprias academias de formação de jogadores, profissionais qualificados e a seguir toda a metodologia da Federação Alemã, os clubes também estão enquadrados por regras rígidas de sustentabilidade financeira. Assim, o aproveitamento de garotos nas equipes profissionais está assegurado, e o projeto se torna hermético. Ou seja, sem pontos vulneráveis.
Não é por acaso que a Alemanha joga sua segunda Copa do Mundo com média de idade abaixo dos 26 anos. Também não é por sorte que dois alemães, Müller e Podolski, tenham sido eleito os melhores jovens dos últimos Mundiais. Não foi por circunstâncias que Bayern de Munique e Borussia Dortmund decidiram a Liga dos Campeões de 2013. Nem é por detalhes que o Campeonato Alemão tem a melhor média de público do futebol mundial.
Nesta Copa, o jovem time de Joachim Löw é líder em passes trocados, gols marcados e campeão da simpatia e da inovação. A DFB está sempre disposta a quebrar paradigmas se isso valer a pena. Pela paz interior e pelo espírito coletivo, os jogadores fizeram aulas de ioga e até içaram velas em um passeio marítimo na Bahia. Por lá, se concentraram em grupos de seis jogadores.
Neste domingo, as finalizações de Thomas Müller e seus colegas podem até não se transformar em título e Lionel Messi colocar tudo por água abaixo. Mas, se o tetracampeonato vier, há uma certeza: não será uma obra do destino.
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