Aos 91 anos, morre polêmico ciclista italiano Fiorenzo Magni
Fiorenzo Magni, um dos maiores e mais polêmicos nomes da era de ouro do ciclismo italiano pós-guerra, morreu na sexta-feira aos 91 anos. O toscano, que há apenas uma semana lançou um livro sobre suas conquistas no esporte, venceu o Giro D'Italia em 1948, 1951 e 1955.
Magni, que se filiou ao Partido Nacional Fascista de Mussolini em 1943, era a "terceira via" da época de ouro do ciclismo italiano, em um tempo de rivalidades entre Gino Bartali e Fausto Coppi.
"É com grande pesar que a Associação Italiana de Ciclistas de Corrida Profissionais diz adeus a Fiorenzo Magni", afirmou o órgão em uma declaração. "Um grande campeão e homem, e um dos fundadores desta associação em 1946. Dizemos adeus com lágrimas nos olhos, agradecendo-o pelo que teve êxito em fazer".
O ciclista, que foi presidente da associação entre 1969 e 1982, talvez será mais lembrado por um extraordinário ato de coragem no Giro de 1956, quando quebrou a clavícula e continuou a corrida. Ele amarrou uma corda a sua bicicleta e, segurando-a com os dentes para lhe dar alavancagem na pedalada, terminou a corrida de forma surpreendente em segundo lugar na colocação geral.
Uma figura controversa, Magni foi acusado de trapacear em sua primeira vitória no Giro. Além disso, o italiano foi banido do ciclismo em 1946 e depois julgado por supostamente lutar contra partisanos durante o chamado "massacre de Valibona", na região da Toscana.
Ele negou ter participado dos assassinatos, apesar de ter admitido participar de uma milícia fascista. Magni, no entanto, foi absolvido das acusações.