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Árbitro precisa ter postura firme em semifinal, diz técnico da Alemanha

6 jul 2014 - 18h50
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- A atual seleção brasileira guarda pouca semelhança com os times mágicos do passado, e o treinador alemão Joachim Loew espera que o árbitro da semifinal da próxima terça-feira adote uma posição firme contra quaisquer tentativas de quebrar o ritmo do jogo.

Técnico da Alemanha, Joachim Loew, durante treino em Santo André (BA). 5/7/2014
Técnico da Alemanha, Joachim Loew, durante treino em Santo André (BA). 5/7/2014
Foto: Arnd Wiegmann / Reuters

"Eu assisti a Brasil e Colômbia e houve um incontável número de faltas por parte dos dois times, faltas nas quais os jogadores simplesmente pulavam nas costas dos outros para parar a jogada", disse Loew à televisão alemã.

"Não eram jogadores disputando a posse da bola. Eles simplesmente tentavam parar a jogada."

O Brasil cometeu 31 faltas contra a Colômbia em uma dilacerante disputa de quartas de final na última sexta. O árbitro Carlos Velasco, da Espanha, não deu nenhum cartão amarelo até o segundo tempo, depois que 41 faltas já haviam sido cometidas por ambos os times.

O colombiano James Rodríguez, artilheiro do torneio, foi bastante maltratado pelos meias brasileiros, ao passo que os donos da casa perderam Neymar para o restante do Mundial, depois que ele foi acertado pelas costas e teve uma vértebra fraturada.

Os jogadores alemães em toda a competição cometeram 57 faltas e receberam quatro cartões amarelos em cinco partidas. Já o Brasil teve 96 faltas assinaladas e 10 cartões amarelos.

"Tem muito pouco do tradicional estilo brasileiro de se jogar futebol, aquele jeito mágico que conhecemos tão bem", disse Loew em entrevista no centro de treinamento da seleção alemã na costa do nordeste brasileiro.

"Certemente o Brasil ainda tem bons valores. Mas estão jogando de uma maneira mais robusta que qualquer outro time aqui e têm tentando quebrar o estilo de jogo dos adversários desta forma."

"No final das contas, é o juiz quem define qual será a punição correta", disse Loew.

Para o treinador alemão, mesmo que o jogo fique muito físico, a Alemanha deve tomar cuidado.

"Esta competição está mostrando que nenhum time pode jogar com mentalidade muito ofensiva porque as defesas dispõem de muita força física para destruir os ataques", disse ele, acrescentando que a Alemanha deve jogar duro para dominar a posse de bola.

"O futebol bonito em si não será suficiente para ganhar", afirmou Loew, cuja equipe tem sido criticada na Alemanha por falta de brilho. "Temos que tomar as decisões certas."

Enquanto a nação anfitriã ainda se conforma com a perda de Neymar, na percepção de Loew o Brasil pode ser até mais perigoso sem ele.

"O Brasil sem Neymar será muito mais difícil de bater do que com ele", disse. "Eu preferiria que ele jogasse na terça-feira. É um jogador com um talento excepcional, mas seus companheiros de time irão correr ainda mais por ele agora."

Loew lembrou que passou por algo semelhante com a Alemanha na Copa de 2010, quando o capitão Michael Ballack desfalcou a seleção pouco antes do torneio. A Alemanha avançou para as semifinais, e acabou eliminada pela campeã Espanha.

"Já sabemos como é perder um jogador de enorme qualidade", afirmou. "O que acontece é que todo mundo entra em campo mais motivado e assume mais responsabilidade. O Brasil não é mais fraco sem Neymar."

(Por Erik Kirschbaum)

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