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Silencioso e longe de Maradona, Bilardo faz 3ª final de Copa

11 jul 2014 - 11h00
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Em 1991, Maradona foi preso na Argentina por porte de drogas e acabou solto com ajuda de Bilardo
Em 1991, Maradona foi preso na Argentina por porte de drogas e acabou solto com ajuda de Bilardo
Foto: AP

Gerente geral, Carlos Bilardo é hoje uma figura silenciosa na seleção da Argentina. Em seis semanas de mobilização para a Copa do Mundo, ele quase não deu declarações e acompanhou solitário os treinamentos. Sempre distante do campo, pouco apareceu. Nas entrevistas, raramente é mencionado, mas colocou sua experiência e seu pé quente a serviço do país mais uma vez.

Mais ou menos como Mário Jorge Lobo Zagallo para a Seleção Brasileira, Bilardo reaparece com a Argentina pela terceira em quatro finais da história. Treinador que melhor compreendeu e soube se aproveitar de Diego Maradona, hoje seu desafeto declarado, Carlos Bilardo foi campeão em 1986, vice em 1990 e agora exerce papel coordenativo aos 75 anos. 

Perto do futebol, Bilardo está longe de Maradona há três anos

Mesmo longe dos holofotes, ele não consegue ficar longe do futebol. Nas semanas anteriores à Copa do Mundo, Bilardo se dividia entre sua videoteca com 8500 jogos e em apresentar o programa semanal que tem em uma rádio argentina. Ali, sem tantas amarras, conta histórias antigas do futebol. Algumas, inclusive, também publicou em livro recente sobre 1986. São causos de quando até ensinava os jogadores da seleção a como proceder em aeroportos. 

Na Associação de Futebol Argentino, Bilardo muitas vezes mantém outro tipo de postura. Homem de confiança do presidente Julio Grondona, o gerente geral é apontado como o principal responsável pela acertada contratação de Alejandro Sabella. Por outro lado, também é o cabeça do projeto que reconduziu campeões de 1986 para as seleções de base. Os resultados desse movimento se mostraram desastrosos ao longo dos tempos. 

O principal escolhido nesse processo foi justamente Diego Maradona, o que gerou para Carlos Bilardo um rompimento que dificilmente será reparado. Treinador na África do Sul, Diego foi dispensado pela AFA e acusou a todos de traidores: Grondona, o substituto Sergio Batista e o próprio Bilardo.  

"Estou tranquilo, porque as famílias sabem o que aconteceu", disse o gerente geral em entrevista ao jornal La Nación. "Passamos muitas coisas juntos, então me sinto mal. Mas há que entender que Diego é assim. Eu não falo. Se ele fala de mim e eu falo dele, podemos fazer um livro cada um. Temos relação na seleção desde 1983", lembrou Bilardo.

Sabella é pupilo de Carlos Bilardo 

<p>Bilardo é diretorda seleção argentina e também esteve na Copa 2010</p>
Bilardo é diretorda seleção argentina e também esteve na Copa 2010
Foto: AP

A volta do campeão de 86 à AFA coincide ao acerto com Maradona. A ideia era ter alguém experiente para auxiliar o então novato treinador. Depois da Copa, Diego saiu, Bilardo ficou e sua decisão mais importante foi dar confiança a Grondona para que Sabella fosse o escolhido. A relação entre ambos também é antiga, desde a década de 80, e sempre se fortaleceu em La Plata.

Presente ao Mineirão na maior conquista de Sabella, a Copa Libertadores de 2009, Bilardo recebeu de presente o terno bege que era considerado o amuleto do treinador pelo Estudiantes. Hoje, na Copa do Mundo, o chefe diz que apenas responde a eventuais consultas do pupilo que tem se saído muito bem.

Na sua fuga estratégica dos holofotes, Carlos Bilardo só se permite abrir exceção no próximo domingo após enfrentar a Alemanha. "Na volta (olímpica), me colo e entro (em campo). Entro na fila e tchau", afirmou recentemente ao jornal Olé. "Quem vai dizer 'sai daí, Bilardo'? Esta vez quero tocá-la", diz sobre uma velha conhecida de 1986. 

Fonte: Terra
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