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Armstrong abre o jogo sobre doping e se torna grande vilão do ciclismo

27 dez 2013 - 18h14
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As suspeitas se tornaram cada vez maiores em 2012, e Lance Armstrong disse que desistia de se defender das acusações de doping, mas foi apenas em janeiro deste ano que o ciclista americano admitiu suas trapaças para se tornar multicampeão, derrubando um dos maiores mitos da história do esporte.

Em entrevista à apresentadora americana Oprah Winfrey, que foi ao ar nos dias 17 e 18 de janeiro, Armstrong admitiu ter se dopado durante toda a carreira e tomado todo tipo de substâncias proibidas para melhorar seu rendimento nos sete títulos do Tour de France que conquistou.

Na ocasião, o ex-atleta confirmou ter usado testosterona, cortisona e hormônio do crescimento humano, além de ter se submetido a transfusões de sangue para ocultar o doping.

A partir daí, Armstrong teve que lidar com as consequências. Ele já havia perdido os sete títulos do Tour, e ainda em janeiro teve que devolver a única medalha olímpica que tinha, o bronze obtido no contrarrelógio em Sydney, em 2000.

Além disso, o ex-ciclista perdeu milhões em patrocínio e ainda tem que arcar com o prejuízo de vários processos na justiça, incluindo um do Departamento de Justiça dos Estados Unidos por ter violado contrato com o serviço postal do país.

Outro grande ciclista dos anos 90 e 2000, o alemão Jan Ullrich também foi condenado por doping e perdeu o ouro na prova de estrada e a prata no contrarrelógio obtidos também em Sydney. No entanto, o vencedor do Tour de France de 1997 se recusou a devolver as medalhas.

"Essas medalhas pertencem a mim. Não entendo por que damos tanta importância a coisas que pertencem ao passado. As medalhas são minhas e quem quiser vê-las pode vir a minha casa", declarou Ullrich na época.

Por sua vez, o médico Eufemiano Fuentes foi condenado a um ano de prisão por crime contra a saúde pública em abril, no julgamento da chamada "Operação Puerto". Por outro lado, ele escapou qualquer condenação pelas acusações de ter liderado um esquema sistematizado de doping no ciclismo espanhol.

Dentro das competições, o britânico Chris Froome, de 28 anos, foi eleito Bicicleta de Ouro 2013, prêmio por uma temporada impecável, na qual o britânico de origem queniana deu poucas opções chances aos adversários.

Seu ápice foi a vitória no Tour de France, em que sucedeu o compatriota Bradley Wiggins de maneira incontestável. Froome vestiu a camisa amarela de líder da competição ainda na oitava etapa, e a partir daí nenhum concorrente conseguiu fazer frente a ele.

Único brasileiro no Tour, o catarinense Murilo Fischer foi décimo colocado na última etapa e ficou na 133ª posição na classificação geral. De volta às competições após uma suspensão de dois anos por doping, o espanhol Alberto Contador, bicampeão da prova, terminou em quarto.

No Giro d'Itália, em maio Vincenzo Nibali confirmou o favoritismo vencendo quatro etapas. O italiano também esteve perto do título da Volta da Espanha, de agosto a setembro, mas ficou com o vice-campeonato, a 37s do americano Chris Horner.

Já a Volta Ciclística do Uruguai teve dobradinha brasileira, com Cristian Egídio como vencedor e Murilo Ferraz como segundo colocado. Contudo, o resultado dos dois ficou em segundo plano depois da morte do uruguaio Marcelo Gracés durante a última etapa.

O guidão da bicicleta de Gracés quebrou, o ciclista de 37 anos perdeu o controle e foi atropelado pela moto de um dos seguranças da prova.

EFE   
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