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Armstrong e agência antidoping dos EUA divergem sobre investigação

27 jan 2013 - 11h49
(atualizado às 14h37)
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Um advogado de Lance Armstrong disse que o ciclista caído em desgraça não cumprirá o prazo dado pela Agência Antidoping dos EUA (USADA na sigla em inglês) para testemunhar sob juramento, e deu a entender que seu cliente preferiria participar de iniciativas internacionais para "arejar o ambiente".

Ex-ciclista Lance Armstrong diverge com agência americana
Ex-ciclista Lance Armstrong diverge com agência americana
Foto: Christinne Muschi / Reuters

Em uma carta à USADA datada de sexta-feira, o advogado Timothy Herman declarou que, se por um lado, o atleta está disposto a cooperar com a agência, por outro seu pedido para entrevistá-lo nas próximas duas semanas "não pode ser satisfeito".

Herman justificou mencionando compromissos pré-existentes. A USADA deu o prazo de 6 de fevereiro para Armstrong cooperar plenamente com sua investigação em troca da possível suspensão de seu afastamento definitivo do ciclismo, afirmou Travis Tygart, executivo-chefe da agência, no trecho de uma entrevista prevista para ir ao ar no programa "60 Minutes", da rede norte-americana CBS, neste domingo.

Após anos de negação, na semana passada Armstrong confessou, em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, ter usado drogas para melhorar o desempenho como artimanha para conquistar seu sete títulos na Volta da França. No ano passado, a USADA retirou todos os títulos de Armstrong e o qualificou de "trapaçeiro em série".

Em sua carta, Herman levantou dúvidas sobre o papel da USADA para livrar o ciclismo de drogas para melhorar o desempenho. Ele observou que "o ciclismo profissional é sobretudo um esporte europeu". Herman saudou o anúncio do Sindicato Internacional de Ciclismo, na sexta-feira, de que trabalhará com a Agência Mundial de Antidoping em uma investigação abrangente sobre o uso de drogas e se apoiará em um processo de "verdade e reconciliação".

"Como tal, gostaríamos de nos coordenarmos com o processo de verdade e reconciliação para examinar a cultura do doping no ciclismo no passado e arejar o ambiente, para que o ciclismo possa seguir adiante", escreveu Herman.

Na quarta-feira, William Bock III, conselheiro-geral da USADA, enviou a Herman uma carta dizendo que as confissões de Armstrong a Oprah "anularam qualquer possível obstáculo para sua cooperação com a USADA".

"Seu cliente tem muitas informações que são necessárias para limpar o ciclismo; está claro que chegou o momento de ele se reunir com a USADA e fornecer informações detalhadas sob juramento e oficialmente no tocante ao seu doping e a potenciais violações de regras antidoping de outros sobre as quais ele tenha conhecimento", escreveu Bock.

Armstrong, de 41 anos, afirmou a Oprah que o afastamento definitivo contra ele é uma "sentenção de morte".

Ele acrescentou não ter a ambição de voltar ao ciclismo profissional, mas que gostaria de competir em eventos atléticos.

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