Vice do Olimpia rebate Kalil e CBF: "não aceitamos fora do Mineirão"
Em entrevista exclusiva ao Terra, o vice-presidente Jorge Olmedo deixou evidente a postura do Olimpia: não aceitará atuar no Estádio Independência e exige que a determinação original da Conmebol seja cumprida. Ou seja, para a equipe paraguaia, o segundo jogo das finais da Copa Libertadores, marcado para o dia 24, deve ocorrer no Mineirão. A final se abre na próxima quarta, em Assunção.
“O Olimpia não aceita jogar fora do Mineirão. Não estamos de acordo que se mude a determinação da Conmebol”, reclamou Olmedo sobre os apelos do Atlético-MG e da CBF à Confederação Sul-Americana.
O impasse ocorre porque o regulamento da Conmebol exige capacidade mínima de 40 mil lugares para as duas finais. Maior estádio paraguaio, o Defensores Del Chaco comporta 36 mil torcedores, mas foi liberado pela Conmebol. Por isso é que Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, quer a finalíssima no Estádio Independência (25 mil) e não no Mineirão (65 mil).
“Nosso estádio recebe todas as partidas das Eliminatórias, é liberado pela Fifa. Ele comportava 45 mil pessoas, mas a Fifa pediu que colocassem poltronas e se reduziu para 36 mil”, argumenta Olmedo. “Em Belo Horizonte há um estádio maior que cumpre as exigências, aqui não. Nós não podemos jogar fora do País”, comparou.
Jorge Olmedo ainda exaltou o Defensores Del Chaco, estádio de grande história na Copa Libertadores, apesar da capacidade abaixo do exigido para as decisões da Libertadores. “Nosso estádio está habilitado por tradição e por regulamento. Nossa tradição é jogar aqui. Jogamos com Boca Juniors, com Colo-Colo, com Nacional de Medellín e com o São Caetano (final de 2002). O São Caetano jogou aqui e não teve problema”.
Em comunicado emitido na segunda-feira, a CBF confirmou ter feito a solicitação à Conmebol. “Assim como o Olimpia vai jogar na sua casa, o Defensores Del Chaco, que também não tem capacidade para 40 mil pessoas, o Atlético-MG tem o direito de exercer seu mando de campo”, avaliou Marin, presidente da entidade. Ele é aguardado em Assunção para acompanhar a final do torneio.
À Folha de S. Paulo, Kalil chegou a dizer “chega de roubalheira” e “se continuar essa bandalheira, é melhor os brasileiros não disputarem a Libertadores”. Para o presidente atleticano, “se o jogo for para o Mineirão, não tem regra. O regulamento está aqui e não está sendo respeitado”.