Atlético-PR conversa com torcedores e tenta acalmar cobrança
Diretoria esteve reunida com 12 sócios do clube no CT do Caju neste sábado
Na manhã deste sábado, 12 associados do Atlético-PR foram até o CT do Caju e se reuniram com dirigentes e funcionários do clube. O motivo: esclarecer algumas polêmicas e falhas no planejamento. O principal teor da conversa foi o funcionamento do Departamento de Informação do Futebol (DIF), que vem sendo bastante contestado pela mídia e pela torcida.
Entre os associados presentes, estava o jornalista Juliano Lorenz, que classificou o encontro como positivo. "Fomos apresentados ao DIF, que é um departamento de informação e não de inteligência, como se dizia", afirmou. Assim, a diretoria do Atlético-PR, representada pelo vice-presidente de futebol, Márcio Lara, e o gestor do DIF, Willian Thomaz, esclareceram o funcionamento do departamento, que segue quatro pilares: negócio, captação, formação e análise. Quase 50 pessoas trabalham juntamente ao setor reunindo dados, editando vídeos, analisando o mercado, observando atletas em todo o país (de 14 anos para cima). Essas informações são repassadas para as comissões técnicas das categorias sub-15, sub-17, sub-19, sub-23, além do time principal.
Com tudo isso é possível identificar a evolução e a correção de pontos fracos ano a ano. Agora, junto ao trabalho de coaching feito pela empresa Exos e pelo preparador físico Marcelo Martins, ex-Bayern de Munique-ALE, o DIF terá ainda mais importância no futebol atleticano. "Desmistificou muito a imagem que a torcida tem, já que o clube nunca informou qual a verdadeira função. O DIF até indica jogadores, mas quem contrata é a diretoria", disse o sócio rubro-negro. "O Bady, por exemplo, que é contestado pela torcida, é um atleta que sequer passou pelo departamento. Foi direto acertado pela direção", revelou.
Juliano Lorenz ainda disse que os dirigentes demonstraram que o DIF tem outras atribuições. "Assim ficou claro que é uma ferramenta, utilizada para compilar jogos e fazer análises dos adversários e passar informações ao treinador. Inclusive com lances em vídeo no intervalo da partida", ressaltou. Além disso, foi revelado que o foco do departamento não é o elenco principal. "Eles atuam desde o Sub-15. Assim o trabalho maior é nas categorias de base, na tentativa de institucionalizar uma maneira de jogar", completou Juliano Lorenz.
Uma nova conversa foi agendada já pelos participantes. Na pauta, os torcedores se encontraram com o vice-presidente de marketing e comunicação, Mauro Holzmann, para ver o rumo do departamento, também muito criticado pela torcida. A exploração econômica da Arena, naming rights e demais questões relacionadas ao setor serão os temas debatidos. O dirigente esteve no CT com os torcedores nesta manhã também.
Ano do futebol
O presidente Mario Celso Petraglia já admtiu que o discurso de que 2015 seria o "ano do futebol" foi adiado. Após prometer em novembro de 2014 e ratificar em abril que faria "um grande time", o dirigente reconheceu que não existe recursos em reunião do Conselho na segunda-feira, devido à reforma da Arena da Baixada. "Sobre futuras contratações, a resposta foi que dependerá do dinheiro em caixa. Imagino que a diretoria vai esperar até o último minuto da janela de transferências para ver o desempenho do time até agosto", comentou o jornalista.
Identificação com clube
Com foco nas categorias de base, usando a estrutura do CT, o time paranaense tem o costume de revelar jogadores. Em um ano, por exemplo, a venda de atletas do Atlético-PR rendeu milhões. Por isso, a diretoria tenta passar identificação do atleta com o clube. Ex-jogadores como Alessandro, Marcão (auxiliar técnico do sub-23) e Fabiano (auxiliar técnico do sub-19) participam de palestras periódicas com os garotos.
Erro no planejamento
No encontro, a diretoria rubro-negra reconheceu que o pífio início de ano, com a vexatória ida ao Torneio da Morte e a eliminação na segunda fase da Copa do Brasil, foi fruto de erros no planejamento. A entrada do time principal no Campeonato Paranaense, por exemplo, foi algo político. Diante do Foz, que apoiou o presidente reeleito Hélio Cury nas eleições da Federação Paranaense de Futebol (FFF), a direção decidiu usar os principais jogadores para vencê-lo. Acabou perdendo na Arena da Baixada.
"Como perdemos a partida, a bola de neve se criou e não conseguiram reverter a tragédia. William Thomaz ainda citou que a equipe perdeu condição física pelo excesso de jogos feitos em Marbella (na pré-temporada espanhola) e que a falta de confiança foi decisiva. Ou seja, admitiram a falha pífia no planejamento feito para 2015", comentou o jornalista.
Após demitir Claudinei Oliveira e Enderson Moreira, o Atlético-PR apostou em Milton Mendes. Fruto da parceria com a Ferroviária-SP, o treinador foi bem contestado em sua contratação. A explicação foi de que o técnico já era observado pelo DIF e o mau desempenho em campo antecipou sua vinda ao clube.