Alerta no PR: Atlético e Vasco se reencontram após barbárie

Atlético-PR e Vasco da Gama se reencontram neste sábado, às 22h, na Arena da Baixada, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, após um ano e meio da pancadaria em Joinville, entre as torcidas dos clubes. As autoridades, em alerta, têm a operação da partida já definida.

A primeira ação feita pela Polícia Militar (PM-PR) e a Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe) foi avisar a Força Jovem do Vasco a não comparecer no duelo. Proibida pela Justiça, com distância mínima de 5 km de qualquer praça esportiva, a organizada vascaína não gostou da determinação.

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“Telefonei para ele (Leandro Braga, presidente) e ficou indignado com a notificação, pois pensavam em vir para Curitiba. Caso não cumpram a determinação, vamos prendê-los em flagrante por descumprimento da ordem judicial”, avisou Clóvis Galvão, delegado da Demafe.

A revolta passa pelo pacto de paz feito em 2015. Em fevereiro deste ano, em encontro promovido pela Anatorg (Associação Nacional das Torcidas Organizadas) na Câmara Municipal de São Paulo, Os Fanáticos e Força Jovem estiveram com três representantes cada e garantiram que não teriam mais incidentes entre eles.

A ideia para o jogo desta noite, inclusive, era de fazer um gesto no meio do campo, com uma troca de flâmulas das torcidas no estádio rubro-negro. As conversas entre as torcidas foram feitas na semana passada, mas não será mais possível realizar essa ação.

Na operação para o duelo, policiais vão monitorar a estrada de acesso do Rio de Janeiro à Curitiba. Além disso, a entrada de Santa Catarina também será verificada, já que a Força Jovem possui integrantes no Estado, que normalmente comparecem em partidas na “redondeza”. Ainda haverá um reforço policial no entorno do estádio, terminais de ônibus, estações tubos e onde tiver concentração de torcedores, principalmente em bairros.

Impunidade

Dos 31 detidos e processados pela briga nas arquibancadas da Arena Joinville, apenas o torcedor cruz-maltino, Leone Mendes da Silva, que aparece em imagens com uma barra de ferro e agredindo um adversário caído na cabeça, corre o risco de ter uma pena grande. O integrante da Força Jovem passará por Júri Popular ainda em 2015. Do restante, a situação é bem tranquila.

Do lado rubro-negro, 15 dos 18 indiciados tiveram seus processos suspensos há quatro meses e passaram por reeducação em parceria com o Atlético-PR. Proibidos de frequentar jogos, os torcedores têm que se apresentar uma vez por mês no fórum de Justiça de Curitiba e não podem se ausentar da cidade por mais de 15 dias sem autorização judicial.  Além disso, os atleticanos não podem mudar de endereço sem aviso prévio e devem pagar as custas processuais. Caso não cumpram, o processo é reaberto.

O problema disso está na fiscalização. No início de abril, o processo foi transferido para a 1ª Vara Criminal de Joinville, no Juizado Especial Criminal. Com o sistema judiciário em greve há dois meses, ninguém tem o controle de cada caso. Entre os indiciados está Juliano Borghetti, ex-vereador de Curitiba e irmão da vice-governadora do Estado, Cida Borghetti.

Livres

Stevan Vieira da Silva e Salatiel Dias Lima devem estar presentes na Arena no jogo desta noite. Ambos não aceitaram o acordo judicial proposto e, há duas semanas, tiveram vitórias na Justiça. O primeiro caráter definitivo, enquanto o segundo conseguiu uma liminar.

Relembre

No dia 8 de dezembro de 2013, pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro, torcedores do Atlético-PR e Vasco da Gama paralisaram a partida aos 17min do primeiro tempo, quando estava 1 a 0 para a equipe paranaense, para brigar na arquibancada da Arena Joinville. O duelo ficou parado por uma hora.

Após muita confusão e com direito a helicóptero resgatar um torcedor ferido do Atlético-PR dentro do gramado, a partida foi reiniciada e terminou com vitória atleticana por 5 a 1. O resultado decretou a ida do clube rubro-negro para a Copa Libertadores e o rebaixamento vascaíno para a Série B.