Dupla Atletiba se alia para fortalecer futebol paranaense
Atlético-PR e Coritiba estão unidos em busca de crescimento no Brasil
Diretorias, comissões técnicas e jogadores de Atlético-PR e Coritiba protagonizaram uma cena histórica nesta quinta-feira, na sala de imprensa do Estádio Couto Pereira. Pedindo paz no clássico deste domingo, às 18h30, os representantes prometaram aumentar a união em busca do fortalecimento do futebol paranaense.
A cena foi única. Nunca aconteceu esse tipo de manifestação no Estado entre os dois maiores clubes de Curitiba. Em baixa no cenário nacional, mesmo estando na Série A, a dupla Atletiba está desde o ano passado fazendo ações conjuntas para melhorar o rendimento no Brasil. Melhores cotas de TV, negociação de patrocínios e ações de marketing estão sendo concretizadas.
Essa sintonia fora de campo, aliás, é inspirada em Internacional, Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG. Os quatro clubes, apesar da rivalidade forte dentro do gramado, mudam o tom quando precisam de melhorias em interesses.
Fora de campo, os times possuem títulos expressivos, e os mineiros, por exemplo, são os atuais campeões do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Técnico coxa-branca, Marquinhos Santos, aliás, lembrou que Santa Catarina tem quatro times na Série A e ultrapassou o nível técnico do Paranaense há anos.
"Nosso futebol não é mais local ou estadual. É nacional ou internacional. Não podemos continuar com a rivalidade impedindo o nosso crescimento. Temos de estar ligados para fazer o futebol que queremos", avaliou Mario Celso Petraglia, mandatário do Atlético-PR, que citou a goleada de 6 a 1 que o Atlético-MG sofreu para o rival Cruzeiro na última rodada da Série A 2011.
"Vemos a rivalidade no Rio Grande do Sul e Minas. Quando estávamos para não cair em 2011, o Cruzeiro, não posso provar, foi beneficiado, e a história está aí", completou.
Já Rogério Bacellar, presidente do Coritiba, entendeu que a meta inicial é garantir a força da dupla Atletiba, que depende uma da outra para sobreviver, para depois incluir o Paraná Clube. "O futebol daqui precisa de uma injeção de ânimo. Só com os dois clubes integrados podemos conseguir isso. Temos de levar o nosso futebol para todos os cantos do Estado, engrandecer os clubes. O Paraná, na hora certa, vai entrar junto", concluiu.
Na segunda, por exemplo, o trio de ferro de Curitiba pretende realizar uma coletiva em tom político primeiramente, pedindo o apoio para a eleição de Ricardo Gomyde, candidato à presidência da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Para os dirigentes dos três clubes, apenas a eleição de Gomyde é capaz de mudar o rumo do futebol paranaense.
Rusgas encerradas
O desentendimento entre as diretorias é antigo. O Estado sempre foi conhecido por atender o direito de cada um e não de um todo. O próprio Petraglia reconheceu que não ia ao Couto Pereira há anos, principalmente pelo anigo presidente Vilson Ribeiro de Andrade descumprir a promessa de emprestar o estádio durante as obras da Arena da Baixada. O mandatário rubro-negro elogiou o que viu, reconhecendo o erro ao deixar a rivalidade acima de tudo.
"Somos um pouco mais autofágicos em função da nossa visão pequena. Não é crítica. Eu me incluo também. Me sinto culpado. Atlético-PR não pode ser uma ilha. Coritiba não pode ser uma ilha. Temos de estar ligados para fazer o futebol que queremos", admitiu.
O dirigente alviverde expressou a mesma opinião e até citou casos antigos para justificar a nova aproximação. "No tempo do Roberto Gomes Pedrosa, um dos dois só jogava, e outro emprestava jogador. Era normal essa integração fora de campo. Nos últimos anos, as diretorias não se entenderam por uma maneira de gerir equivocadamente e criaram um ambiente hostil fora de campo que só traz briga e agressões", finalizou.