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Paulo André entende debandada para China: "Os clubes não estavam acostumados"

21 jan 2016 - 19h17
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Recém-contratado por empréstimo pelo Atlético Paranaense, Paulo André analisou a forte presença da China no mercado do futebol. Ele falou sobre o futebol chinês, a cultura local e questionou a visão dos clubes que veem a abordagem dos clubes do país asiático como antiética em entrevista para a rádio oficial do clube paranaense. Com conhecimento de causa, tendo morado por um ano em Shanghai, ele brincou: “O chinês é o paraguaio da Ásia, meio falsificado”.

Alguns dirigentes têm discordado da maneira com que os chineses abordam os jogadores brasileiro: indo falar direto com o atleta e não com o clube. O São Paulo chegou inclusive a enviar uma notificação à Fifa com o objetivo de barrar o que o clube considera ‘aliciamento’ de jogadores.

Paulo André enxerga a situação de outra forma, acredita que pagar a multa de rescisão faz parte do acordo assinado, portanto não há problema. “No fundo, quando você tem um contrato com uma multa de rescisão, pagar a multa é cumprir o contrato. Então não vejo nenhum erro ético nessa questão”, afirmou. “Os clubes brasileiros não estavam acostumados porque as multas são altas, só que os chineses têm dinheiro suficiente para pagá-las”, declarou o zagueiro.

Com a experiência de ter atuado durante o ano de 2014 no clube Shanghai Shenhua, ele disse ter ficado surpreso com a maneira do chinês se comportar no dia-a-dia. “Apesar de os chineses passarem a imagem que são trabalhadores extremamente dedicados, quando você convive com eles percebe que são muito malandros, buscam fazer o mínimo de esforço. Para mim foi uma surpresa, porque eu achei que era quase um modelo de exército, respeitando e cumprindo todas as funções. O chinês é o paraguaio da Ásia, meio falsificado”, comentou, com bom humor.

O questionamento dos atletas sobre irem jogar na China costuma ser sempre o mesmo: a questão financeira em oposição à perspectiva profissional. Paulo André deixou bem claro que a realidade lá é diferente ao cenário europeu: “Optar por ir jogar na China é abrir mão de algumas outras coisas. O sonho do jogador brasileiro era costumeiramente jogar na Europa, ganhar mercado e ser reconhecido mundialmente. Isso não acontece lá, mas financeiramente tem valido a pena”.

O nível do futebol, inclusive, é muito abaixo até do que existe pela América do Sul, segundo Paulo André. “O futebol ainda é atrasado. Lembra muito o futebol brasileiro dos anos 90: mais individual, não tão coletivo, sem respeitar muito as funções táticas”.

Nos últimos anos, os clubes chineses estão com intensa atuação no mercado brasileiro. Entre 2014 e 2016, o país asiático tirou mais de 30 jogadores do Brasil. Entre eles, Ricardo Goulart, do Cruzeiro, Diego Tardelli, do Atlético Mineiro, Robinho, do Santos, e Renato Augusto, Jadson, Ralf e Gil, do Corinthians.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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