Atletas italianos podem ser banidos por fraude no antidoping
26 atletas estão na mira da Agência Antidoping da Itália
Os escândalos de doping envolvendo o atletismo ganharam mais um cenário nesta semana. A Agência Antidoping da Itália (Nado) pediu a suspensão de 26 membros do atletismo por terem evitado dar amostras para testes de dopagem. Embora os atletas creditem o ocorrido a um erro administrativo dos eventos, a entidade solicita que estes sejam banidos por até dois anos – e perpetuamente proibidos de defender a seleção italiana.
O requerimento da Nado será julgada por uma corte especial do Comitê Olímpico Italiano (Coni) em fevereiro, de acordo com o jornal A Gazzetta dello Sport, mas não há previsão do anúncio da decisão. O caso veio à tona com a investigação Olympia, operação policial liderada responsável por levantar a possível fraude no sistema de controle de substâncias proibidas. Outros 39 atletas foram investigados, mas acabaram absolvidos.
Entre os 26 acusados, estão cinco atletas já classificados para as Olimpíadas do Rio de Janeiro. A lista incluiu grandes nomes do esporte, como o medalhista de bronze no salto triplo em Londres 2012, Fabrizio Donato, o vice-campeão mundial em salto à distância, Andrew Howe, e o campeão dos 50km da marcha atlética em Pequim 2008. Outros dez já se aposentaram, como é o caso do saltador com vara Giuseppe Gibilisco, bronze em Atenas 2004.
O caso é apenas mais um capítulo dos escândalos envolvendo doping nas federações de atletismo. Em novembro, a Rússia foi banida de competições internacionais e proibida de sediar torneios por tempo indeterminado, depois da divulgação de um relatório da Agência Internacional Antidoping (Wada). Os documentos acusavam a federação russa de praticar doping, subornar para ocultar resultados e destruir amostras no laboratório de Moscou – tudo com o respaldo do Ministério do Esporte da Rússia e do Serviço Federal de Segurança.
Além disso, o ex-presidente da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (Iaaf), Lamine Diack, foi preso há um mês, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema que escondia resultados de exames de dopagem. Durante seu governo, a entidade máxima do atletismo é suspeita de ter encobrido a grande maioria dos casos, tendo julgado ou punido apenas um terço dos atletas flagrados.