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Medicina do Esporte

Dor tardia passa e lesão limita o movimento; entenda

10 ago 2012 - 09h17
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É preciso interpretar os sinais que o corpo emite de que algo não vai bem e, durante o treinamento, saber diferenciar um incômodo comum após a corrida de um problema mais grave. "Todas as dores são resultados de processos inflamatórios. A prática de exercícios agride as células dos músculos, provocando uma adaptação aos esforços realizados. A diferença está na forma e na intensidade com que isso acontece, se ultrapassa os limites do corpo e acaba causando uma lesão ou não", explica Diego Leite de Barros, fisiologista do esporte do HCor (Hospital do Coração).

A dor muscular tardia começa geralmente no dia seguinte a uma corrida e atinge o pico no segundo ou terceiro dia depois do treino. No entanto, a sensação desaparece com repouso ou sessões regenerativas durante cinco a sete dias
A dor muscular tardia começa geralmente no dia seguinte a uma corrida e atinge o pico no segundo ou terceiro dia depois do treino. No entanto, a sensação desaparece com repouso ou sessões regenerativas durante cinco a sete dias
Foto: Shutterstock

A dor muscular tardia depois de um desgaste físico começa no dia seguinte a uma corrida e atinge o pico no segundo ou terceiro dia posterior a um treino exaustivo. No entanto, a sensação desaparece com repouso durante cinco a sete dias ou mesmo com a prática de atividade física em intensidade moderada ao longo desse período.

"Esse tipo de dor ocorre de um modo generalizado, ou seja, o corredor sente dor nas pernas como um todo ou em grupos musculares dos dois membros inferiores. Por exemplo, se a dor atinge os quadríceps (parte da frente da coxa), as duas pernas serão afetadas", afirma Henrique Cabrita, especialista em medicina esportiva e cirurgia do quadril e ortopedista do Instituto Vita, de São Paulo (SP). Ele ressalta ainda que a dor tardia não exige um tratamento específico, requer apenas um tempo dedicado ao descanso, sessões regenerativas ou até mesmo trabalhos aeróbicos de outras modalidades, como ciclismo ou natação, que solicitarão grupos musculares diferentes da corrida.

Barros ressalta ainda que a importância de não creditar essa dor tardia aos efeitos do ácido lático produzido durante os exercícios: "O ácido lático é eliminado dos músculos, no máximo, de 2h a 3h depois que o corredor terminou a atividade física. E os reflexos provocados por ele são sentidos apenas durante ou logo após o treino".

A lesão restringe a performance

Caso restrinja a capacidade de realizar algum movimento e persista mesmo durante uma caminhada ou depois do aquecimento antes do treino, a dor pode significar algo mais grave. As lesões musculares agudas ocorrem de modo abrupto, com repuxões, estalos ou distensões durante a corrida. Podem estar associadas ao aumento de velocidade, inclinação ou variação do tipo de terreno, assim como também são desencadeadas em provas exaustivas ou por conta do clima seco ou frio. "Pequenas lesões podem aparecer somente quando o corpo esfria, no mesmo dia da corrida, no dia seguinte ou apenas quando a pessoa voltar a treinar", diz Cabrita. Só um músculo costuma ser afetado e, ao alongar a perna, a dor piora sensivelmente.

Por outro lado, os problemas crônicos fazem com que os sintomas se prolonguem por mais de três semanas e o princípio, em geral, não é percebido (não há estalos nem distensões). Essa lesão não impede a corrida, mas piora o desempenho e impossibilita um aumento da velocidade ou da amplitude da passada. "É causada por erros de postura e de treinamento ou sobrecarga excessiva", pontua o ortopedista. Vale lembrar que uma lesão crônica, por exemplo, uma tendinite de Aquiles, pode levar à ruptura aguda de um tendão ou músculo. E, sejam agudas ou crônicas, as lesões musculares devem ser avaliadas e tratadas por um médico.

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Fonte: Terra
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