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Atletismo

Francis Kiprop e Vanessa Veiga ganham "maratona da solidariedade" em Madri

28 abr 2013 - 09h10
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O queniano Francis Kiprop venceu neste domingo a Maratona de Madri entre os homens com direito a recorde da prova (2h10min37s), e Vanessa Veiga obteve a primeira vitória espanhola em 15 anos na corrida, marcada nesta edição pela homenagem às vítimas de Boston e a campanha da cidade para sediar os Jogos Olímpicos de 2020.

Veiga, campeã nacional de maratona em 2011, superou a etíope Desta Girma Tadesse, vencedora em 2010 e 2011 da prova na capital espanhola, a apenas 50 metros da linha de chegada e venceu com um tempo de 2h36min38. Após completar a prova, foi recebida com beijos de seus três filhos.

A maratona começou às 9h locais com uma homenagem às vítimas dos atentados do dia 15 em Boston e um aceno ao Comitê Olímpico Internacional, que em Buenos Aires, no dia 27 de setembro, vai escolher a sede dos Jogos de 2020 entre as finalistas Madri, Tóquio e Istambul.

Com quatro graus de temperatura e uma sensação térmica ainda mais gelada, 26 mil corredores largaram da praça de Colón. A metade, com o objetivo de completar os 42.195 metros; o resto, para cobrir o percurso de suas respectivas provas paralelas - 10.000 metros ou a meia maratona.

Antes da largada, um membro da Brigada Paraquedista madrilenha desceu sobre a praça levando a bandeira da candidatura olímpica da cidade.

A prova começou prestando tributo às vítimas de Boston com um minuto de silêncio. Milhares de corredores usaram uma faixa preta em sinal de luto e, minutos antes da partida, em solidariedade com a cidade americana, fizeram com a mão o sinal da letra "B".

O triste episódio em Boston aumentou as medidas de segurança em Madri, uma cidade que no dia 11 de março de 2004 sofreu a marca do terrorismo em atentados que causaram a morte de 191 pessoas. Vários policiais se posicionaram em lugares estratégicos, e câmeras monitoravam as ruas para evitar outra tragédia, que felizmente não aconteceu.

Na corrida, a partir do quilômetro 31, Kiprop e Nickson Kurgat passaram a protagonizar um duelo queniano. O segundo abriu alguns metros de vantagem, mas seu compatriota, que foi o terceiro colocado em 2011, conhecia a dificuldade do último trecho e esperou o momento que considerou ideal para fazer o ataque.

A estratégia funcionou. Um pouco mais à frente, Kiprop alcançou Kurgat e cruzou a linha de chegada com um tempo recorde de 2h10min37s. Kurgat chegou 16 segundos atrás.

A prova feminina teve um desfecho inesperado. A etíope Dirma Tadesse marcou o ritmo desde o começo, mas não se distanciou o suficiente de Vanessa Veiga, que com a ajuda dos irmãos Rey - seu marido Julio, recordista espanhol, e seu cunhado Fernando - chegou aos últimos cinco quilômetros em condições de brigar pela vitória.

Tadesse, apesar de conhecer bem o percurso, sucumbiu no último quilômetro e viu Veiga vencer pela primeira vez a maratona madrilenha.

Depois de vencer, a espanhola foi recebida pelos filhos na linha de chegada. E em entrevista à Agência Efe, destacou o sucesso da prova, apesar de toda a preocupação com o risco de um novo atentado terrorista como o de Boston.

"Os terroristas estão lidando com gente muito valente, os corredores de maratona, que não vão consentir que semeiem o terror. O que houve em Boston pode acontecer em qualquer lugar, em qualquer praça ou supermercado. Eles querem semear o terror, mas não vamos deixar", declarou.

Sem conseguir esconder sua felicidade, Veiga comemorou com os três filhos, que a receberam na linha de chegada, e exaltou uma "vitória em família".

"Eu tinha a pior marca das participantes (de elite), mas tive duas lebres de luxo, meu marido e meu cunhado (Julio e Fernando Rey). Além disso, hoje é o aniversário do meu pai e do meu tio. Que melhor presente poderia ter?", afirmou.

EFE   
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