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Atletismo

Após "badalação", técnico vê Caldeira favorecido por foco em Marílson

31 dez 2010 - 10h34
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Depois de disputar as últimas três edições da Corrida Internacional de São Silvestre como protagonista, Franck Caldeira perdeu os holofotes para Marílson Gomes dos Santos em 2010. Para Alexandre Minardi, técnico do atleta no Cruzeiro, a situação pode ser benéfica.

Franck Caldeira (esq.) e Marílson Gomes dos Santos (ao centro) durante coletiva da São Silvestre
Franck Caldeira (esq.) e Marílson Gomes dos Santos (ao centro) durante coletiva da São Silvestre
Foto: Fernando Borges / Especial para Terra

"O Franck está mais descontraído. A partir de 2007, confesso que houve muita badalação e a imprensa cobrou demais. Nesse ano, ele está mais light e acho que tem tudo para fazer uma grande São Silvestre. Mas temos que ser realistas e saber que o favoritimos é todo dos africanos", disse Minardi.

Campeão da São Silvestre de 2006, Caldeira faturou a Maratona dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007 e passou a disputar a prova do último dia do ano como principal esperança do Brasil. Sem sucesso, ele abandonou em 2007 e 2008 e foi 23º no ano passado.

Campeão da São Silvestre em 2003 e 2005, Marílson Gomes dos Santos, de 33 anos, ganhou ainda mais prestígio, enquanto Caldeira entrava em decadência. Após quatro anos de ausência, ele resolveu voltar à tradicional prova do dia 31 de dezembro.

Para Minardi, a situação também é positiva para o próprio Marílson, que assume sem titubear o papel de favorito entre os brasileiros. "É um atleta que gosta de pressão e sabe como lidar com isso. É muito bom para ele e também vai ajudar bastante o Franck", declarou o treinador do Cruzeiro.

Na véspera da 86ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre, Franck Caldeira já pensa na próxima temporada e pretende mudar os rumos de sua carreira para voltar a fazer resultados expressivos.

"Tenho que fazer algumas correções. Englobei algumas provas na minha carreira muito cedo, como a Maratona, e isso trouxe um estresse grande, que atualmente me impede de acompanhar esses atletas tão rápidos nesse tipo de prova, como a São Silvestre", explicou.

Por outro lado, ele não descarta uma possível surpresa nesta sexta-feira. "Em 12 anos de atletismo, aprendi que não existe favorito em corridas. Nomes são para ser citados, mas é na prova que você mostra que pode brigar pelo título", declarou.

Aos 27 anos, Caldeira admite que rendeu abaixo do esperado nesta temporada e não esconde o abatimento pela morte da mãe. Por outro lado, também acredita que a maior atenção da mídia e do público em cima de Marílson pode favorecê-lo em termos de resultado.

"Estou mais pé no chão. Fico feliz por ter a presença de um brasileiro que pode ganhar a prova pela primeira vez desde 2006. Eu vou fazer igual mineiro: comer mingau quente pelas beiradas. Tiraram um pouco da minha responsabilidade e eu mesmo também tirei um pouco. Isso me deixa mais tranquilo", afirmou.

Diante da nova perspectiva, ele pretende mudar sua maneira de disputar a São Silvestre. "Não vou correr contra o (queniano James) Kipsang nem contra 15 africanos. Voltei às minhas origens de corredor e vou correr contra os meus limites. Quero fazer uma prova feliz e alegre, já que tive uma temporada frustrante", declarou.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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