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Atletismo

Pistorius continua em prisão preventiva; família declara que ele é inocente

15 fev 2013 - 16h13
(atualizado às 16h22)
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O atleta sul-africano Oscar Pistorius vai continuar em prisão preventiva até o dia 19 pelo suposto assassinato de sua namorada, segundo ditou hoje um juiz, enquanto sua família rejeita que o desportista seja autor do crime.

Vestido com roupas escuras, Pistorius compareceu pela primeira vez ao Tribunal da Magistratura de Pretória, onde começou a chorar desconsoladamente e tapou o rosto com as mãos em várias fases da audiência.

O advogado de Pistorius, Kenny Oldwage, reconheceu que seu cliente, acusado formalmente pelo assassinato de sua namorada, a modelo de 29 anos Reeva Steenkamp, está "traumatizado".

O juiz Desmond Nair decidiu adiar até a próxima terça-feira, dia 19, a decisão sobre se concede a Pistorius a liberdade pagando fiança solicitada pelo advogado do acusado.

A Promotoria, que antecipou que se oporá à liberdade por fiança para o atleta, já anunciou que o acusará formalmente de "assassinato premeditado".

O adiamento da audiência tinha sido solicitado pela defesa para preparar melhor o caso, e foi aceito pelo promotor, Gerrie Nel.

À espera que o juiz se pronuncie, Pistorius permanecerá detido na delegacia do Brooklyn, em Pretória, onde será tratado como um preso a mais, segundo confirmou à imprensa a Promotoria sul-africana.

"Aqui não há status de famosos", disse a porta-voz do órgão, Medupe Simasiku.

A primeira declaração de Pistorius ao tribunal despertou em Pretória uma enorme expectativa da mídia.

A irmã e o pai do desportista - que é conhecido como Blade Runner por causa da forma das próteses de carbono com as quais corre - estiveram presentes junto com o acusado na sala.

O corredor, de 26 anos, chegou ao tribunal em um veículo da Polícia, cobrindo o rosto com um jaqueta, enquanto vários jornalistas e fotógrafos o esperavam.

Vários amigos do desportista também participaram da audiência para apoiar Pistorius, que contou fora do tribunal com um pequeno grupo de fãs que quis animá-lo, segundo o jornal sul-africano "Mail and Guardian".

A família do atleta emitiu um comunicado no qual rejeitou "energicamente" que ele seja culpado do assassinato de sua namorada, e assegurou que o desportista quer transmitir "suas mais profundas condolências" à família de Reeva.

Segundo a nota, Pistorius agradece as mostras de apoio recebidas, mas pede que se concentrem na sua ex-namorada e em sua família após o fato, que classifica de "terrível tragédia".

Pistorius é o único suspeito do assassinato da modelo, cujo corpo foi encontrado na quinta-feira na casa de Pretória do atleta com quatro ferimentos à bala.

Vizinhos de Pistorius - que fez história nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 ao ser o primeiro atleta com as duas pernas amputadas a participar desse tipo de competição - falaram para a Polícia que ouviram gritos e discussões nos dias anteriores ao crime.

A imprensa sul-africana publicou de início que o atleta pôde ter disparado contra sua namorada ao confundi-la com um ladrão que entrou na casa.

A África do Sul é um dos países do mundo com maior índice de roubos de casas, e muitos sul-africanos guardam armas de fogo em casa contra possíveis assaltos.

No entanto, a Polícia tomou distância desta informação, ao assegurar que não tem pistas que apontem para essa confusão com um ladrão.

O corpo de Reeva, uma conhecida modelo sul-africana que tinha aparecido também em programas de televisão, será enviado hoje à cidade de Port Elizabeth, no sudeste da África do Sul, onde sua família vive e a jovem cresceu.

Um amigo de Reeva identificou o corpo nesta sexta-feira, informou a emissora de rádio "Eyewitness News".

Segundo fontes da investigação citadas pela rádio, Reeva foi baleada através da porta do banheiro, e uma bala a atingiu na cabeça.

A jovem, que morreu no local, foi achada pela Polícia com ferimentos na cabeça e na parte superior do corpo.

Considerado até há apenas dois dias um modelo unânime de superação e vontade, Oscar Pistorius enfrenta agora a indignação e a vergonha se não conseguir demonstrar sua inocência.

EFE   
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