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Atletismo

Polêmica da lei anti-gay da Rússia é um "problema inventado", diz ministro

18 ago 2013 - 11h55
(atualizado às 13h06)
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A controvérsia sobre a lei russa que bane a promoção do homossexualismo é um "problema inventado" e exagerado pela mídia ocidental, afirmou o ministro dos Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, neste domingo.

A lei, aprovada pelo parlamento em junho, proíbe "propagar relações sexuais não-tradicionais" e impõe multas a quem promover passeatas de orgulho gay.

Ela foi condenada por todos e ofuscou um pouco o Mundial de Atletismo de Moscou. A pergunta é se a lei vai valer para atletas e espectadores na Olimpíada de Inverno, em Sochi, na Rússia.

O Comitê Olímpico Internacional pediu esclarecimentos à Rússia e já houve algumas sugestões de boicote. Mutko disse a jornalistas antes da competição de atletismo que os críticos deveriam "se acalmar" porque os direitos de todos os atletas que competem em Sochi serão respeitados.

Neste domingo, antes do começo do último dia do torneio, ele disse que o debate contínuo foi "um problema inventado pela mídia ocidental".

"Não temos uma lei que bane relações sexuais não-tradicionais", disse. "A mídia ocidental se concentrou mais nessa lei do que na Rússia".

Críticos da lei defendem que ela efetivamente impede todas as paradas de direitos gays e poderia ser usada para processar qualquer um que declare apoio aos homossexuais.

Mutko disse que a inteção da lei é proteger as crianças russas. "Queremos proteger nossa geração mais jovem, que ainda não está fisicamente formada. É uma lei que protege os direitos das crianças, e não tem a intenção de impedir ninguém de fazer nada na sua vida privada", acrescentou.

Alguns atletas no Mundial falaram abertamente sobre a legislação, embora a russa Yelena Isinbayeva, campeã mundial de salto com vara, ter causado enorme polêmica quando disse em público que é a favor da lei e pareceu condenar o homossexualismo. Depois, voltou atrás e alegou ter sido mal-interpretada.

O americano Nick Symmonds, medalha de prata dos 800 metros rasos, disse que a lei está "atrasada", e a saltadora sueca Emma Green-Tregaro pintou as unhas com as cores do arco-íris em solidariedade ao movimento gay.

Quando foi avisada que isso poderia violar o código de conduta do esporte, Emma apareceu na final de sábado com as unhas pintadas de vermelho.

Mutko, sem citar a saltadora sueca, disse que espera que os atletas em Sochi apenas "pratiquem os seus esportes e não tenham tempo de fazer outras coisas". Ele reiterou que as vidas privadas dos atletas em Sochi estão seguras.

"Atletas russos, estrangeiros, convidados. Aqueles que vieram para Sochi terão direitos plenos e liberdade", disse. "Essa lei não tira os direitos de nenhum cidadão, atleta ou convidado".

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