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Atletismo

Presidente da IAAF afirma que não esconde doping de atletas

3 ago 2015 - 11h56
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O presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, garantiu nesta segunda-feira que a entidade não esconde os casos de doping de seus atletas, como denunciou um relatório divulgado pela emissora pública alemã "ARD" com o jornal britânico "Sunday Times".

"Por que nos silenciaríamos? Eu sempre disse que quando nossas punições forem questionadas, o esporte estará morto", declarou em entrevista publicada hoje pelo jornal francês "L'Équipe".

O relatório se baseia em uma lista de 12 mil exames antidoping, sobre um total de 5 mil atletas, correspondentes ao período entre 2001 e 2012 e contidos no banco de dados da IAAF.

De acordo com as análises, não houve medidas contra a maioria dos suspeitos, entre os quais se encontram campeões olímpicos e mundiais.

"Entre 2001 e 2012, tudo isso diz respeito à minha presidência. Se consideram que desses 5 mil atletas há 146 medalhistas com critérios duvidosos, me parece um pouco precoce", disse o senegalês.

Diack afirmou que a IAAF faz exames de sangue nos atletas desde 2001 "unicamente para efetuar controles urinários e detectar o consumo de EPO (eritropoietina, hormônio que eleva a quantidade de hemoglobina no sangue)", mas que a Agência Mundial Antidoping (AMA) só validou esses métodos em 2009.

O mandatário da federação informou que seu sistema de controle requer que três especialistas de diferentes campos cheguem à mesma conclusão.

"É possível que se dessem conta de que havia algo anormal, mas isso não basta. Para dizer que há um caso de doping são feitos diferentes controles, várias análises, para que se disponha de todos os dados", acrescentou o presidente da IAAF, que pôs em dúvida o rigor do relatório divulgado.

O senegalês alertou que a apuração jornalística pode terminar nos tribunais porque os repórteres tiveram acesso a dados confidenciais. Além disso, afirmou que não divulgará as análises mencionadas pela imprensa porque está sujeito a "uma obrigação de confidencialidade".

O dirigente também foi perguntado sobre a investigação da AMA e sobre a comissão de ética da IAAF, que apura, entre outros assuntos, acusações de corrupção feitas pelo jornal "The Guardian" contra seu próprio filho, Papa Massata Diack, suspeito de ter pedido US$ 5 milhões a Doha para organizar o Campeonato Mundial de Atletismo de 2017, que será realizado em Londres.

Diack lembrou que sua resposta foi a criação de uma comissão independente dirigida por "três altas personalidades" que trabalham com total liberdade.

"E para julgar o doping, recorreram a um gigante como Dick Pound (ex-presidente da AMA). Tenho confiança neles. Vieram a Mônaco, à sede da IAAF, e interrogaram quem quiseram.

EFE   
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