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Atletismo

Principal investigador do caso Pistorius é acusado de sete tentativas de homicídio

21 fev 2013 - 08h58
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A acusação contra Oscar Pistorius voltou a ser enfraquecida nesta quinta-feira com o anúncio de que o chefe dos investigadores do caso é acusado de sete tentativas de assassinato, no terceiro dia de audiências no tribunal de Pretória do atleta sul-africano acusado de matar sua namorada.

A audiência foi retomada nesta quinta-feira às 11h20 locais (6h20 de Brasília), mas a investigação policial parece cada vez mais questionada. A polícia confirmou que seu investigador, Hilton Botha, é acusado de tentativa de homicídio por ter atirado, em estado de embriaguez, contra um táxi para obrigá-lo a parar em 2009.

"Fomos informados ontem (quarta-feira) que as acusações de tentativa de assassinato foram restabelecidas contra Hilton Botha", declarou o porta-voz da polícia, Neville Malila.

Botha dirigiu a investigação na casa de Oscar Pistorius, o atleta paralímpico suspeito de ter assassinado sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, no dia 14 de fevereiro.

Segundo as informações disponíveis nesta quinta-feira, o oficial de polícia foi acusado após os incidentes de 2009, mas posteriormente o caso foi arquivado, sendo reaberto recentemente.

"Não entendo por que o caso foi reaberto. Só posso pensar que está relacionado com meu trabalho no caso Oscar Pistorius", reagiu Hilton Botha ao ser entrevistado pelo canal eNCA.

"Meu sangue jamais foi testado após o tiroteio, não estava bêbado", acrescentou, explicando que o táxi bloqueou a passagem do veículo da polícia quando estavam perseguindo criminosos.

"Até o momento" Botha permanece à frente do caso, indicou Malila, desmentindo uma informação da rádio EWN, que citou um representante da promotoria segundo o qual o investigador "não pode continuar com esta investigação".

Botha não estava presente no tribunal na manhã desta quinta-feira.

"Está no edifício do tribunal. Não quis estar presente conosco", lamentou o promotor Gerrie Nel.

A audiência foi suspensa pouco depois de ter começado para aguardar pelo investigador, cujo testemunho é essencial.

O advogado de Pistorius, Barry Roux, desestabilizou completamente na quarta-feira Hilton Botha quando apontou, um por um, todos os erros da investigação.

O brilhante contra-ataque do advogado deu a impressão ao público de que o caso apresentado pela acusação caía pouco a pouco. Pistorius pede para ser libertado sob fiança.

Roux criticou os investigadores porque não protegeram os pés para caminhar na cena do crime, por não terem verificado as ligações telefônicas do acusado e por não terem visto uma cápsula que caiu no vaso sanitário.

Pistorius afirma que matou sua namorada por acidente, ao confundi-la com um ladrão escondido no banheiro depois de ambos dormirem tranquilamente algumas horas antes.

O promotor informou na quarta-feira sobre uma forte briga entre o casal pouco antes do crime e citou uma testemunha que ouviu gritos e tiros, acrescentando que havia luz na casa de Pistorius, diferentemente do que declarou.

A promotoria acredita que ocorreu assassinato com premeditação. A audiência desta quinta-feira estava destinada às alegações da defesa e da acusação.

O juiz pode decidir na tarde desta quinta-feira ou, no mais tardar, na sexta-feira, se concederá a Pistorius a liberdade sob fiança.

O julgamento está previsto para daqui a vários meses. Mas a defesa já se prepara. A agência de relações públicas que trabalha para Pistorius reorganizou o site do atleta.

"Sua família tomou a decisão de dedicar seu site às últimas novidades (...) assim como às mensagens de apoio", explicou à AFP Janine Hills, diretora da Vuma Corporate Reputation Management.

A agência publicará dois comunicados por dia no site e levando em conta os fusos horários, revelando que o caso interessa ao mundo inteiro, de China aos Estados Unidos, explicou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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