Sem Pistorius, Mundial Paralímpico tem Brasil com sede de protagonismo
Neste sábado, a pista do Stade du Rhône começa a receber suas primeiras competições oficiais. É na manhã francesa, madrugada brasileira, que teve início o Mundial Paralímpico de Atletismo, que será disputado em Lyon até o dia 28. O evento conta com a presença de 101 nações e mais de mil atletas. Entretanto, o maior astro paralímpico de todos os tempos está ausente.
O biamputado Oscar Pistorius, dono de seis ouros em Jogos Paralímpicos, está afastado das competições por conta da acusação de assassinato contra a própria namorada. A modelo Reeva Steenkamp foi alveja por três tiros disparados pelo esportista sul-africano, que alegou ter cometido o crime por acidente, acreditando que seria um invasor em sua casa.
Mesmo fora do Mundial, o nome de Pistorius é facilmente lembrado e citado em conversas entre atletas, treinadores e jornalistas. Oficialmente, entretanto, o discurso é de que o sul-africano não fará falta.
"Com ou sem Pistorius fica a mesma coisa. Hoje tem grandes atletas na categoria. O Pistorius não vai interferir em nada. Ele é apenas um atleta como os outros. Para mim, não importa se está ou se não está", afirmou Alan Fonteles, campeão paralímpico dos 200 m na categoria T44 em final que contou com a presença de Pistorius.
Fonteles é um dos principais nomes do Brasil, que mira ter desempenho convincente no Mundial de Lyon. Além do paraense, a equipe brasileira conta com atletas de expressão, como Terezinha Guilhermina, Lucas Prado e Yohansson Nascimento.
A meta oficial do Brasil, que veio a Lyon com 35 atletas, é repetir o bom desempenho do Mundial de 2011, disputado em Christchurch, na Nova Zelândia, quando a equipe brasileira ficou na terceira colocação geral. Nos Jogos de Londres, o resultado também foi positivo: sétimo lugar. A previsão é que, em 2016, na Paralimpíada do Rio de Janeiro, seja possível uma quinta posição.
"Temos dez atletas estreantes, e isso é muito bom. É um momento de renovação. Temos nossos medalhões, como o Alan e a Terezinha, mas estamos passando por esse processo de transição", contou Ciro Winckler, coordenador técnico do Brasil, que não se preocupa com a possibilidade de contar com uma equipe muito nova na Paralimpíada do Rio. "Os Jogos do Rio virão e passarão. Estamos criando um legado", disse.
*O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro.