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A um passo da F1, brasileiro quer incomodar jovem promessa da Red Bull

Titular da tradicional Ardem na World Series by Renault, Pietro Fantin corre para chegar à elite do automobilismo em 2015. O primeiro obstáculo, porém, está em sua própria equipe: o português António Félix da Costa

25 abr 2013 - 08h01
(atualizado às 08h01)
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Com a temporada da GP2 no começo, muitos olhos do automobilismo se voltam para a categoria em busca de pilotos que possam subir para a Fórmula 1 em 2014. No entanto, paralela à categoria que substituiu a custosa Fórmula 3000, outros tantos olhares se direcionam para uma “rival”, a World Series by Renault, que igualmente forma nomes que buscam espaço na elite do automobilismo mundial. E o Brasil conta com um nome de destaque na WSR: Pietro Fantin, que debuta na disputa em 2013.

Fantin compete na Formula Renault 3.5 Series, a principal das categorias de monopostos que formam a World Series. Em seu primeiro ano na competição, o paranaense corre na tradicional equipe Arden, que revelou nomes como Björn Wierdheim (campeão da F3000 com o time em 2003), Vitantonio Liuzzi, Robert Doornbos, Heikki Kovalainen, Bruno Senna, Sébastien Buemi, Sérgio Perez e Luiz Razia. De quebra, tem a seu lado a principal atração da WSR em 2013: o português António Félix da Costa, muito cotado como a próxima promessa da Red Bull para a Fórmula 1.

<p>Com o apoio da Caterham, Pietro Fantin divide a equipe Arden com a aposta portuguesa da Red Bull, António Félix da Costa</p>
Com o apoio da Caterham, Pietro Fantin divide a equipe Arden com a aposta portuguesa da Red Bull, António Félix da Costa
Foto: Paolo Pellegrini / Divulgação

A companhia de Félix da Costa na Arden, entretanto, não assusta Pietro – pelo contrário. “Com certeza, ele é um dos melhores pilotos do mundo hoje em dia, e vai ser também no futuro. Ele é muito rápido, carismático... Ele é completo. É o segundo ano dele (na WRS), então vai ser um ano de aprendizado com ele”, diz o brasileiro em entrevista ao Terra, apontando o português como principal favorito ao título, mas elevando seu próprio nível de exigência. “É claro que o objetivo é andar na frente dele o quando antes”, completou.

Por enquanto, os primeiros passos de Fantin na categoria animam. Na primeira rodada dupla do ano, em Monza (Itália), conquistou um sétimo lugar na segunda corrida e somou seus primeiros seis pontos. Ainda assim, teve problemas de adaptação justamente com o regulamento da nova categoria – no primeiro dos dois treinos de classificação, perdeu a volta rápida que fez por conta de uma bandeira amarela no circuito, caindo da sétimo para a 17ª colocação no grid de largada. Mas mesmo com essa punição inicial, mostra-se otimista com a disputa, justamente pensando no último degrau antes da Fórmula 1.

“O carro, para começar, é completamente diferente (da F3 britânica, sua última categoria). É o dobro de potência, de força aerodinâmica. É muito próximo de Fórmula 1 já”, comparou, deixando a GP2 em segundo plano no caminho para a F1. “Fiz dois anos de Fórmula 3. O plano sempre foi mais ou menos esse: ir para a World Series, não para a GP2. A gente sabia que o carro (da WRS) ia mudar. Graças a Deus, consegui agregar os patrocinadores. O plano é fazer dois anos de World Series”, completou, pensando em dar o próximo passo em 2015.

Confira a entrevista de Pietro Fantin ao Terra:

Terra – Que tal a estreia na World Series?

Pietro Fantin - Saí muito feliz por ser a primeira corrida. Na primeira corrida, furou um pneu e a gente largou dos boxes. Na segunda corrida, fiquei em sétimo. Para mim, foi um fim de semana muito bom. Atingi meu objetivo. Foi uma pena, na primeira corrida, ter furado o pneu, e ainda tomei uma punição. Caí de sétimo para 17º. Foi bom. O mais importante é conhecer a capacidade que a gente tem e melhorar a pilotagem.

Terra – A adaptação ao carro tem sido diferente do que você passou em outras categorias?

Fantin - O carro, para começar, é completamente diferente (da Fórmula 3 britânica, pela qual correu em 2011 e 2012). É o dobro de potência, de força aerodinâmica. É muito próximo de Fórmula 1 já. Fora isso, o campeonato tem uma regra que eu não sabia, da bandeira amarela (no treino), de ter a melhor volta retirada. Não sabia. O campeonato é muito bom, muito competitivo. Os motores da Renault são bem parecidos, então é um campeonato justo. Uma equipe é um pouco melhor que a outra, mas são todas muito próximas, diferente do que acontece na Fórmula 1 ou da Fórmula 3. Por enquanto, o nível competitivo é altíssimo, até mais do que na GP2. Quero andar com os melhores.

<p>Segundo Fantin, meta após a F3 era chegar à WRS e correr na categoria por dois anos; GP2 foi preterida por brasileiro</p>
Segundo Fantin, meta após a F3 era chegar à WRS e correr na categoria por dois anos; GP2 foi preterida por brasileiro
Foto: Dutch Photo Agency / Divulgação
Terra – Para quem olha de fora, a impressão que se passa é que a GP2 é a única porta de entrada de jovens pilotos para a F1. Como você chegou à WSR?

Fantin - Fiz dois anos de Fórmula 3. O plano sempre foi mais ou menos esse: ir para a World Series, não para a GP2. A gente sabia que o carro (da WRS) ia mudar. Graças a Deus, consegui agregar os patrocinadores. O plano é fazer dois anos de World Series. Estou gastando do campeonato. Estou gostando na pista.

Terra – Você sente alguma rivalidade, uma concorrência entre GP2 e World Series? Dá para comparar?

Fantin - Ela (GP2) sempre anda com a Fórmula 1 (os calendários são paralelos), mas acho a World Series um campeonato mais completo. Tem mais treinos – a GP2 tem um treino por fim de semana. A gente tem duas corridas, dois qualifyings. O custo é menor, e o carro é mais rápido também. Em Barcelona, o carro é 1s mais rápido que a GP2. A GP2 tem dois pontos positivos principais: anda junto com a Fórmula 1, então você está no ambiente e vai conhecendo o pessoal, e os pneus (Pirelli) são muito próximos da Fórmula 1. O pneu Michelin é constante, ele dura bastante na World Series, não tem isso de salvar.

<p>Brasileiro comemora associação de imagem com a Caterham</p>
Brasileiro comemora associação de imagem com a Caterham
Foto: Paolo Pellegrini / Divulgação
Terra – Você é companheiro de equipe do António Félix da Costa, um piloto que tem o apoio da Red Bull e que é muito cotado para subir à Fórmula 1. Como tem sido esse início de convivência com ele na Arden?

Fantin - Eu conhecia ele de antes já, sabia da capacidade dele, que ele é rápido. Com certeza, ele é um dos melhores pilotos do mundo hoje em dia, e vai ser também no futuro. Ele é muito rápido, carismático... Ele é completo. É o segundo ano dele (na WRS), então vai ser um ano de aprendizado com ele. Claro que o objetivo é andar na frente dele o quanto antes. Mas todo mundo vê, não tem uma corrida em que ele não vai ao pódio - se acontecer, algo deu errado. Acho que ele é o mais cotado para o campeonato. Acho que vai ser o último ano dele, então quero sugar o máximo possível dele.

Terra – Na sua chegada à WRS, você corre por uma equipe tradicional como a Arden e com o suporte da Caterham. Que tal até agora?

Fantin - A Caterham, até agora... Na realidade, não sou piloto que eles ajudam. Me pediram. Um carro (da Arden) tem que ser Caterham. Para mim, é bom me vincular a Caterham comigo. Pode ser que uma pessoa da Caterham vá ver. Quem sabe um bom trabalho não abra uma oportunidade na Fórmula 1. Estou com as cores da Caterham, já conheci a fábrica, são muito gentis, muitos legais. Se eu fizer meu trabalho bem feito, eles podem continuar com a parceria.

Terra – Falando nisso: já recebeu algum convites da Fórmula 1? Alguma equipe já conversou com você?

Fantin -

Por enquanto, não. Acabei de sair da Fórmula 3, no primeiro ano de World Series. Eles esperam o primeiro ano para ver como é que vai. Minha Fórmula 1 hoje é a Arden Caterham, a World Series. Tenho que fazer meu trabalho antes. No fim do dia, se aparecer, ótimo, eu sei que dei meu máximo. Não adianta falar: ‘putz, isso podia acontecer’. Vamos para a próxima etapa.

Fonte: Terra
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