B. Senna volta para corrida de 6h em SP e promete ir bem em "decisão"
Depois de três anos como coadjuvante na Fórmula 1, Bruno Senna "achou" uma categoria em que é um dos principais pilotos. Adaptado ao Mundial de Endurance, que tem corridas mais longas e carros de turismo, ele confia que aproveitará o bom momento para se destacar em uma etapa especial, a "6 horas de São Paulo", que acontecerá no autódromo de Interlagos a partir do dia 30 de agosto. E é fundamental que Bruno realmente consiga ir bem para continuar na disputa pelo título.
Ele já estreou no Mundial com vitória, em Silverstone, na Inglaterra. Depois voltou para o pódio, em segundo lugar, na Bélgica. Era tudo que precisava para ganhar confiança, mas então vieram momentos tristes nas 24 horas de Le Mans, umas das provas mais tradicionais e difíceis do automobilismo mundial.
A equipe de Bruno Senna até conquistou a pole position pela terceira vez seguida e fazia uma boa corrida, mas acidentes com outros pilotos da equipe atrapalharam. Um deles, o dinamarquês Allan Simonsen, morreu no hospital por causa do impacto. Além do sofrimento emocional, Bruno ainda teve que lidar com a frustração de perder a liderança.
Como a pontuação de Le Mans vale o dobro, agora o brasileiro está apenas em sexto lugar. Ou seja, a recuperação tem que vir na "decisão" em São Paulo: "agora estou atrás e temos que correr para recuperar o prejuízo. Temos que ganhar essa corrida e quem sabe a de Austin (nos Estados Unidos) também", analisou ele, citando a etapa que ocorrerá após a passagem por São Paulo.
Pelo menos a confiança do sobrinho de Ayrton Senna está em alta: "tenho ido super bem e não vejo motivo pra não ir bem em Interlagos. A Porsche está muito forte, e a pista de Interlagos ajuda bastante o carro deles em termos de tração. Mas nosso carro, com motor dianteiro, também pode ter uma vantagem boa", analisou ele, antes de completar com mais empolgação por voltar ao Brasil: "estou super animado para correr pela primeira vez dentro de casa sem ser na Fórmula 1".
Além de estar em uma categoria na qual pode ser mais competitivo, Bruno sempre elogia o bom ambiente do Mundial de Endurance, totalmente ao contrário do clima hostil nos bastidores da Fórmula 1. Desta vez ele destacou o contato que tem tido com outros pilotos que saíram recentemente da principal categoria do automobilismo.
"A gente sempre se encontra e bate um papo. Eu fui para o pódio com o Kobayashi e ele veio conversar comigo, perguntar sobre o carro, se a gente estava sobrando ou no limte. É muito tranquilo". Além do japonês, o Mundial tem ainda Giancarlo Fisichella, Nick Heidfeld e até um outro brasileiro que também tem chamado atenção: "o Lucas di Grassi está com uma super boa chance na Audi, foi bem em Le Mans (ficou em terceiro lugar) e está deixando uma ótima impressão", destacou Bruno, provando que realmente críticas e provocações ficam para a Fórmula 1.
O repórter viajou a convite da Gillette