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Cacá Bueno retruca dirigente e acusa CBA de desleixo

6 abr 2011 - 12h36
(atualizado às 13h18)
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O piloto Cacá Bueno, da equipe Red Bull de Stock Car, voltou a público para criticar o diretor de prova da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Sergio Berti, que teria desqualificado suas opiniões sobre a segurança do circuito de Interlagos, acusando-o de usar declarações feitas pelo dirigente a Cacá, quando falou que as mudanças de segurança no automobilismo seriam feitas apenas após os acidentes. Por isso, o dirigente classificou as afirmações de Cacá como "declarações mentirosas", além de chamar Thiago Camilo de infantil, por também criticá-lo.

O acidente gerou comentários de Bueno e de outros pilotos referentes à necessidade de mudança do Autódromo de Interlagos pela CBA, prontamente recebidos por Berti com uma declaração de que os pilotos precisariam entender que se tratava de um esporte de risco.

De acordo com Bueno, os pilotos responderam a seguir que a não-alteração dos dispositivos de segurança do circuito poderia ocasionar mais acidentes, o que teria gerado a ira do diretor de prova da CBA. Na carta, Cacá reafirma o diálogo com Berti, acusa a CBA de pouca consideração às questões de segurança do automobilismo no Brasil e o dirigente de falta de respeito e preparo para dirigir a Stock Car.

Confira a íntegra da carta publicada pela Red Bull, a pedido de Cacá Bueno:

"Venho por meio desta contestar a declaração do Sr. Sergio Berti, Diretor de Prova da CBA, que em entrevista ao site Grande Premio alegou que eu havia tirado de contexto suas afirmações feitas na sexta-feira (1/4), durante o briefing da 2ª etapa da Copa Caixa Stock Car 2011.

Nesse briefing, após haver sido solicitado pelos pilotos mudanças no regulamento do reabastecimento e da largada por questões de segurança, o diretor Sergio Berti falou "que os pilotos tinham de ter consciência de que o automobilismo é um esporte de risco".

Surpresos com tal declaração, os pilotos falaram que a não-mudança desses itens do regulamento poderia ocasionar acidentes graves, pondo em risco a segurança nossa e dos mecânicos que trabalham no reabastecimento. Nesse momento, o diretor de prova Sergio Berti afirmou, sim, que "no automobilismo as mudanças são feitas apenas após os acidentes".

O fato da declaração do diretor Berti ter adquirido uma estatura muito maior dois dias depois, após o trágico acidente com o piloto Gustavo Sondermann na prova da Copa Montana no domingo (3/4), não desfaz o fato de que essa declaração simboliza a pouca consideração que é dada pela CBA às reivindicações e sugestões dos pilotos no que tange às questões de segurança nas competições automobilísticas em nosso país.

Minha intenção não é alimentar uma discussão em público com a CBA ou com o diretor de Prova Sergio Berti, mas, ao alegar ao site Grande Premio que eu dei uma "declaração mentirosa" e também que a atitude do piloto Thiago Camilo é "infantil", quando ambos exigimos maior segurança em nosso esporte, o diretor demonstra falta de respeito com a categoria dos pilotos e falta de preparo para o exercício das funções de autoridade máxima em uma prova de Stock Car.

Acatarei como sempre qualquer decisão da CBA, mas não me sentirei seguro em participar de qualquer competição sob o comando deste diretor. Sabemos que o automobilismo é um esporte de risco, mas também sabemos que grande parte desses riscos é passível de eliminação ou redução quando um trabalho correto e dedicado é realizado nesse sentido.

Piloto da Stock Car reafirma declarações contra o diretor de prova Sérgio Berti e vê desleixo da CBA quanto a segurança dos pilotos no Brasil
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Foto: Bruno Terena / Divulgação
Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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