Desgastado, Mosley admite ex-chefe da Ferrari como sucessor
A polêmica envolvendo o teto orçamentário na Fórmula 1 pode ter encerrado a era Max Mosley na presidência Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Segundo o jornal The Times, o desgaste é tamanho que a partir de ontem, quando as equipes ganharam o braço de ferro em relação ao regulamento de 2010, Mosley apenas fará papel decorativo no cargo até as eleições de outubro.
Descartada uma nova reeleição, o atual presidente já comenta sobre seus prováveis sucessores depois de 16 anos de dinastia. E o antigo chefe de equipe da Ferrari, o francês Jean Todt, está entre os cotados para comandar o automobilismo mundial.
"Eu não gostaria de excluir ele", disse Mosley, que promete interferir na escolha. "Se existir mais uma opção, eu farei uma recomendação", completou o dirigente, em entrevista à revista alemã Auto Motor und Sport.
O desgaste de Mosley à frente da FIA teve início com um escândalo sexual. No último ano, um jornal inglês publicou fotos de uma orgia sadomasoquista com temática nazista e o dirigente admitiu ter participado.
Mosley se segurou à frente da entidade apesar da pressão das equipes. Mas em vez de se esquivar de novas polêmicas, o dirigente forçou a implantação de um teto orçamentário de 40 milhões de libras (cerca de R$ 130 milhões), o que provocou um racha com a Associação de Equipes.
Na última quarta-feira, no Conselho Mundial de Paris, ficou decidido que em 2010 não haverá o teto orçamentário e todas as equipes de 2009 estão confirmadas. A derrota política de Mosley deve ser a sua última lembrança de seu longo mandato.