Briatore teria acusado Piquet de "chantagear com mentiras"
O site especializado em automobilismo Autosport divulgou, nesta sexta-feira, trechos de uma suposta carta que o diretor esportivo da Renault, Flávio Briatore, mandou para Nelson Piquet, pai do ex-piloto da equipe Nelsinho, no dia 28 de julho deste ano.
Nela, Briatore diz que o tricampeão de Fórmula 1 estava usando "mentiras ultrajantes" para chantagear a escuderia. Na época, o piloto estava ameaçado de demissão e, dois dias antes do envio da carta, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) havia começado a investigação de rumores de "marmelada" no GP de Cingapura.
"Eu sou forçado a considerar que a sua ameaça constitui sem dúvida em uma tentativa evidente de exercer a chantagem contra a Renault ou mesmo para extorquir uma vantagem ilegítima por ameaças e mentiras ultrajantes com base em um diz que disse", diz trecho da carta.
Toda a polêmica começou no GP de Cingapura de 2008, quando Nelsinho sofreu um acidente que beneficiou diretamente o espanhol Fernando Alonso, que venceu a corrida. O clima de "marmelada" teria ficado no ar, mas só passou a ser encarado como provável perto da demissão do brasileiro na Renault, no dia 3 de agosto de 2009.
A FIA recebeu informações e começou a investigação sobre o caso no dia 26 de julho. Dois dias depois, Briatore teria enviado a carta a Piquet insinuando que o ex-piloto seria o responsável pela denúncia. No dia 30 de julho, Nelsinho enviou um depoimento à entidade admitindo culpa e fornecendo detalhes comprometedores à equipe.
Na carta divulgada na quinta-feira pelo site F1SA, Nelsinho diz que Briatore e o engenheiro Pat Symonds lhe sugeriram uma estratégia em que bateria no muro para beneficiar Alonso, o que posteriormente ocorreu. O brasileiro afirma que aceitou a proposta por se sentir pressionado na equipe e por temer que seu contrato não fosse renovado para 2009.
Posteriormente confirmado para a atual temporada, Nelsinho continuou com resultados abaixo do esperado e com constantes boatos de que seria substituído. A demissão finalmente ocorreu no dia 3 de agosto, poucos dias depois de a polêmica do GP de Cingapura ser reativada.