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Nelsinho confirma "cooperação" com a FIA e diz não ter medo

11 set 2009 - 13h16
(atualizado às 14h01)
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O piloto Nelsinho Piquet confirmou, em comunicado divulgado nesta sexta-feira, que passou informações à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) sobre o possível caso de "marmelada" no GP de Cingapura de 2008. Nelsinho ainda disse que não tem medo do diretor esportivo da Renault, Flávio Briatore, que o processou por "chantagem".

"À respeito da corrente investigação da FIA, eu confirmo que tenho cooperado integralmente e honestamente com a corpo esportivo. Eu estou dizendo a verdade e não tenho nenhum medo, tanto da Renault como do Sr. Briatore", disse no comunicado.

"Embora esteja ciente do poder e da influência daqueles que estão sendo investigados, e dos vastos recursos que possuem à sua disposição, não serei novamente intimidado a tomar uma decisão da qual venha a me arrepender", completou.

Nelsinho é apontado, ao lado do pai, como o responsável pela denúncia da possível iregularidade. O brasileiro teria batido propositalmente a pedido da Renault em benefício de Fernando Alonso. A história teria sido mantida como trunfo da família para o piloto continuar na equipe. Porém, Nelsinho foi demitido no dia 3 de agosto.

"Tenho toda a confiança na investigação da FIA e do Conselho Mundial de Automobilismo e não farei qualquer comentário adicional até a conclusão da audiência de 21 de setembro de 2009", concluiu Nelsinho. Na data mencionada por Piquet, a Renault será ouvida pelo Conselho Mundial da FIA.

O comunicado foi divulgado antes de declarações ofensivas de Briatore ao piloto. Segundo o diretor esportivo da escuderia, Nelsinho teria tido caso com um homem mas velho. A assessoria da família Piquet ainda não se pronunciou sobre o assunto.

A polêmica

Tudo começou no GP de Cingapura de 2008, quando Nelsinho sofreu um acidente que beneficiou diretamente o espanhol Fernando Alonso, que venceu a corrida. O clima de "marmelada" teria ficado no ar, mas só passou a ser encarado como provável perto da demissão do brasileiro na Renault, no dia 3 de agosto de 2009.

A FIA recebeu informações e começou a investigação sobre o caso no dia 26 de julho. Dois dias depois, Briatore teria enviado a carta a Piquet insinuando que o ex-piloto seria o responsável pela denúncia. No dia 30 de julho, Nelsinho enviou um depoimento à entidade admitindo culpa e fornecendo detalhes comprometedores à equipe.

Na carta divulgada na quinta-feira pelo site F1SA, Nelsinho diz que Briatore e o engenheiro Pat Symonds lhe sugeriram uma estratégia em que bateria no muro para beneficiar Alonso, o que posteriormente ocorreu. O brasileiro afirma que aceitou a proposta por se sentir pressionado na equipe e por temer que seu contrato não fosse renovado para 2009.

Posteriormente confirmado para a atual temporada, Nelsinho continuou com resultados abaixo do esperado e com constantes boatos de que seria substituído. A demissão finalmente ocorreu no dia 3 de agosto, poucos dias depois de a polêmica do GP de Cingapura ser reativada.

Nesta sexta, diante da divulgação da carta de Nelsinho, a Renault foi à justiça francesa e fez uma denúncia à família Piquet por "chantagem com agravante". Segundo a escuderia, a história foi usada para forçar a manutenção do piloto no cockpit da equipe.

Ainda nesta sexta, o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, garantiu a Nelsinho imunidade em caso de cooperação total do piloto na investigação.

Com informações da agência Gazeta Press.

Nelsinho diz não ter medo da Renault
Nelsinho diz não ter medo da Renault
Foto: AFP
Fonte: Redação Terra
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