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Após choque na Bélgica, Hamilton não sabe se pode confiar em Rosberg

25 ago 2014 - 16h59
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O piloto britânico Lewis Hamilton afirma que não sabe mais se pode confiar em seu companheiro de equipe Nico Rosberg nas pistas, depois de uma colisão entre os dois no Grande Prêmio da Bélgica, mas descartou a possibilidade de uma retaliação.

O incidente, no qual Rosberg tocou com a dianteira de seu carro a roda traseira de Hamilton, que teve um pneu furado, era evitável, e estragou a tarde do piloto inglês.

Hamilton acabou se retirando da corrida com o carro danificado, enquanto Rosberg, que agora tem uma vantagem de 29 pontos na liderança do campeonato a sete corridas do final, terminou a prova em segundo.

Os bastidores da corrida na Bélgica já estavam agitados quando Hamilton colaborou para o crescimento da polêmica dizendo a jornalistas que Rosberg havia dito na reunião depois da prova que havia batido no inglês de propósito para "provar um ponto de vista".

"Quando estamos lá fora temos que confiar que as pessoas pensem com a cabeça e não façam as coisas deliberadamente. Mas depois da reunião eu não sei como agir na próxima corrida", disse Hamilton.

"Eu terei que evitar de me emparelhar com ele na prova", acrescentou ao ser perguntado se confiaria em Rosberg em circunstâncias parecidas no Grande Prêmio de Monza na semana que vem.

"Qualquer que seja o caso eu irei priorizar a equipe, e não irei decidir nada sozinho".

Em uma competição potencialmente letal, onde pilotos se emparelham em velocidades superiores a 300 km/h, a confiança é essencial. Os pilotos precisam ter certeza de que os outros serão firmes, mas justos, não costurando mais do que o permitido ou fechando completamente um companheiro durante uma ultrapassagem.

Colisões provocadas com rivais para conseguir alguma vantagem na competição são proibidas, mesmo com alguns exemplos clássicos de Ayrton Senna e Michael Schumacher na história da modalidade.

A dupla da Mercedes já bateu antes desta temporada sem consequências mais sérias, mas o incidente do último domingo levou a rivalidade para outro nível.

Para alguns, era um acidente que estava para acontecer, embora Hamilton não o considerasse provável. Foi a primeira vez que os dois pilotos colidiram e mancharam a campanha da equipe que começou a temporada unida e esperava continuar daquela maneira.

"Basicamente ele disse que fez de propósito", disse Hamilton no domingo. "Ele falou que poderia ter evitado, mas disse que 'fez aquilo para provar um ponto de vista'".

O chefe de automobilismo da Mercedes, Toto Wolff, depois tentou esclarecer, explicando que "Nico sentiu que precisava manter sua posição. Ele precisava se manter nesse objetivo. Não foi um acidente provocado. Isso não faz sentido. Se ele pudesse voltar atrás, Nico provavelmente faria diferente do que fez".

Wolff indicou que haveria mais conversas antes da prova na Itália, mas Hamilton reconheceu que não há respostas fáceis.

"Eu não imagino o que a equipe faria agora", disse.

A corrida em Spa veio após uma disputa na Hungria, no final de julho, quando Hamilton não desacelerou para deixar Rosberg passar, depois que a equipe o instruiu a deixar Rosberg passar, terminando a corrida à frente do alemão.

A equipe apoiou Hamilton e Rosberg se indispôs.

Perguntado se o incidente de domingo era uma consequência do que havia ocorrido em Budapeste, Hamilton falou:

"É interessante porque tivemos aquela reunião na quinta-feira e Nico havia expressado o quão nervoso ele estava", contou. "Eu estava pensando 'Passaram-se três semanas e você ainda está nessa?!"

"Ele expressou o quanto estava chateado, ele disse que estava bravo com Toto e Paddy (Lowe). Mas eu pensei que estava tudo bem depois daquilo e agora acontece isso... é interessante".

(Reportagem de Alan Baldwin)

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