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Aumento de custos faz prever tempos difíceis para Fórmula 1

8 fev 2013 - 18h34
(atualizado às 19h52)
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A Fórmula 1 terá de manter seus crescentes custos sob controle para ajudar as equipes que enfrentam dificuldades em meio a duras circunstâncias econômicas, mesmo considerando que falar em crise iminente não seja algo muito adequado, concordam os dirigentes.

O anúncio do fim da equipe HRT, da Espanha, no final da última temporada, foi motivado tanto pelos problemas econômicos do país de origem como por sua falta de sucesso nas pistas, mas ainda assim lançou sinais de alerta.

"O que se ouve é que muitas equipes estão enfrentando uma situação financeira desafiadora, algumas mais, outras menos", disse à Reuters o diretor da Sauber, Monisha Kaltenborn, durante os primeiros testes de pré-temporada desta semana, em Jerez, na Espanha.

"É preciso que se reaja de alguma forma ou de outra para obter custos mais baixos porque ainda estamos em um nível em que, talvez, se houver alguma forma de adaptação, seja possível ter mais equipes (na competição)", acrescentou.

A saída da HRT deixou o grid com 11 equipes e 22 carros, ainda um número relativamente saudável. Em dezembro, o dirigente comercial da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, disse à Reuters que ficaria perfeitamente feliz com dez equipes.

Alguns novos patrocinadores apareceram nos carros que fizeram esta semana na Espanha os testes de estreia para a temporada 2013, como a BlackBerry na Mercedes, mas não há um óbvio clamor de grandes empresas mundiais procurando participar da Fórmula 1.

Se tudo parece rosas na campeã Red Bull, de propriedade do bilionário austríaco do ramo de bebidas energéticas Dietrich Mateschitz, a situação é menos saudável em outros lugares.

Todas as equipes são sediadas na Europa e há constantes rumores sobre um certo número delas com dificuldades em seus orçamentos, especialmente com o aumento dos custos associados com um motor V6 completamente novo e mudanças nas regras previstas para 2014.

MODELO VIÁVEL

"Nós tomamos algumas medidas, mas eu ainda acho que vai ser difícil para algumas das equipas ter um modelo de negócio viável por alguns anos", disse a repórteres o chefe da McLaren, Martin Whitmarsh.

John Booth, da Marussia, cuja equipe tem o menor orçamento anual, estimado em cerca de 60 milhões de dólares, detecta ecos de alguns anos atrás, quando a saída de grandes fabricantes de automóveis, como a Toyota, Honda e BMW, levou a um "acordo de restrição de recursos" que depois acabou caducando.

"Ele (o esporte) tem de ter um pouco de bom senso", disse ele à Reuters. "Talvez a gente esteja passando por esse período novamente. Eu não acho que seja uma crise, (mas) talvez um realinhamento seja necessário."

Ao que parece, a Formula 1 é uma mina de ouro, cuja receita em 2012 se estima tenha chegado a 2 bilhões de dólares.

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