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Ayrton Senna, estrela cadente no céu da Fórmula 1

29 abr 2014 - 15h38
(atualizado às 16h18)
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Uma estrela cadente nascida no Brasil passou pelo céu da Fórmula 1 de 1984 a 1994: Ayrton Senna da Silva, tricampeão mundial, morreu há vinte anos no circuito italiano de Imola, durante o Grande Prêmio de San Marino.

A morte do ídolo, assistida ao vivo por milhões de telespectadores, causou uma emoção enorme, que volta à tona nesta semana, no vigésimo aniversário do choque fatal contra o muro de concreto da curva de Tamburello, no dia 1º de maio de 1994, às 14h17. Era a sétima volta e o piloto, que tinha conquistado a 65ª pole position da sua carreira na véspera, liderava a prova.

Uma das pessoas que esteve mais próximas do brasileiro na F1 foi Ron Dennis, chefão da McLaren, escuderia com a qual Senna conseguiu 35 das suas 41 vitórias na modalidade e se sagrou três vezes campeão mundial, em 1988, 1990 e 1991.

"Porque Senna é considerado por muitos o melhor piloto de todos os tempos? Porque ele foi realmente muito bom durante todo o tempo que passou neste planeta", disse o dirigente em nota publicada no site da McLaren.

"É difícil achar um aspecto positivo no fato dele ter sofrido um acidente e perdido a vida, mas isso também significa que não assistimos ao seu declínio. Muitos pilotos acabam permanecendo por tempo demais no esporte, o que acaba afetando sua própria imagem", completou.

Os dois pilotos emblemáticos que Ron Dennis comandou na McLaren, Ayrton Senna e Alain Prost, protagonizaram uma das maiores rivalidades da história do esporte e suas carreiras tiveram desfechos bem diferentes. O brasileiro morreu durante uma corrida, enquanto o francês tinha se aposentado seis meses antes, depois de conquistar seu quarto título mundial.

A rivalidade entre Prost e Senna turbinou as audiências da modalidade. O auge foi em 1988, quando ambos os pilotos venceram 15 das 16 provas da temporada e o brasileiro se sagrou-campeão pela primeira vez. Dois anos depois, Prost acabou saindo para a Ferrari.

Senna estreou em 1984, na Toleman, mas começou a se destacar no ano seguinte, na Lotus. Com um carro menos rápido que os favoritos, ele conseguiu seis vitórias e 16 pole positions em três temporadas. Ele acabou chamando a atenção de Ron Dennis, que acabava de acertar com a Honda para que a montadora japonesa Honda, que fornecia seus motores à Lotus, passasse a trabalhar com a McLaren.

"O motor da Honda era bom, por isso Ayrton queria vir conosco. Conversamos muito sobre o futuro carro e depois tivemos que falar sobre dinheiro. Como não conseguimos chegar a um acordo, resolvemos a questão no cara e coroa e ganhei: Ayrton assinou um contrato de três anos, com 1,5 milhão de dólares na primeira temporada", lembrou o dirigente.

O brasileiro brilhou com a McLaren de 1988 a 1993, vencendo mais de um terço das corridas que disputou (35 de 96), mas ele quase saiu para a Ferrari em 1990. A escuderia italiana lhe ofereceu um pré-contrato para que ele voltasse e ser companheiro de equipe do desafeto Prost, mas a negociação acabou capotando.

Além de ser conhecido por ter personalidade forte e determinação implacável, Senna também era admirado pela generosidade.

Um dia, pouco antes de disputar o GP da Austrália, o piloto foi visto por um jornalista britânico comprando malas numa loja de Adelaide. O que você está fazendo aqui?". perguntou o repórter. "Preciso dessas malas para transportar sapatos", respondeu Senna, antes de lhe mostrar uma lista de 75 pessoas, com o número de calçado de cada um.

Todos trabalhavam para a Fundação Senna, que ajuda na educação de crianças carentes em São Paulo. "Cada um deles terá um par de sapatos escolhido por mim", tinha explicado o tricampeão, sorrindo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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