B. Senna vê falta de ritmo e diz: "foi o que o carro tinha para dar"
21 abr2012 - 10h05
Compartilhar
A esperada dificuldade da Williams no treino classificatório para o Grande Prêmio do Bahrein se confirmou e Bruno Senna ficou apenas com a 15ª colocação no grid de largada. Como o modelo FW34 não tem um sistema de asa móvel tão eficaz como o dos adversários, o ritmo não é tão bom e isso voltou a acontecer.
Mesmo assim, o brasileiro espera, a exemplo dos últimos GPs, evoluir na corrida, quando a asa móvel é bem menos solicitada. "Foi o que o carro tinha para dar, para ser bem sincero. O Pastor (Maldonado) teve problema no Kers, depois teve de parar. Faltou um pouco de ritmo de qualificação aqui, vamos ver na corrida. Vai ser dureza, a pista é dura com os pneus, vamos ter de fazer uma boa estratégia", comentou Bruno a jornalistas brasileiros presentes ao autódromo de Sakhir após o treino.
Bruno Senna terminou pela primeira vez um treino à frente do companheiro de equipe Maldonado, que, no entanto, não foi à pista no Q2 e ainda foi punido com a perda de cinco posições por troca de câmbio - ele vai largar em 22º.
Depois de muita polêmica, a Federação Internacional de Automobilismo confirmou que o Grande Prêmio do Bahrein acontecerá neste domingo. A realização da prova era colocada em dúvida devido a protestos de parte da população do país, que almeja maior participação política. Esta não é a primeira prova de Fórmula 1 marcada para um cenário polêmico, visto que já ocorreram eventos durante o apartheid na África do Sul e o regime militar no Brasil. Reveja outras provas controversas:
Foto: AFP
O circuito de Sakhir começou a ser erguido em 2002 para ingressar na F1, com o GP do Bahrein, em 2004. Desde então o evento só não ocorreu em 2011, quando foi cancelado a 20 dias de sua realização devido à instabilidade política na Primavera Árabe - onda revolucionária de manifestações que começou em dezembro de 2010 depondo o presidente da Tunísia e se espalhou por outros países da região. Monarquia constitucional, o Bahrein tem Hamad bin Isa al-Khalifa como rei desde 2002
Foto: Getty Images
República socialista governada pelo Partido Comunista sob um sistema de partido único, a China é um país que foi "desbravado" pela F1. Um dos primeiros grandes eventos esportivos a entrar na nação, a categoria era alvo do interesse do governo local desde a década de 1990. Em 1999, o circuito de Zhuzai ingressou no calendário provisório, mas não foi aprovado. Desde 2004 ocorre um GP em Xangai, em um autódromo que custou US$ 450 milhões. Quatro anos após, Pequim recebeu a Olimpíada
Foto: Getty Images
No Prince George Circuit, em East London, o GP da África do Sul foi oficializado na F1 em 1962, época em que o apartheid - regime de segregação racial no qual os direitos da maioria negra da população eram cerceados pelo governo formado pela minoria branca - vigorava no país. Em 1965, a prova migrou para o autódromo Kyalami, em Midrand, onde permaneceu até 1985. O evento retornou ao mesmo local entre 1992 e 1993, nunca mais sendo disputado até então. O apartheid durou de 1948 a 1994
Foto: Getty Images
A F1 estreou no Brasil em 1972 em Interlagos, ainda como um evento teste que seria oficializado a partir de 1973. Nessa época, o presidente da República era o general Emílio Garrastazu Médici. Disputada no circuito de São Paulo, no de Brasília ou no do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá, a prova brasileira nunca mais deixou de ser disputada, mantendo-se mesmo com o fim do regime militar no País, em 1985, com a eleição indireta de Tancredo Neves
Foto: Gazeta Press
O GP da Argentina estreou na F1 em 1953 e ficou afastado do calendário em toda a década de 1960 até retornar, como teste, em 1971. Na ocasião, o país vivia a Revolução Argentina, como se autodenominou a ditadura local. O regime militar durou de 1966 a 1973 e retornou, com outro golpe, de 1976 a 1983. Até 1981, o Autódromo Juan y Oscar Gálvez, em Buenos Aires, recebeu a categoria, à exceção de 1976. O circuito também figurou no calendário entre 1995 e 1998 e agora tenta voltar
Foto: Gazeta Press
Tradicional, o GP da Espanha estreou em 1951 no circuito de Pedralbes, na época do franquismo. O regime entrou em vigor em 1939 na sequência da Guerra Civil Espanhola. O general Francisco Franco permaneceu no poder até morrer, em 1975. Seu sucessor na chefia do Estado foi o Rei Juan Carlos I, em uma transição para uma democracia parlamentar. Realizada em várias cidades, a prova ficou afastada da F1 somente de 1952 a 1953, de 1995 a 1966 e de 1982 a 1985. Desde 1991 ocorre em Montmeló