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Clássico dos games faz 25 anos com detalhes "perdidos" da F1

Lançado em 1989, Super Monaco GP trazia capa de Playboy disfarçada, pilotos inspirados em Mansell e Piquet, e colocava Senna como "vilão"

13 mai 2014 - 08h37
(atualizado às 12h02)
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Se você nasceu na década de 80, tem boas chances de ter passado algumas tardes à frente do fliperama ou da televisão da sala jogando um clássico dos games de corrida. Lançado em 1989 para os arcades, Super Monaco GP completa 25 anos em 2014, ainda com espaço cativo na memória de fãs de vídeo-games e de automobilismo – que nem sempre percebiam a riqueza de detalhes presentes no jogo.

Esqueça a era dos gráficos hiper-realistas ou dos games licenciados, com pilotos e equipes de verdade. Entre as décadas de 80 e 90, os jogos de 16 bit tinham que requebrar para passar emoção. Super Monaco GP conseguiu, levando ao torcedor de Fórmula 1 a possibilidade de iniciar uma carreira em uma equipe pequena, precisando superar rivais com carros sensivelmente melhores para vencer corridas e conquistar títulos.

Mesmo sem licenciamento, os responsáveis pelo jogo – a pouco conhecida Kaki, sob supervisão da Sega – tiveram a preocupação de criar um ambiente semelhante ao que se via nas pistas no final da década de 80. Era possível associais as equipes e os pilotos do jogo aos que estavam no grid em 1989 e 1990 – embora nem todos fossem facilmente associáveis. Até mesmo Ayrton Senna era reconhecível.

Para relembrar os 25 anos do game que aproximou uma geração de fãs de vídeo-games à Fórmula 1 (e vice-versa), o Terra resgatou uma série de detalhes “escondidos” em Super Monaco GP. Desde a modelo da abertura, passando por pilotos, equipes e circuitos, e até chegando a macetes para vencer o imbatível personagem inspirado em Senna. Acompanhe abaixo:

A modelo loira da abertura: ela é real

O jogo começou, aperte o start. Na tela de abertura do game, uma loira de maiô amarelo dá as boas-vindas ao jogador, apresentando os modos de jogos enquanto os carros à disposição passam velozmente atrás dela. Quando você testou suas habilidades nos controles, poderia não saber, mas a loira em questão é real e fez até algum sucesso.

<p>Mercy Rooney (à esquerda) posou nua na década de 70; foto de revista foi adulterada para virar paddock girl da abertura do game (à direita)</p>
Mercy Rooney (à esquerda) posou nua na década de 70; foto de revista foi adulterada para virar paddock girl da abertura do game (à direita)
Foto: Reprodução

Trata-se da modelo americana Mercy Rooney, capa da revista Playboy nos Estados Unidos em dezembro de 1972, quando tinha 22 anos. Uma das fotos de Mercy foi vista pelos designers do game, que acharam seu perfil ideal para representar a “paddock girl” a ser retratada – sem que ela soubesse. Aí, com alguns retoques (que incluíram os maiôs amarelo e branco vistos na tela), Mercy Rooney virou “a loira da abertura”.

Diferente da versão dos consoles domésticos, a versão dos arcades tinha ainda outra modelo, morena, que apresentava uma placa ao piloto que não se classificava. Trata-se de outra playmate: Claire Rambeau, representada na revista em outubro de 1971 e igualmente descaracterizada para ser retratada no jogo.

Todas as equipes existiam (mas poucas eram reconhecidas)

São 16 equipes no jogo, divididas em quatro classes com quatro equipes cada. O aspirante a piloto virtual começa sua carreira na pequena Minarae, um carro amarelo e branco que começa andando na metade mais lenta do grid. Não precisava ser nenhum gênio para perceber: você estava correndo pela Minardi.

<p>Equipes são inspiradas em times reais, como Madonna (McLaren), Firenze (Ferrari), Millions (Williams) e Bestowal (Benetton); nem todas as escuderias, no entanto, são facilmente reconhecíveis</p>
Equipes são inspiradas em times reais, como Madonna (McLaren), Firenze (Ferrari), Millions (Williams) e Bestowal (Benetton); nem todas as escuderias, no entanto, são facilmente reconhecíveis
Foto: Reprodução

Neste sentido, uma das diversões para os fãs de F1 no game era descobrir qual equipe representava qual. No Level A, com as quatro mais fortes, a tarefa era fácil: a Madonna era a McLaren (embora amarela e vermelha), a Firenze era a Ferrari, a Millions era a Williams e a Bestowal (trocadilho com “best of all”, ou “melhor de todas") era a Benetton. A configuração de cores ajudava um pouco, embora as pinturas fossem padronizadas; desta forma, os carros tinham no máximo duas cores.

Aí, com base nos nomes parecidos e nas cores de cada carro, é possível apontar quem é quem. No Level B, temos a Blanche (Brabham), a Tyrant (Tyrrell), a amarela Losel (Lotus) e a May (March, também chamada de Leyton House). No Level C, além da Minardi genérica, temos a Bullets (Arrows), a Dardan (Dallara) e a Linden (Ligier). No Level D, o mais fraco, correm a Rigel (Rial), a Comet (Coloni), a Orchis (Onyx) e a simpática Zeroforce (Zakspeed). AGS, Lola, Osella, Euro-Brun e First ficaram de fora, embora pudessem formar um Level E.

Nelson Piquet está no grid; Ayrton Senna é o “vilão”

<p>Na equipe Bestowal, surge o primeiro piloto brasileiro do jogo: A. Picos, visivelmente inspirado em Nelson Piquet</p>
Na equipe Bestowal, surge o primeiro piloto brasileiro do jogo: A. Picos, visivelmente inspirado em Nelson Piquet
Foto: Reprodução

Se as equipes “imitam” as originais, os pilotos não fogem à regra. Muitos deles, é verdade, não lembram a fisionomia dos corredores reais. Mas é muito fácil reconhecer pela foto, por exemplo, Nelson Piquet – correndo pela Bestowal como o brasileiro “A. Picos”. Nomes como Nigel Mansell (o britânico R. Cotman, sem bigode e deslocado para a minúscula equipe Rigel) e Satoru Nakajima (o japonês M. Hamano, da Tyrant) também dão na vista.

Outros nomes, porém, só podem ser descobertos pela associação entre nacionalidade e equipe. Entre os favoritos, estão o francês A. Asselin (Alain Prost), o austríaco F. Essler (Gerhard Berger) e o italiano G. Alberti (Riccardo Patrese). Mais atrás, estão o francês J. Herbin (Jean Alesi), o espanhol E. Pacheco (Luis Perez-Sala) e o britânico G. Turner (Johnny Herbert). Para trás, estão B. Miller (Eddie Cheever), E. Bellini (Andrea de Cesaris), M. Moreau (René Arnoux), E. Tornio (J. J. Lehto), C. Techner (Stefan Johansson) e P. Klinger (Bernd Schneider).

<p>Ayrton Senna aparece no jogo como G. Ceara, piloto brasileiro que estreia pela modesta Bullets; em duas corridas, Senna voa baixo com e rouba vaga de jogador, que precisa se virar para se manter na ponta</p>
Ayrton Senna aparece no jogo como G. Ceara, piloto brasileiro que estreia pela modesta Bullets; em duas corridas, Senna voa baixo com e rouba vaga de jogador, que precisa se virar para se manter na ponta
Foto: Reprodução

O “clone” de Ayrton Senna é o também brasileiro G. Ceara, com uma foto muito parecida a uma imagem do tricampeão. Ceara costuma estrear pela equipe Bullets no decorrer da primeira temporada após o primeiro título de campeão do gamer, e surge como “vilão”, tomando sua posição na melhor equipe e transformando-se rapidamente no homem a ser batido.

Clone de Senna não é imbatível, mas...

G. Ceara estreia na Bullets, o clone azul da equipe Arrows, e rapidamente toma o lugar que o jogador conquistou em uma equipe de ponta – geralmente Madonna ou Firenze. Mesmo se o gamer largar na pole position em San Marino, palco da primeira etapa, o brasileiro rapidamente pega o primeiro lugar e dita o ritmo da prova, voando baixo com uma equipe mediana.

Em duas provas seguidas (San Marino e Brasil), o jogador é desafiado pelo novato da Bullets, e quase sempre leva a pior. Aí, todo o esforço para chegar a uma equipe de primeira fila vai pelo ralo: G. Ceara ganha a vaga de piloto da equipe do gamer, que é demitido e recontratado por uma equipe de Level C. O novo contrato é assinado, e seu novo time costuma provocar com frases como “você tem certeza de que ainda consegue pilotar?”.

Mas a Bullets de G. Ceara não é imbatível, embora seja preciso muita perícia para vencê-lo na base do macete. Para isso, corra as duas primeiras provas com o câmbio intermediário, de quatro marchas, que não exige nenhuma redução durante toda a prova. Mantenha seu carro girando no máximo, sem frear, e vá tirando a diferença de cerca de 1s na largada ao longo das primeiras voltas. Se você alcança-lo e ultrapassá-lo, G. Ceara começa a virar bem mais lento.

Calendário de 1989 – ou quase

As temporadas de Super Monaco GP têm 16 corridas cada, com todos os países que integraram o calendário de 1989 na Fórmula 1. A diferença está na ordem das etapas. No game, San Marino abre o ano, seguido do Brasil, ao contrário do que aconteceu na F1; o GP de Mônaco, terceiro de 1989, fecha o ano no vídeo-game.

As características dos circuitos, no entanto, não são tão facilmente assimiláveis quando os carros ou os pilotos. Trechos como a fatídica Curva Tamburello (San Marino), as curvas de 90 graus (EUA), a fechadíssima La Source (Bélgica) ou o túnel (Mônaco) são perceptíveis, mas os cenários nem sempre são tão identificados. Na versão dos vídeo-games, por exemplo, Monte Carlo é um grande gramado com uma baía ao fundo, e só.

<p>Temporada contava com os 16 traçados da temporada de 1989, mas nem todos tão próximos dos reais; no Brasil, segunda etapa do game, pilotos corriam em traçado semelhante ao de Jacarepaguá</p>
Temporada contava com os 16 traçados da temporada de 1989, mas nem todos tão próximos dos reais; no Brasil, segunda etapa do game, pilotos corriam em traçado semelhante ao de Jacarepaguá
Foto: Reprodução

Ainda assim, a diversão é garantida até mesmo para novatos que correm em equipes pequenas. Corridas como França, Inglaterra, Itália e México permitem vitórias com pouca experiência, enquanto San Marino e EUA exigem pouco know-how. O GP do Brasil, disputado com um cenário carioca, lembra a prova de 1989 no Autódromo de Jacarepaguá e exige um pouco mais de habilidade.

E o que mais?

Felizmente, nem tudo é fiel no jogo – caso da bandeirada de chegada, dada por um fiscal de macacão alaranjado na pista, o que o tornava alvo de constantes atropelamentos. Ainda bem: isso não atrapalhou a avaliação do game nas revistas especializadas. No lançamento, em 1989, Super Monaco GP ganhou a maior nota da história da revista americana Electronic Gaming Monthly até então, com duas notas 10 e duas notas 9 em quatro análises.

<p>Demitido, jogador precisava reconstruir carreira pós-título em equipes pequenas, para depois buscar vagas em escuderias médias e grandes</p>
Demitido, jogador precisava reconstruir carreira pós-título em equipes pequenas, para depois buscar vagas em escuderias médias e grandes
Foto: Reprodução

O jogo terminava quando o piloto conquistava duas vezes o campeonato mundial. Até lá, iniciava temporadas em sequência, permitindo começar sempre uma temporada após a outra para bater A. Asselin, F. Essler, R. Cotman, A. Picos, e (principalmente) G. Ceara.

O “vilão brasileiro”, aliás, pode até ter uma estreia antecipada no caso de uma combinação de resultados na primeira temporada – você precisa vencer a Blanche por duas corridas seguidas, e depois vencer a Minarae por duas corridas seguidas pela própria Blanche. No primeiro ano, porém, G. Ceara (correndo pela Linden) é indesafiável.

Com muitos acertos em relação à Fórmula 1, Super Monaco GP deixa saudades em fãs da categoria e de games. Sentiu falta? Procure aquele vídeo-game guardado no armário, peça o cartucho que seu amigo esqueceu em alguma gaveta e divirta-se!

Fonte: Terra
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