Documentário de Senna quase foi parar em Hollywood
- Bruno Romano
- Direto de São Paulo
Com lançamento previsto para sexta-feira, dia 12 de novembro, o filme Senna, que já foi exibido no Japão, passou por um longo processo de produção antes de chegar ao público. Um contato com a Warner Brothers, grande estúdio americano, chegou a ser levado adiante. Por pouco, o documentário teria sido filmado em Hollywood, segundo Viviane Senna, irmã de Ayrton, tricampeão mundial de Fórmula 1, morto em acidente nas pistas aos 34 anos.
"A abordagem comercial não refletia a vida de Ayrton", disse Viviane. A irmã do piloto, figura presente na elaboração do filme, encontrou os produtores Marish Pandey e James Gay-Rees, enquanto a ideia ainda circulava nos Estados Unidos. "Desde o primeiro encontro tinha certeza de que eles Pandey e Gay-Rees traduziriam bem o Ayrton", completou.
"Acontece que os americanos não estão próximos ao universo da Fórmula 1", disse Gay-Rees, responsável por trazer para a equipe o diretor Asif Kapadia, que acabou filmando o documentário. "Esse filme não poderia ser uma ficção. Eu nunca teria dinheiro para as cenas de helicóptero, nem conseguiria tantos ângulos para escolher a imagem de Senna erguendo o troféu", brincou Kapadia.
Para Marish Pandey, a estrutura do filme pode ser considerada "hollywoodiana", pela forma como o personagem principal vai sendo tratado durante o longa. "A diferença é que a vida dele realmente foi assim. Na verdade, é Hollywood que tenta criar, com ficção, histórias grandiosas como esta", explicou o produtor e fã pessoal da carreira de Ayrton.
Pandey também comentou a repercussão que o filme já teve em algumas plateias seletas. Depois de exibir Senna para a atual equipe McLaren, que conta com muitos funcionários que conviveram com Ayrton, ele se lembra dos comentários.
"Todos se emocionaram muito, principalmente aqueles que o conheciam. Alguns chegaram para mim e disseram: 'a F1 não muda mesmo, não é?'", em referência ao principal tema do longa metragem, tratando das questões políticas e financeiras da Fórmula 1, que na parte da carreira de Ayrton era comandada por Jean-Marie Balestre.