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Eau Rouge, a desafiante curva que fez Senna "falar com Deus"

Spa-Francorchamps recebe prova da Fórmula 1 neste fim de semana e joga holofotes na curva mais tradicional e famosa da categoria

21 ago 2014 - 09h46
(atualizado às 09h51)
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Pilotos, jornalistas e muitos fãs acreditam que o bucólico circuito belga de Spa-Francorchamps tem talvez o setor mais difícil e desafiante do calendário da Fórmula 1: a lendária curva de Eau Rouge.

Seu nome, que em francês significa "água vermelha", provém de um córrego próximo à pista que tem essa cor. Entretanto, segundo um mito, essa tonalidade se deve ao sangue dos pilotos que morreram nesse trecho.

<p>Símbolo do Grande Prêmio da Bélgica, Eau Rouge voltará  ao primeiro plano neste fim de semana, com o retorno da F1 depois das férias.</p>
Símbolo do Grande Prêmio da Bélgica, Eau Rouge voltará ao primeiro plano neste fim de semana, com o retorno da F1 depois das férias.
Foto: Getty Images

Inaugurado em 1922, o circuito tem uma origem parcialmente natural, ao contrário de muitas das atuais pistas da Fórmula 1. Ele foi planejado por Jules de Their e Henri Van Ophem, que adaptaram trilhas existentes e as transformaram em um autódromo. Eau Rouge era composta inicialmente de uma descida e uma curva para a esquerda, e em 1939 foi materializada outra curva em subida para a direita, conhecida hoje como "Le Radillion".

Com 14 km de extensão, Spa-Francorchamps fez sua estreia em 1950, no primeiro campeonato da F1. Ali começou uma longa fraternidade entre o autódromo e a categoria, que só foi interrompida em 1970, momento em que a Fórmula 1 decidiu deixar de fora circuitos longos e perigosos por motivos de segurança.

O GP da Bélgica começou a ser disputado no então moderno circuito de Nivelles -já desaparecido- e em Zolder, casa da F1 até 1982, ano da trágica corrida em que faleceu o canadense Gilles Villeneuve.

<p>Depois de dez anos de ostracismo, Spa começou a ser um circuito importante da F1 a partir dos anos ´80.</p>
Depois de dez anos de ostracismo, Spa começou a ser um circuito importante da F1 a partir dos anos ´80.
Foto: Getty Images

Depois do acidente em Zolder, a Fórmula 1 voltou para um renovado Spa. Com 7 km, Eau Rouge consegue permanecer como o setor mais tradicional da pista. Outras partes do circuito, como o curvão de Malmedy ou a chicane de Masta, similar à Eau Rouge, ficaram para a história.

Em 1985 ocorreu em Eau Rouge um dos piores acidentes na historia de Spa, quando morreu Stefan Bellof, até então uma das maiores promessas do automobilismo alemão, durante uma corrida de Endurance. Porém, nesse ano o circuito entrou no calendário da Fórmula 1 definitivamente. 

Com uma nova geração de pilotos, Ayrton Senna venceu ainda nesse ano a primeira das cinco vitórias que conseguiria na Bélgica, e também deixou uma das frases mais marcantes da pista, ao confessar que "falava com Deus" cada vez que circulava pela Eau Rouge.

Em 1991, o brasileiro ganhou por última vez em Spa. Na mesma corrida também fez sua estreia Michael Schumacher, último "dono" do circuito. O alemão conseguiu sua primeira vitória nesse autódromo no ano seguinte e em 2004 sagrou-se campeão. Nas estatísticas, o heptacampeão é o maior vencedor com seis conquistas.

Sendo parte de uma categoria onde predominam os circuitos novos e  artificiais, Spa-Francorchamps resiste com uma mistura de beleza e desafio, e refresca com sua "água vermelha" o mais puro e tradicional da Fórmula 1.

Fonte: Terra
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