PUBLICIDADE

Julgamento da Mercedes terá uma decisão apenas nesta sexta

20 jun 2013 - 14h41
(atualizado às 14h45)
Compartilhar

O polêmico episódio dos testes secretos realizados por Mercedes e Pirelli - os treinos duraram três dias e foram realizados após o GP de Barcelona, na metade de maio - terá uma definição apenas nesta sexta-feira. No encontro realizado pelo Tribunal Internacional da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), localizado em Paris, foram colocados nesta quinta-feira os pontos de defesa do caso, mas não foi anunciado qualquer veredito.

Desde o início da sessão, o juiz Edwin Glasgow afirmou que a FIA não permitiu à Mercedes utilizar os carros de 2013 nos testes. Além disso, ele reiterou que as regras da Fórmula 1 permitem este tipo de atividade apenas caso todas as outras equipes recebam o mesmo convite ou se realizadas com modelos de, pelo menos, dois anos atrás.Mesmo assim, o advogado da Mercedes, Paul Harris, declarou a equipe inocente. Segundo ele, os testes não infringem o Artigo 22 do regulamento da F-1, uma vez que teria sido completamente conduzido pela Pirelli. O inciso classifica como teste "qualquer tempo de pista que não seja parte de um evento conduzido por um competidor inscrito no campeonato".

"Este não foi um teste conduzido pela Mercedes, esta evidência pode ser confirmada pela Pirelli. Todas as pessoas que estiveram presentes no dia podem dar a mesma evidência sobre o que estava acontecendo, quem estava fazendo e quem estava no comando. É inegável que o teste foi conduzido pela Pirelli", aponta.Em defesa, o diretor esportivo da fornecedora italiana, Paul Hembery, afirmou que a decisão de utilizar o W04 foi tomada única e exclusivamente pela Mercedes. Para ele, a Pirelli não pode ser punida pela FIA, opinião compartilhada pelo representante da entidade, Mark Howard, antes mesmo do julgamento.

Em outra tentativa de ao menos dividir a culpa, Harris alegou que a Ferrari realizou testes semelhantes no Bahrein. Para ele, o fato de a escuderia italiana ter utilizado o carro de 2011 não exime sua responsabilidade, uma vez que o modelo é semelhante ao atual - o Artigo 22 diz que os carros não podem estar "substancialmente em conformidade" com o regulamento atual.

"Nossa posição é a de que, se erramos na interpretação do regulamento e descumprimos as regras, a Ferrari também descumpriu. O carro de 2011 deles está substancialmente em conformidade com o regulamento. Não é certo dizer que, se a Ferrari utilizou um carro de dois anos atrás, então ele não está em conformidade com as regras de 2012 e 2013. Há apenas uma diferença de 0,5s entre aquele modelo e o atual, o que mostra que as diferenças entre eles são minúsculas em termos de performance", acusa.

Além disso, o advogado revelou outro teste da Pirelli com a Ferrari ainda em 2012. Na ocasião, Felipe Massa teria corrido 1000 km antes do mesmo GP da Espanha.Ross Brawn considera inevitável coleta de dados em teste, mas não vê Mercedes tirando proveito:

Após assumir publicamente a culpa pelos testes com a Pirelli, Ron Dennis foi o principal responsável por representar a Mercedes no julgamento desta quinta-feira. Segundo ele, era inevitável a coleta de informações sobre o W04 por parte da equipe. O fato, porém, não significa que ela tenha tirado proveito disso.

"Nós não sabíamos nada sobre os pneus, não sabíamos o objetivo e os detalhes da Pirelli. Trabalhamos sempre com o princípio de que nenhuma informação é melhor do que uma informação errada. Por isso, não vejo como poderíamos ter utilizado os dados obtidos neste teste", afirma.Segundo o dirigente, os dados foram coletados apenas por razões de segurança e foram arquivados no banco de dados da Mercedes justamente para não serem utilizados. "É essencial que a equipe saiba o que está acontecendo com o carro quando ele vai para a pista, como forma de evitar que haja qualquer defeito ou problema. A telemetria foi usada apenas para assegurar seu funcionamento normal", garante.

Por fim, Brawn lamenta a decisão de ter mandado Lewis Hamilton e Nico Rosberg à pista utilizando capacetes com pinturas pretas, diferentes dos usados em provas. Segundo ele, a medida foi tomada para evitar problemas de segurança com os fãs.

"Lamentamos o uso de capacetes pretos por parte de nossos pilotos e pedimos desculpas. Agora, podemos ver retrospectivamente como as equipes podem ter analisado o teste como suspeito. Nós tivemos nossas razões, principalmente motivadas pela falta de segurança, e reconhecemos que isso despertou suspeitas sobre o teste. Isso é lamentável", conclui.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
Compartilhar
Publicidade