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"Nº 8 do mundo", piloto cita crise e quer aumentar estima de Portugal

5 fev 2013 - 13h45
(atualizado às 13h45)
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“Nunca Portugal teve um piloto tão novo e tão bem lançado na caminhada rumo à Fórmula 1”. A descrição, escrita na biografia do site oficial de António Félix da Costa, não é exagerada. O jovem, 21 anos, disputará em 2013 a segunda temporada seguida na World Series by Renault pela equipe Arden Caterham e espera estrear na F1 na temporada que vem.

Membro do Red Bull Junior Team, António Félix da Costa foi indicado como oitavo melhor piloto de 2012
Membro do Red Bull Junior Team, António Félix da Costa foi indicado como oitavo melhor piloto de 2012
Foto: Getty Images

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Em 2012, Félix da Costa foi eleito o oitavo melhor piloto do mundo, entre todas as categorias do automobilismo, na lista anual montada pela revista britânica Autosport. Em junho desse ano, ele se juntou ao Red Bull Junior Team e assumiu o lugar do britânico Lewis Williamson na World Series, pela Arden Caterham.

O português recebeu a grande oportunidade da carreira e não decepcionou: com quatro vitórias em 12 etapas, terminou o campeonato na quarta colocação com 166 pontos, uma média melhor que a do campeão, o holandês Robin Frijns (13,83 pontos por prova contra 11,11 de Frijns, em um sistema de distribuição igual ao da F1). A temporada do português incluiu ainda o título do Grande Prêmio de Macau de F3, o terceiro lugar no campeonato da GP3 e a participação nos testes dos novatos da F1 de Abu Dhabi, pela Red Bull.

Nascido em Cascais, no Distrito de Lisboa, Costa começou a correr aos 8 anos de idade no kartódromo d’Évora, como conta em entrevista exclusiva ao Terra. Desde cedo ele acompanhava os passos do irmão, Duarte Félix da Costa, que entre 2004 e 2005 competiu na Fórmula BMW e que atualmente é sócio da agência que administra a imagem de António.

Na linha da sucessão da Red Bull, Costa aparece como um nome a ser levado em consideração pela Toro Rosso, equipe ligada à companhia que confirmou o australiano Daniel Ricciardo e o francês Jean-Éric Vergne como titulares para 2013. Antes de estrearem na elite do automobilismo mundial, Ricciardo e Vergne foram vice-campeões da World Series.

António pode se tornar apenas o sexto português a competir na F1, juntando-se a Pedro Chaves, Mário Araújo de Cabral, Casimiro de Oliveira, Pedro Lamy e Tiago Monteiro. O jovem confia em suas condições – superiores aos dos colegas – para mudar o cenário monoesportivo no país, com ampla cobertura somente ao futebol.

“Creio que aos poucos os jornais generalistas e de futebol começam a abrir mais os olhos e entender que poderei não só chegar à Fórmula 1, como fazer uma carreira de sucesso. É isto que sempre faltou pois infelizmente os pilotos portugueses que entraram na Fórmula 1 correram por equipas pequenas e os resultados não foram vitórias, mas isso não se deveu à falta de serem bons pilotos, e sim à falta de condições e carro”, afirma.

Até aqui, o melhor resultado da história de Portugal na F1 foi de Monteiro, que hoje auxilia na carreira de Costa. Tiago foi terceiro colocado no GP dos Estados Unidos de 2005, em Indianápolis, pela Jordan. Na ocasião, apenas seis pilotos participaram da prova, todos equipados com pneus da Bridgestone, já que as equipes ligadas à Michelin desistiram de competir por falta de segurança.

Questionado sobre futebol, Costa afirma apreciar o esporte, mas ressalta não torcer de uma forma tão intensa. “Apoiante do Benfica”, conforme define, ele foge da constante comparação entre o português Cristiano Ronaldo e o argentino Lionel Messi, indicados pela Fifa como os dois melhores jogadores do mundo de 2012. “Gosto do Cristiano Ronaldo mas não ponho nem à frente nem atrás do Messi, ambos são o topo que há no mundo, isso sim é indiscutível”, analisa.

O sonho de Costa é também figurar no topo do mundo um dia. Com um discurso ousado, ele lembra que “Portugal vive uma enorme crise financeira e precisa urgentemente criar referências para subir a autoestima de um pais que está muito desmoralizado”. Parte dessa autoestima pode vir com seu sucesso nas pistas. “Que melhor desporto que a Fórmula 1? Nenhum e é para isso que trabalho diariamente”, afirma.

Uma das nações mais atingidas pela crise econômica da Zona do Euro, Portugal vive recessão e em novembro de 2012 tinha uma taxa de desemprego que atingia 16,3% da população economicamente ativa – em outubro, o índice era de 39,1% entre os menores de 25 anos.

Confira os cinco pilotos que representaram Portugal na história da Fórmula 1:

Casimiro de Oliveira: 1 participação pela equipe Privé no GP de Portugal de 1958; não se qualificou para a corrida

Mário Araújo de Cabral (“Nicha” Cabral): 4 participações pela Cooper (3 GPs) entre 1959 e 1963 e um GP pela Derrington-Francis Racing Team em 1964; melhor resultado foi a 10ª colocação no GP de Portugal de 1959

Pedro Chaves: 14 participações pela equipe Coloni Racing Srl em 1991; não se qualificou para nenhuma corrida

Pedro Lamy: 32 GPs entre 1993 e 1996; correu por Lotus e Minardi; melhor resultado foi a sexta colocação no GP da Austrália de 1995

Tiago Monteiro: 37 GPs entre 2005 e 2006; correu por Jordan, Midland e Spyker; melhor resultado foi a terceira colocação no GP dos EUA de 2005

Fonte: Terra
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