Quase novato, Grosjean elogia Raikkonen: "tenho muito a aprender"
6 fev2012 - 10h06
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O francês Romain Grosjean está prestes a disputar pela primeira vez uma temporada completa de Fórmula 1, como um dos titulares da Lotus, e quer aproveitar a oportunidade para aprender com seu companheiro de equipe, o finlandês Kimi Raikkonen.
"Não conhecemos muito dos pneus Pirelli ainda, mas acho que de qualquer jeito tenho muito a aprender com Kimi", afirmou Grosjean. "Precisamos trabalhar juntos e fazer a equipe ganhar força, que é nosso principal objetivo. Estou muito feliz de estar aqui e ser companheiro dele. Será bom para mim e também para o resto do time, por isso espero que consigamos algo grande este ano".
O francês, 25 anos, só competiu na F1 quando a fornecedora oficial era a Bridgestone - foi em 2009, quando substituiu o demitido Nelsinho Piquet na Renault e, em sete corridas, não marcou pontos.
Assim como Grosjean, Raikkonen não tem experiência com a Pirelli, que passou a ser a fornecedora única da categoria em 2011. O finlandês, 32 anos, foi campeão na elite do automobilismo em 2007, ficou dois anos afastado da série e retorna aos monopostos após disputar o Campeonato Mundial de Rali (WRC). Em janeiro, ele fez um treino e Valência com o Renault R30, modelo da temporada de 2010, para se adaptar aos pneus.
No ano passado, o francês foi campeão da GP2 e participou de treinos livres da F1 pela mesma equipe, então chamada de Lotus Renault. Com bom desempenho, ele ganhou a disputa com o brasileiro Bruno Senna pela vaga de titular para 2012.
"Com certeza 2011 foi um ano fantástico para mim, com o título na GP2 e depois com a participação nos treinos livres. Estou me sentindo bem neste começo de ano e estou muito feliz por fazer parte dessa equipe", disse Grosjean, de olho nos testes de pré-temporada da F1, que começam nesta terça-feira no circuito espanhol de Jerez de la Frontera.
Ninguém ganha nada sozinho, e a Fórmula 1 sabe bem disso. Ao longo das décadas, pilotos talentosos foram engolidos por equipes fracas, investimentos ralos, mecânicos e engenheiros estabanados. Por isso, para que Sebastian Vettel chegasse ao topo da categoria, contou por anos com uma equipe experiente, capacitada e talentosa. Conheça o "batalhão" - de famosos e anônimos - que ajudou a levar Vettel ao bicampeonato mundial:
Foto: Getty Images
Guillaume Rocquelin (engenheiro de corrida de Vettel): chamado de "Rocky" por Vettel, Rocquelin é o principal responsável pela ligação entre a equipe e o desempenho do piloto no asfalto; ex-engenheiro de pista de David Coulthard, é um dos leitores da telemetria do alemão da Red Bull, cuidando do acerto do carro e do bom funcionamento do equipamento no fim de semana
Foto: Getty Images
Paul Hembery (diretor esportivo da Pirelli): o inglês começou a trabalhar na Pirelli em 1992, mas passou a ter grande importância na F1 em 2011, quando a fabricante italiana passou a ser a única fornecedora de pneus da categoria; ainda que todos os pilotos recebam os mesmos compostos, Sebastian Vettel e a Red Bull mostraram incrível adaptação à nova marca - que o diga Michael Schumacher, que sofre com a questão desde sua volta à Fórmula 1
Foto: Getty Images
Tommi Parmakoski (fisioterapeuta): finlandês, o ex-fisioterapeuta de Sebastian Vettel cuidava da parte física do piloto, agendando treinamentos e exercícios para o atual bicampeão; até o final de 2011, era Parmakoski o responsável pelo bem-estar físico do alemão, ajudando a programar seu sono e até mesmo sua alimentação nos finais de semana
Foto: Getty Images
Rob Marshall (chefe de design da Red Bull): o jornal inglês The Sun já chamou Marshall de "as asas por trás da Red Bull", e com razão: o designer da equipe vai a poucas corridas por ano, mas é considerado um dos grandes responsáveis pela estabilidade do carro, graças a fatores acertados na concepção como o centro de gravidade
Foto: Getty Images
Ian Morgan (diretor de engenharia de corrida da Red Bull): ex-engenheiro da equipe West na Fórmula 3000, é um homem próximo aos cabeças da Red Bull nas corridas; é ele quem coordena os engenheiros de corrida (Guillaume Rocquelin para Vettel, e Ciaron Pilbeam para Mark Webber), além de programar todos os testes de pré-temporada da equipe e até mesmo coordenar os trabalhos de boxes
Foto: Getty Images
Paul Monaghan (diretor de engenharia de corridas e testes): mais um dos homens fundamentais na pré-temporada da Red Bull; além de trabalhar na logística dos testes, ajuda no desenvolvimento de peças e sistemas que são adotados (ou não) pelos carros
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Jonathan Wheatley (diretor-geral da Red Bull): ex-mecânico de Michael Schumacher na Benetton, Whatley foi mecânico chefe da Renault e hoje é um dos homens com contato direto com Sebastian Vettel e Mark Webber ao longo da corrida; coordenador experiente de ações em equipes, já conquistou seis títulos com pilotos
Foto: Getty Images
Helmut Marko (consultor da Red Bull): ex-piloto da F1 (sem muito sucesso) na década de 70, o austríaco perdeu a visão de um olho após um acidente com Emerson Fittipaldi em 1972; como dirigente, era agente de nomes como Gerhard Berger, antes de fundar a equipe RSM Marko na Fórmula 3000 - que viraria Red Bull Júnior e que o levaria a encabeçar o programa de desenvolvimento de jovens pilotos da Red Bull, de onde surgiu Vettel. Ainda hoje, é figura presente junto à Red Bull na F1
Foto: Getty Images
Dietrich Mateschitz (dono da Red Bull): o bilionário por trás da empresa de energéticos que dá nome equipe. Materschitz, austríaco de origem balcânica, comprou a equipe Jaguar em 2004, e pouco a pouco construiu a escuderia mais poderosa da F1 atual, contratando nomes como Adrian Newey (ex-Williams e McLaren) para chegar ao topo. Investe em entretenimento e colhe frutos como poucos.
Foto: Getty Images
Christian Horner (chefe de equipe da Red Bull): considerado um fenômeno na tomada de decisões, Horner é o principal elo de ligação entre Dietrich Mateschitz e o restante do time, e quem dá a palavra final nas operações da Red Bull na F1; o bem-humorado inglês, ex-piloto e ex-dirigente da Fórmula 3000, assumiu o posto de dirigente ainda jovem, no final da década de 90, e foi uma aposta da própria Red Bull em 2005, quando foi alçado à elite do automobilismo mundial
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Norbert Vettel (pai): figura presente em diversas corridas na Fórmula 1, Norbert Vettel passou para o filho sua paixão pelo automobilismo; ex-competidor de corridas off-road, ele chegou a vender um de seus carros para permitir que Sebastian pudesse iniciar nas competições, e até mesmo conseguiu apresentar o então jovem kartista durante a infância a Michael Schumacher
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Adrian Newey (engenheiro-chefe do departamento de projetos): considerado um dos grandes projetistas da história da Fórmula 1, foi ele o principal responsável pela aerodinâmica dos carros que asseguraram a Vettel os títulos de 2010 e 2011 na categoria; em seu currículo, conta com títulos de pilotos em 1992 (Nigel Mansell), 1993 (Alain Prost), 1996 (Damon Hill), 1997 (Jacques Villeneuve), 1998 e 1999 (Mika Hakkinen)
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Mark Webber (companheiro de equipe na Red Bull): o experiente australiano mostrou talento em suas passagens por equipes como Minardi, Williams e Jaguar, até chegar à Red Bull; com o novo companheiro, mesmo sem esbanjar amizade, conseguiu passar dados e até mesmo disputar de forma absolutamente justa o título mundial de 2010 - conquistado por Vettel em uma lição de fair play à categoria
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Tim Malyon (engenheiro de performance da Red Bull): Malyon é um dos homens responsáveis pela leitura da telemetria dos carros da equipe; graças a ele e às conversas com os pilotos, a equipe sabe quais peças são testadas com mais eficiência, acrescentando ou diminuindo o arrasto, a aderência, a aceleração e outros detalhes que decidem a favor de Sebastian Vettel nos últimos anos
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Stefano Sordo (diretor de tecnologia da Red Bull): ex-engenheiro de corrida de Enrique Bernoldi na Arrows em 2002, Sordo trabalhou na Jaguar e foi um dos mantidos na equipe quando ela foi vendida à Red Bull; hoje, é um dos nomes que cuidam dos detalhes tecnológicos do carro, ajudando na transmissão de dados e fazendo com que Sebastian Vettel e Mark Webber praticamente não sofram panes ao longo das corridas
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Peter Prodromou (chefe de aerodinâmica): o britânico se formou em engenharia aeronáutica no ano de 1991, e conseguiu uma vaga na McLaren aos 22 anos, subindo pouco a pouco na hierarquia da equipe de Woking; quando saiu do time em 2005 para a Red Bull, levou dados e informações para a nova equipe, onde ajudou a desenvolver o trabalho no túnel de vento de forma decisiva
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David Coulthard (conselheiro): como piloto, o escocês passou por Williams, McLaren e Red Bull; aposentado da Fórmula 1 em 2009, Coulthard hoje corre pela DTM sem se distanciar da Red Bull - ele é uma espécie de embaixador do time austríaco, correndo em exibições, e trabalha indiretamente como conselheiro de Vettel.
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Michael Schumacher (ídolo): Sebastian Vettel começou a correr de kart em 1995, aos sete anos, meses após Schumacher conquistar o título de 1994 na Fórmula 1 - o primeiro de seus sete; o jovem alemão da Red Bull já afirmou antes que tinha como ídolos de infância três "Michael": Michael Schumacher, Michael Jackson e Michael Jordan
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Sebastian Vettel (piloto): não adiantaria ter investimentos gigantescos e uma equipe experiente se o piloto não fosse talentoso e arrojado; Sebastian Vettel já mostrava capacidade e velocidade quando era piloto de testes da BMW-Sauber ou titular da Toro Rosso - mas chegar à Red Bull e encontrar um time em ascensão, com uma seleção de funcionários, deu um empurrão a mais na famosa "peça" entre o volante e o banco