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Relembre 7 equipes que tentaram entrar na F1 e não conseguiram

2 abr 2013 - 12h54
(atualizado às 14h34)
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<p>Honda testou carro no fim da década de 90 (foto), mas morte de engenheiro adiou planos da equipe</p>
Honda testou carro no fim da década de 90 (foto), mas morte de engenheiro adiou planos da equipe
Foto: Getty Images

Os boatos de uma suposta nova equipe na Fórmula 1 em 2014 pegaram bastante gente de surpresa. No fim das contas, a Dupont F1 era apenas uma estratégia de marketing para que Julia Wurz (mulher de Alexander Wurz) lançasse um romance ambientado no dia a dia da categoria máxima do automobilismo mundial. Porém, deixou muita gente na expectativa de novidades no grid de largada do próximo ano.

Não foi a primeira vez, é claro. Ao longo de décadas, a Fórmula 1 conviveu com boatos de novos times que poderiam entrar na categoria. Até que os anúncios se concretizassem, porém, problemas com prazos e patrocinadores colocaram por terra muitas aspirações. E alguns destes casos ficaram famosos. Relembre sete deles:

DAMS (1996)

A equipe, encabeçada por René Arnoux e Jean-Paul Driot, corre com sucesso em categorias de acesso, mas não conseguiu seu acesso à F1 na década de 90. Entre 1994 e 1995, os engenheiros da equipe trabalharam em um carro para a temporada de 1996 da F1. O modelo ganhou nome (DAMS GD-01), cores (azul, branco e amarelo) e pilotos (Érik Comas, Emmanuel Collard e Jan Lammers), mas nunca correu.

Com chassis Reynard e motores Ford, a equipe colocou seu carro de testes na pista no meio de 1995. Porém, com poucos patrocínios e design já obsoleto em relação aos times que competiriam em 1996, mostrou-se pouco competitivo. Assim, a DAMS também cancelou seus planos de correr na F1.

Dome (1997)

<p>Marco Apicella: depois de pilotar pela Jordan em 1993 (foto), poderia voltar à F1 pela Dome</p>
Marco Apicella: depois de pilotar pela Jordan em 1993 (foto), poderia voltar à F1 pela Dome
Foto: Getty Images

A história começou em 1995, quando Tadashi Sasaki (então engenheiro da Minardi) se juntou à Dome, construtora de protótipos de corrida que pretendia chegar à F1. Ao lado de Akiyoshi Aku, Sasaki começou a trabalhar no modelo Dome F105, que pretendia chegar à F1 em 1997. Para isso, a equipe contava com peças usadas em equipes nas temporadas 1994 e 1995, e até mesmo com o apoio da Honda, fora da F1 desde 1992.

Lançado em março de 1996, o carro logo ganhou pilotos para pilotá-lo: o italiano Marco Apicella (campeão da Fórmula 3000 japonesa) e os japoneses Shinji Nakano e Naoki Hattori. Em ação, porém, o Dome F105 mostrou uma concepção ruim, gerando críticas dos pilotos – em especial de Apicella.

No segundo semestre de 1996, sem patrocinadores que a ajudassem a evoluir o carro, a Dome anunciou a desistência de chegar à F1. Apicella (que correu uma prova pela Jordan em 1993) e Hattori (com dois GPs pela Coloni em 1991) jamais voltaram à categoria máxima do automobilismo, enquanto Nakano correu por Prost e Tyrrel nos anos seguintes.

Honda (1999)

Sim, a Honda esteve na Fórmula 1, inclusive com vitórias. Mais especificamente, em dois períodos: de 1964 a 1968 e de 2006 a 2008. Entre as duas passagens, porém, a montadora japonesa chegou a especular uma entrada para a temporada de 1999, depois de temporadas de sucesso fornecendo motores para equipes como McLaren e Jordan.

<p>Jos Verstappen chegou a testar o carro da Honda em Jerez (foto), onde desempenho foi competitivo</p>
Jos Verstappen chegou a testar o carro da Honda em Jerez (foto), onde desempenho foi competitivo
Foto: Getty Images

Para isso, em 1998, a equipe contratou Harver Postlethwaite (então responsável pelos carros da Tyrrell), que teria a incumbência de criar o modelo para o time. Postlethwaite não decepcionou e criou o modelo RA099, construído pela italiana Dallara. Em fevereiro de 1999, o carro chegou a ser testado pelo holandês Jos Verstappen em Jerez de la Frontera.

Na pista, o carro da Honda se mostrou competitivo, superando marcas de equipes que figuravam nas posições intermediárias. Porém, a morte de Postlethwaite em abril de 1999 (com a temporada já em andamento) abortaram os planos da equipe, que havia adiado a estreia e que optou por apenas fornecer motores pelos anos posteriores.

Phoenix Finance/DART Grand Prix (2002)

Após a falência da Prost GP, o consórcio Phoenix Finance (liderado por Charles Nickerson, amigo pessoal de Tom Walkinshaw) comprou o espólio do time de Alain Prost e tentou entrar na Fórmula 1 com a temporada de 2002 em andamento – mais especificamente no GP da Malásia, o segundo do calendário.

Para tal, a equipe (rebatizada de DART) contaria com motores usados pela Arrows de Tom Walkinshaw em 1998 e colocaria Tarso Marques e Gastón Mazzacane em seus carros. Porém, acabou barrada pela FIA, que cobrava uma inscrição financeira para aceitar o time – que Nickerson acreditava ter pago ao comprar os carros da Prost.

Prodrive (2008)

<p>David Richards (à direita) tentou colocar a Prodrive na F1 em várias ocasiões, mas falhou em todas</p>
David Richards (à direita) tentou colocar a Prodrive na F1 em várias ocasiões, mas falhou em todas
Foto: Getty Images

David Richards, ex-Benetton, Tyrrell e BAR, seria o chefe de equipe da Prodrive, equipe com razoável tradição em ralis. A meta em 2006 era entrar na Fórmula 1 em 2008. E para tal, até nomes como Fernando Alonso (em crise na McLaren em 2007), Felipe Massa e Pedro de la Rosa foram cogitados. Os carros contariam com motores da Mercedes.

A iniciativa impressionou Max Mosley, então presidente da FIA, deixando de lado candidaturas de equipes como Direxiv e Carlin. No entanto, a demora nos acertos da equipe passou a deixar Mosley preocupado. Aí, quando a FIA fechou o cerco com equipes compradoras de chassis, em virtude do Pacto de Condórdia, a Prodrive acabou anunciando o “adiamento” de seus planos.

Desde então, Richards já apareceu nos holofotes para anunciar intenções. Para 2008, queria Pedro de la Rosa e Lucas di Grassi como pilotos. Em 2009, queria comprar o espólio da Honda (que virou Brawn GP). Em 2010, tentou recolocar a Aston Martin na F1 (onde esteve em 1959 e 1960). No mesmo ano, surgiu como potencial comprador da Renault (hoje Lotus).

USF1 (2010)

<p>Na USF1, James Rossiter (foto) e José María Lopez seriam os pilotos, mas equipe não saiu do papel</p>
Na USF1, James Rossiter (foto) e José María Lopez seriam os pilotos, mas equipe não saiu do papel
Foto: Getty Images

Há alguns anos que se fala em uma equipe dos EUA na F1, mas a história passou a ser real em 2009, quando a FIA aceitou a entrada de novos times no grid. Na época, foram aceitas Lotus Racing (atual Caterham), Manor (que virou Virgin, atual Marussia), Campos-Meta (que virou Hispania e fechou as portas como HRT) e a USF1. No entanto, não faltaram dúvidas sobre o time da Carolina do Norte.

Em dezembro de 2009, o jornalista Peter Windsor (ex-diretor de Ferrari e Williams) anunciou que a equipe iria iniciar os testes de seu carro, o Type1. O time queria contar com dois pilotos americanos (Danica Patrick foi cogitada), mas os pilotos anunciados foram o argentino José Maria Lopez e o britânico James Rossiter.

A desconfiança da categoria, porém, se justificou. Em fevereiro, sem novidades e sem dinheiro, a USF1 pediu à Formula One Management (FOM) para estrear no decorrer da categoria. Foi vetada e jamais saiu do papel.

Stefan GP (2010)

A equipe da Sérvia, encabeçada por Zoran Stefanovic, já havia feito tentativas de entrar na F1 na década de 90, mas nunca tão efetivas quanto a de 2010. Em novembro de 2009, após o anúncio de que a Toyota deixaria a categoria, Stefanovic tentou comprar o competitivo carro que a equipe germano-japonesa já havia criado para 2010.

A Stefan não conseguiu, já que o Pacto de Concórdia havia sido assinado prevendo a presença de 13 equipes para a temporada 2012 – apenas 12 correram, já que a USF1 foi aceita e abandonou. Sem desistir, Stefanovic tentou uma fusão com a equipe americana, mas também não conseguiu. A F1 até abriu as portas para novas equipes em 2011, mas nenhuma das candidatas – incluindo a Stefan GP – atingiu os requisitos mínimos.

Em meio a muitas promessas de testes e lançamentos, a equipe chegou a anunciar a contratação do japonês Kazuki Nakajima (ex-Williams) como piloto oficial. Jacques Villeneuve seria seu companheiro e Pastor Maldonado seria o piloto reserva. Mike Coughlan, o ex-engenheiro da McLaren que espionou a Ferrari em 2007, também foi prometido.

Fonte: Terra
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