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Sem dinheiro, promessa agradece chance na Sauber e idolatra Senna

2 fev 2013 - 11h31
(atualizado às 12h38)
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Vencedor de três títulos consecutivos nas últimas três temporadas – Fórmula BMW Europeia, Fórmula Renault Europeia e World Series by Renault –, Robin Frijns está no passo final antes de estrear na Fórmula 1. Anunciado como reserva da Sauber para a temporada 2013, o piloto holandês, 21 anos, agradece a oportunidade depois de dizer que não tinha dinheiro para oferecer no caminho rumo à elite do automobilismo mundial, confiando apenas no "talento".

Atual campeão da World Series by Renault, Robin Frijns foi contratado como reserva da Sauber
Atual campeão da World Series by Renault, Robin Frijns foi contratado como reserva da Sauber
Foto: Getty Images

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No ano passado, Frijns se tornou o primeiro piloto a conquistar a World Series em sua temporada de estreia desde o polonês Robert Kubica em 2005. Em entrevista ao Terra, o holandês admite a surpresa por ter batido, com a equipe Fortec Motorsports, pilotos mais experientes como o francês Jules Bianchi e o alemão Sam Bird, respectivamente reservas de Force India e Mercedes na F1.

Na corrida final, na Catalunha, Frijns se envolveu em uma manobra polêmica ao tocar em Bianchi quando ambos disputavam o título e a quarta posição da prova. O francês abandonou a prova e acusou o rival de ter provocado o acidente propositadamente. Na ocasião, o holandês seguiu na prova e terminou no sétimo lugar – punido, ele caiu para 14º, porém confirmou o título com cinco pontos de vantagem sobre Bianchi.

Com um grande retrospecto nos últimos anos, o holandês foi eleito o nono melhor piloto de 2012, entre todas as categorias, na lista anual da revista britânica Autosport. Querendo mais independência em suas decisões, ele disse ter recusado convites para integrar o Red Bull Junior Team e em novembro passado deu uma declaração controversa para justificar a decisão em entrevista ao jornal holandês De Telegraaf: “eles te tratam como um cão”.

Ao Terra, o jovem nega ter dito essas palavras e explica simplesmente que não considerava o programa de desenvolvimento da Red Bull como a melhor opção para o futuro. Logo depois, ele assinou contrato para ser reserva do alemão Nico Hulkenberg e do mexicano Esteban Gutiérrez na Sauber.

A escuderia suíça, a mesma pela qual o finlandês Kimi Raikkonen e o brasileiro Felipe Massa estrearam na F1, costuma dar oportunidades a “jovens talentosos”, conforme lembra Frijns, que espera também ele receber uma chance “em breve”. Em um cenário de crise econômica internacional que aumentou a presença de “pilotos pagantes” na F1, Frijns não tem patrocínios de peso.

Antes dos testes de novatos de Abu Dhabi em 2012, o holandês disse que contava apenas com o seu “talento”. À emissora americana ESPN, ele explicou que só competiu na World Series graças aos 500 mil euros (R$ 1,3 milhão) recebidos após o título na Fórmula Renault Europeia no ano anterior.

Na ocasião, Frijns se dizia com o futuro indefinido visto que também não teria verba para defender o título na categoria de acesso à F1. Agora na Sauber, o holandês pode se preocupar simplesmente com pilotar – função em que o tricampeão mundial Ayrton Senna, a quem chama de “ídolo”, era especialista. “O modo como ele pensava e falava sobre automobilismo verdadeiramente me inspiraram”, discursa o jovem, que também pode competir na GP2 nesta temporada.

Confira a entrevista com o piloto holandês Robin Frijns:

Terra – No ano passado você venceu a World Series by Renault como novato e conseguiu seu primeiro teste e contrato com uma equipe da Fórmula 1. Foi muito mais do que você esperava quando o ano começou?

Robin Frijns – Sim, é claro! Estou fazendo o melhor que posso e tenho o foco no meu trabalho e nos meus objetivos. Antes da temporada eu pensei que terminar como top 5 (da World Series) seria muito bom, mas o ano foi simplesmente sensacional!

Terra – Antes do teste de novatos de Abu Dhabi você disse que colocava o futuro em jogo porque não tinha dinheiro e precisava confiar puramente no talento. O que você acha da política de “pilotos pagantes” que se tornou normal na F1 e onde você acha que a Sauber está localizada nesse contexto?

Robin Frijns – Agora é uma época diferente do que era alguns anos atrás. Há cada vez mais dinheiro envolvido no mundo da F1. É uma pena, mas você não pode mudar isso, é simplesmente o modo como isso acontece. A Sauber é uma das melhores equipes para você começar sua carreira na F1. Eles dão a jovens e talentosos pilotos a chance de provar seu talento. Então tomara que eu tenha minha chance em breve. Eu quero fazer o melhor possível para mim e para o time!

Terra – Neste ano você disse que havia recusado duas vezes a entrada no programa de desenvolvimento da Red Bull. Uma frase atribuída a você dizia que lá “os pilotos são tratados como um cachorro”. Você tem mais liberdade trabalhando na Sauber?

Robin Frijns –

Em primeiro lugar eu nunca disse nada como esta frase! Eu simplesmente penso que não teria sido a escolha certa.

Terra – A Holanda teve 13 pilotos na história da F1 e apenas dois pódios, ambos com Jos Verstappen. Como você começou no automobilismo e se interessou por um esporte que não é tão tradicional em seu país? Quem é o seu maior ídolo?

Robin Frijns – Ninguém em minha família estava envolvido no esporte a motor, mas eu sempre amei a velocidade, então eu comecei a andar de kart quando tinha sete anos de idade. Naquela época eu realmente não tinha um ídolo porque não entendia completamente o que estava fazendo. Com 14 ou 15 anos assisti a alguns filmes sobre Ayrton Senna. O modo como ele pensava e falava sobre automobilismo verdadeiramente me inspiraram. Ele se tornou meu ídolo sendo que era e ainda é uma lenda!

Terra – Na última etapa da World Series, na Catalunha, você teve um acidente com Jules Bianchi que você definiu como um “incidente de corrida”. Por outro lado, Bianchi disse que você o jogou “completamente” para fora da pista. Você e Bianchi são classificados como grandes promessas da F1. Há uma rivalidade entre vocês depois desse acidente? Você conversou com ele sobre o assunto?

Robin Frijns – Não falei com Jules depois do acidente na Catalunha. Para mim foi um incidente de corrida. A porta estava aberta e eu entrei, estávamos lado a lado. Se eu vejo um espaço eu vou atrás dele!  

Fonte: Terra
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