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Sem glamour, compatriota de Hamilton passa despercebido em SP

16 nov 2015 - 09h12
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Poucos perceberam a presença do inglês William Stevens no Autódromo de Interlagos durante o Grande Prêmio do Brasil. O piloto da nanica Manor, compatriota do tricampeão Lewis Hamilton, está acostumado a viver finais de semana sem glamour na Fórmula 1 e, a uma etapa do fim do Mundial, ainda não renovou seu contrato.

A diferença de investimento entre as equipes é fácil de perceber. O escritório da campeã Mercedes, posicionado em área nobre do autódromo, é sofisticado e concorrido. Já a base da Manor, armada no final do paddock, passa despercebida, assim como os pilotos Will Stevens e Alexander Rossi.

Ouvir as declarações de Hamilton é um exercício de persistência, paciência e estreita convivência com jornalistas do mundo inteiro, espremidos como se em um vagão lotado estivessem. No outro extremo do paddock, os pilotos da Manor nem sequer comparecem às entrevistas divulgadas pela assessoria de imprensa da equipe, já que geralmente não há interessados em falar com eles.

De mochila nas costas, prestes a deixar o autódromo paulistano, o pequenino Will Stevens atendeu a Gazeta Esportiva. Para o inglês de 24 anos, penúltimo colocado em Interlagos, o Grande Prêmio do Brasil foi um sucesso, já que ele atingiu seu único objetivo.

“O máximo que posso alcançar no momento é bater meu companheiro de equipe e é isso que tenho me esforçado para fazer”, disse Stevens, que completou a prova quatro voltas depois do compatriota Hamilton, o segundo colocado. “Independentemente de qualquer coisa, atuo sempre com profissionalismo e faço o melhor possível”, afirmou.

Stevens, de fato, precisa fazer o melhor, já que ainda não garantiu a permanência na Fórmula 1 em 2016 – a Manor é a única equipe que segue sem anunciar sua dupla. O time vive um momento de mudança, marcado pelas saídas de John Boot, chefe do time, e Graeme Lowdon, diretor esportivo, anunciadas em Interlagos.

Sucessora da Marussia, equipe defendida pelo falecido Jules Bianchi, a Manor não conseguiu participar do Grande Prêmio da Austrália, prova de abertura da temporada 2015. O time vem sendo bancado pelo empresário norte-americano Stephen Fitzpatrick.

Com orçamento diminuto, o melhor resultado de Will Stevens em 2015 foi o 13º lugar, alcançado justamente na Inglaterra. Durante as provas, o piloto vê incessantemente a bandeira azul, exibida pelos fiscais de pista para dar passagem aos carros mais rápidos. Ainda assim, está satisfeito com a chance de disputar a primeira temporada completa na cobiçada Fórmula 1.

“Passei muitos anos tentando entrar e é incrível o quão rápido você se sente parte do esporte. Estamos chegando ao final da temporada e foi um ano realmente bom para mim. Em Abu Dhabi, vou continuar trabalhando duro para garantir minha permanência no grid em 2016”, afirmou.

Na Fórmula 1, Will Stevens tem a oportunidade de conviver, ainda que de longe, com o compatriota Lewis Hamilton, único inglês com três títulos mundiais na categoria. No futuro, o atual piloto da Manor espera encurtar a distância em relação ao astro da Mercedes.

“O Lewis está fazendo um trabalho fantástico no momento, vive uma grande fase. Eu o admiro por tudo que já alcançou. É uma grande pessoa e mereceu conquistar seu terceiro título mundial”, disse Stevens, de mochila nas costas, antes de caminhar apressadamente para fora do paddock.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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