Sertões: dia mais longo tem inversão na liderança dos UTVs
Briga pela ponta da categoria "caçula" do rali se concentra entre as equipes Sacramento Racing e Divino Fogão Rally Team
A etapa mais longa do Rally dos Sertões foi realizada nesta quarta-feira, de Paracatu até São Francisco, em Minas Gerais. Com a conclusão da quarta especial da edição de 2014 do evento, apenas os UTVs tiveram mudanças na liderança, com José Hélio e Edmilson Camargo Jr. vencendo o dia e deixando para trás Rodrigo Varela e João Henrique Arena.
A dupla que inclui o pentacampeão das motos encerrou o percurso de 363 km de especial em 5h3min43s, três a menos do que os adversários do Divino Fogão Rally Team. As duas equipes devem disputar diretamente o título do rali, já que ampliaram a vantagem para André Sawaya e Eduardo Costa para mais de dez minutos.
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"Minha estratégia era andar forte hoje. tive uns imprevistos no caminho, trocar pneu, perdi algum tempo, mas ainda assim saí vitorioso. Não saí com o tempo que gostaria na frente, vou mudar um pouco a estratégia, mas foi tudo bem. Meu Polaris está dando tudo que eu preciso para disputar a liderança do rali. Assumindo ela, vou brigar até o fim", declarou Zé Hélio, que crê na polarização da disputa, mas não descarta surpresas desagradáveis pela frente. A visão é compartilhada por João Henrique Arena, navegador da dupla rival.
"O terceiro lugar está só 15 minutos atrás da frente. Isso, em uma maratona, são só duas trocas de pneu e uma correia", disse o navegador, que mostrou empolgação no duelo com um pentacampeão dos Sertões.
"A briga com o Zé Hélio está apimentando, está legal demais, a gente está adrenado dentro do carro, porque o cara já ganhou cinco vezes nas motos, é muito experiente e está sabendo mexer com a nossa cabeça. Ele está um minuto na frente na geral, larga na frente amanhã na maratona e a gente não sabe o que fazer, se vamos poupar e esperar ele quebrar ou se vamos tentar ir para cima. A gente nunca passou por isso, mas vamos tentar tirar uma experiência com o Reinaldo (Varela), que faz 30 anos que passa por isso", avaliou João Arena.
O pai de Rodrigo segue tentando recuperar os dez minutos perdidos por meio de uma penalidade, vencendo pelo segundo dia consecutivo após a punição. Esperançoso, o experiente piloto, que corre ao lado de Gustavo Gugelmin, deixou para trás Marcos Baumgart e Kleber Cincea na especial desta quarta-feira e agora tem como objetivo reduzir a vantagem para os líderes Guiga Spinelli e Youssef Haddad.
"A gente não desanima nunca. Como fui o primeiro carro, está muito difícil para passar as motos, UTVs e quadriciclos. Vamos ver se a gente consegue até o final uma disputa bem acirrada. Vamos ver se pegamos esse primeiro lugar (da maratona) de qualquer jeito", declarou Varela.
Com seis minutos de folga na liderança em relação ao segundo carro, Spinelli mostrou respeito aos concorrentes e projetou a maratona desta quinta-feira, segunda etapa mais longa desta edição do Sertões. Para ele, será importante encerrar o dia com o carro em boas condições.
"Sem dúvida temos que ser cautelosos, mas não podendo diminuir o ritmo. A diferença de tempo é muito apertada em relação aos três carros da mesma categoria, então a gente vai ter que andar rápido de qualquer maneira amanhã e nos outros dias provavelmente, mas tem que ter uma dose de cautela para que a gente não gere nenhum problema para o carro que comprometa o dia seguinte", analisou o tetracampeão do Sertões.
A disputa entre os quadriciclos teve momentos polêmicos nesta quarta-feira. Robert Nahas, segundo colocado da categoria, relatou um problema no percurso com o polonês Rafal Sonik, que registrou a melhor marca do dia, mas tomou uma penalidade 15 minutos pelo seu comportamento na pista.
Segundo relato de Nahas, o polonês tocou no seu quadriciclo e o jogou em um barranco, do qual o brasileiro conseguiu se recuperar e colocou seu veículo à frente. Regular, Marcelo Medeiros continua na frente na categoria.
Nahas, no entanto, mostrou otimismo com o seu quadriciclo após ajustar problemas técnicos que vinha tendo nas primeiras etapas.
"Viemos trabalhando desde o primeiro dia e ontem fizemos uma mudança bem maior. Consegui evoluir muito. Não estou com o quadriciclo perfeito, do jeito que eu gostaria, mas de ontem para hoje saí do inferno e entrei no céu. Já consegui andar, imprimir um ritmo legal e vamos ver amanhã", declarou o piloto, pensando na maratona.
Entre as motos, a briga continua concentrada entre Paulo Gonçalves e Marc Coma, que tem alternado vitórias a cada etapa. A vantagem continua sendo do espanhol, que ficou no segundo lugar do dia, mas viu o português se aproximar no resultado acumulado.
Gonçalves está a 2min4s de Coma, enquanto o brasileiro Jean Azevedo completaria o pódio se o rali acabasse nesta etapa.
