Baqueado, Brasil encara Croácia por campanha inédita no Mundial
16 dez2011 - 07h55
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Felipe Held
Direto de São Paulo
Após a decepção pela eliminação para a Espanha nas quartas de final do Campeonato Mundial feminino de handebol na quarta-feira, a Seleção Brasileira retorna ao Ginásio do Ibirapuera nesta sexta para melhorar sua participação no torneio. Diante da Croácia, às 14h30 (de Brasília), a equipe verde-amarela comandada por Morten Soubak vai em busca da quinta colocação e de uma despedida da competição com a cabeça erguida no domingo, com um feito inédito na história.
Desde o bom início do Mundial de São Paulo, o time brasileiro tinha como objetivo terminar no pódio do torneio. A derrota dramática por 27 a 26 para as espanholas estragou o sonho da Seleção, que agora tenta melhorar o resultado obtido há seis anos: o sétimo lugar conquistado na Rússia, campanha mais abastada do handebol nacional.
"O Mundial ainda não acabou para a gente", lembrou a pivô Dani Piedade, com um discurso muito parecido com as demais atletas da Seleção, que encantaram o Ginásio do Ibirapuera com a campanha invicta até o revés da última quarta. "Vamos nos concentrar e mostrar que podemos fazer uma grande campanha, mesmo não chegando às semifinais. Queremos o quinto lugar, que também é inédito", reforçou a armadora Deonise.
No entanto, não será tão simples assim esquecer o revés para a Espanha, em um caldeirão ensurdecedor no qual havia se transformado o Ibirapuera. Até mesmo porque a expectativa é de um público muito menor em relação aos 6 mil presentes no duelo de quartas de final. Em um jogo programado para as 14h30, ainda durante o horário comercial, é mais do que provável que a procura por ingressos seja baixíssima.
Mas, além disso, o dinamarquês Soubak está ciente do baque que a queda diante da Espanha produziu no elenco brasileiro. "A vida é um pouco diferente a partir de agora. Vamos tentar levantar da melhor maneira possível e enfrentar os próximos jogos", comentou o treinador da Seleção Brasileira.
A vitória sobre as croatas já transformaria, em questão de resultados, o desempenho brasileiro em São Paulo o melhor na história dos Mundiais. Isso porque as equipes vencedoras desta etapa decidirão no domingo quem terminará no quinto e no sexto lugar do campeonato. As que perderem brigarão pelo sétimo posto.
O rival mais provável em caso de triunfo contra as europeias será a Rússia, eliminada pela França na primeira das quatro partidas de quartas de final. As representantes do Leste Europeu, campeãs do último Mundial, enfrentarão Angola no primeiro jogo do dia no Ibirapuera, às 11h45.
Esporte rápido, cheio de gols e que vem chamando a atenção neste mês de dezembro com a realização do Mundial feminino no Brasil, o handebol também se destaca por outro motivo: os contatos físicos ao longo de 60 minutos de jogo. No importante torneio paulistano não tem sido diferente: as jogadoras vêm fazendo divididas incríveis, com direito a "porrada", "arranhões" e até algumas mãos-bobas - mas (quase) sempre no limite da esportividade. Veja a seleção feita pelo Terra
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
"Estamos acostumadas a levar porradas, na Europa é muito assim", conta a armadora brasileira Eduarda Amorim, a Duda, que vem recebendo muitos combates das adversárias ao longo do Mundial em São Paulo
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Duda,uma das estrelas do Gyor, da Hungria, muitas vezes precisa encarar um ferrenho bloqueio adversário para boas jogadas de ataque do Brasil e tira proveito do porte físico graças à altura de 1,86 m para levar a melhor sobre as rivais
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Também armadora, Deonise é outra que acaba sofrendo com os contatos físicos. "Sou uma jogadora que tenta muito a finta", explica a camisa 81
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Deonise, porém, reconhece que a função de armadora não é a que mais sofre combates das adversárias. "Muitas vezes temos a possibilidade de arremessar de longe, por cima da marcação. A Duda, por exemplo, é muito boa nisso", elogia
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Para Deonise, que defende o Itxako, da Espanha, a função de armadora acaba sendo mais "tranquila" em relação às trombadas. "As pivôs que acabam apanhando mais", segundo ela
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Pivô da Seleção Brasileira, Dani Piedade concorda com a companheira: "temos que dividir a defesa ou ocupar os espaços livres, então é sempre muito contato. Mas tudo muito limpo, sem maldade. Às vezes acontece um arranhão ou um choque mais duro, mas na maioria das vezes é sem querer". Confira mais fotos de incríveis disputas do Mundial feminino