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Contra Real Madrid, Guerrinha quer raça para diminuir ‘abismo técnico’

24 set 2015 - 19h30
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Campeão da Liga das Américas, o Bauru será o Brasil na Copa Intercontinental de Clubes. Neste fim de semana, a formação do interior paulista enfrentará o poderoso Real Madrid em dois duelos no Ginásio do Ibirapuera, com intuito de repetir o feito de Sírio (1979) e Flamengo (2014) e consagrar o basquete brasileiro no topo do mundo.

À frente do Bauru desde 2007, Guerrinha é um dos grandes responsáveis pelo crescente desenvolvimento do time. Integrante da Seleção campeã do Pan de 1987, o ex-atleta usufruiu da confiança e paciência da diretoria para desenvolver seu trabalho ao longo dos anos, e agora o clube, prestes a disputar o torneio mais significativo de sua história, colhe os frutos. Contudo, o técnico admite que o time não está tão preparado quanto o planejado para encarar um adversário tecnicamente superior, com mais recursos e repleto de estrelas das principais seleções mundiais e ex-atletas da NBA.

“É um clube que joga um campeonato nacional muito mais forte que o nosso. Se você me perguntar se estamos no ponto ideal para o Mundial, eu digo que não, de forma alguma. Poderíamos estar melhores, mas sofremos com lesões e ausências e não conseguimos dar o ritmo esperado. Estamos treinando juntos há uma semana, e o ideal seria preparar o time por pelo menos um mês para diminuir essa margem de diferença de elenco, de realidade. O Real Madrid é uma potência tão forte que está reivindicando jogar a NBA”, avaliou o treinador após o treino desta quinta, no qual repassou jogadas e ajustou detalhes táticos.

Os merengues já faturaram quatro títulos no Interclubes (1977, 1978, 1979 e 1981), sendo o último na capital paulista, contra o Sírio de Oscar Schmidt. Embora a tarefa do Bauru não seja fácil, Guerrinha assegurou que seus atletas compensarão o desnível com muita raça e vontade. “É do nosso querer diminuir essa diferença com muita disposição. Nossos jogadores são experientes e têm espírito para enfrentar situações decisivas. Vamos por esse caminho”, explicou.

Ao mesmo tempo em que a garra é uma arma importante para os bauruenses superarem os madrilenos, é uma preocupação de Guerrinha não deixar que os jogadores se entreguem totalmente ao lado emocional. Para atingir a meta, a comissão técnica estudou bastante as jogadas e características dos campeões europeus, e os atletas entrarão em quadra cientes do que os espera.

“Eles têm um jogo de transição forte e muita qualidade individual, buscam deficiências no adversário e sabem explorá-las. É um time que joga muito no racional, enquanto o brasileiro é mais emocional. Por isso, passamos bastante material para os jogadores. Temos o playbook, conhecemos o estilo de jogo individual e coletivo. Não cair apenas no emocional vai ser o nosso grande desafio na partida, porque contra eles, qualquer erro é fatal”, analisou.

Para seguir sua própria instrução e manter a cabeça fria diante do maior momento da história do Bauru, Guerrinha investe em aulas de yoga e pilates. “É minha 18ª temporada como técnico, então estou acostumado com situações assim. Mas essas aulas me ensinaram a preencher a cabeça com respiração, e tento usar essa técnica para tomar as decisões certas nos momentos decisivos."

O primeiro jogo do Mundial será nesta sexta, às 21h (de Brasília), e o embate decisivo será no domingo, às 12h, ambos no ginásio do Ibirapuera. Segundo o comandante, não será preciso empenhar esforços para incentivar seus comandados, pois a perspectiva de erguer o troféu de campeão mundial faz isso por si só. "O Bauru não precisa de motivação. Isso já está inserido no DNA deles. Afinal, quem não gostaria de estar em um jogo desses?", concluiu.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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