De olho em Londres, Brasil faz "jogo do abecedário" com Espanha B
- Henrique Moretti
- Direto de Foz do Iguaçu*
A Seleção Brasileira masculina de basquete estreia no Super Four de Foz do Iguaçu às 20h (de Brasília) desta quarta-feira contra uma Espanha sem astros da NBA como Pau Gasol, Marc Gasol, Serge Ibaka e José Manuel Calderón. É uma Espanha B, mas também poderia ser A caso o país não tivesse uma geração do calibre dos jogadores citados. Quem valoriza o adversário e tenta desfazer a confusão das letras "mas possivelmente até a aumenta" é o técnico do Brasil, Ruben Magnano.
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"Sim, é um time B. B por uma questão que há A e B no abecedário, porém é um time com muitos bons jogadores da ACB", afirma Magnano, ao mesmo tempo em que define a Liga Espanhola de Basquete (ACB) como a "segunda melhor do mundo", atrás somente da NBA.
O site da Federação Espanhola de Basquete (FEB) ajuda a esclarecer a questão, ainda que chame o time de outro nome: "Espanha 2014", uma referência ao ano no qual o Campeonato Mundial será disputado no país. Até lá alguns jogadores que enfrentarão o Brasil nesta quarta podem fazer parte do elenco principal; trata-se de "um grupo de futuro", como assinala a página da entidade.
Independentemente do nome, o fato é que o elenco já disputou o Super Four de Buenos Aires, na semana passada. "Demonstrou poder jogando de igual para igual com a Argentina lá dentro, então é um time que a gente tem de respeitar e fazer um jogo muito sério", analisa o armador Marcelinho Huertas.
Na última quinta-feira, a Espanha B perdeu por 93 a 81 para a Argentina, que seria campeã do torneio amistoso. Três dias depois, as equipes voltaram a se enfrentar, e os visitantes cegaram a abrir oito pontos de vantagem no terceiro quarto antes de caírem por 81 a 76.
"Desse time 90%, 95% jogam na ACB, eu poderia falar de um a um aqui", diz Huertas, que começou a atuar no basquete espanhol em 2004. Mas ele cita especificamente dois jogadores "de muita qualidade e velhos conhecidos": o ala Xabi Rabaseda, com quem atua no Barcelona, e o armador Pau Ribas, de quem foi companheiro no Caja Laboral.
Ambos não atuaram na Argentina e reforçam a equipe após serem liberados dos treinamentos da equipe principal, comandada por Sergio Scariolo, que se prepara para a Olimpíada em Madri. O time B tem média de idade de 25 anos e alguns jogadores mais experientes como David Doblas, 30 anos, pivô do Lagun Aro, mesmo clube de Raulzinho. "Tenho muita amizade com ele (Doblas) e enfrentei a maioria dos jogadores no ano passado. É um time jovem de muito talento, que está sem compromisso nenhum e vai vir para jogar com muita liberdade", avalia o armador reserva do Brasil.
"O amistoso com o Chile a gente só usou transição, então você acaba não treinando o que realmente tem que treinar, principalmente a parte tática", afirma o ala Alex, sobre o outro integrante do Super Four, superado pelo Brasil em Buenos Aires por 110 a 64. "O importante mesmo é enfrentar uma seleção mais gabaritada como a gente vai enfrentar aqui (em Foz)".
Alex não está confirmado na partida desta quarta, visto que se recupera de uma entorse sofrida na derrota por 80 a 74 para a Argentina, na final do último torneio amistoso. Já o também ala Marquinhos está "praticamente descartado" para o evento em Foz do Iguaçu, segundo Magnano, devido a uma contusão no abdome: assim, deve ficar fora também do duelo de quinta-feira, que pode valer o título ou o terceiro lugar.
O treinador da equipe espanhola é também B, o ex-pivô Juan Antonio Orenga, auxiliar de Scariolo. Curiosamente, a seleção A, campeã mundial em 2006, vice olímpica em 2008 e atual bicampeã europeia também enfrentará o Brasil em breve: em 6 de agosto, em Londres, pela quinta e última rodada da primeira fase da Olimpíada. Lá jogarão Ibaka, Calderón e os irmãos Gasol. Uma questão de abecedário.
* O repórter viajou a convite da Confederação Brasileira de Basquete (CBB)
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