PUBLICIDADE

Em enterro, ex-atletas exaltam "maestro" e "motivador" Ary Vidal

29 jan 2013 - 12h04
(atualizado às 13h10)
Compartilhar
Exibir comentários

Cerca de 100 pessoas, entre parentes, amigos, ex-atletas e ex-colegas, se despediram de Ary Vidal, ex-técnico da Seleção Brasileira de basquete, que foi enterrado na manhã desta terça-feira, no Rio de Janeiro. O treinador, que tinha 77 anos, morreu de insuficiência renal e cardíaca. Durante o velório, foram colocadas no caixão as bandeiras do Flamengo (clube o qual dirigiu durante boa parte da carreira), da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e do Brasil.

Ary Vidal foi enterrado na manhã desta terça, em cerimônia com cerca de 100 pessoas
Ary Vidal foi enterrado na manhã desta terça, em cerimônia com cerca de 100 pessoas
Foto: Mauro Pimentel / Terra

O treinador comandou a equipe na histórica campanha do ouro no Pan-Americano de Indianápolis (1987), com direito a vitória sobre os Estados Unidos na final.  Durante a cerimônia desta terça, ex-comandados e colegas de Vidal exaltaram o otimismo do treinador e como ele sabia como ninguém motivar um grupo.

"Ele conseguia tirar do atleta tudo que ele tinha de melhor, fazia o médio ser bom e o bom virar excepcional. Ele tinha um poder de enaltecer sempre coisas boas. Sempre pedia para não se falar em coisas negativas. Sempre estava a postos para levantar sua auto-estima. Ele que criou a escola brasileira de basquete, a escola dos contra-ataques. Nosso jogo alegre se deve ao Ary Vidal. Vai fazer muita falta", afirmou o treinador Miguel Ângelo da Luz. 

"Ele deixa uma semente que floresceu com extremo positivismo, que era marca registrade dele. Sempre fazia a gente acreditar na gente. Foi meu tecnico tanto no juvenil como no adulto. Aprendi muito com essa convivência intensa, em que a cada momento ele só me engrandecia, pois sempre puxava a gente para cima e nunca para baixo", afirmou Paulinho Villlas Boas, um dos integrantes da Seleção Brasileira de 1987, campeã pan-americana. 

Ex-presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, ressaltou os momentos em que Vidal dirigiu a Seleção quando ele comandava a entidade. "Vivemos ótimos momentos pela Seleção. Ele como técnico, na verdade, comandava sua equipe como um maestro comanda a sua orquestra. Possuía uma liderança natual muito grande, era muito apaixonado e detalhista em tudo o que fazia. Participou de uma época de um basquete romântico. Era o homem sempre que estava 10, 15 anos a frente do seu tempo.

Nascido no Rio de Janeiro em 1935, Ary começou a carreira como técnico de basquete no final da década de 50. Pela Seleção Brasileira masculina da modalidade, comandou o time nos Jogos Pan-Americanos de 1987, em Indianápolis (EUA), quando conquistou a medalha de ouro ao vencer os Estados Unidos na final por 120 a 115. No ano seguinte, na Olimpíada de Seul, conduziu o time de Oscar, Marcel e companhia ao quinto lugar. 

No último grande resultado conquistado à frente da Seleção, o treinador comandou a equipe na Olimpíada de 1996, em Atlanta (EUA), na qual conseguiu o sexto lugar. No total, foram 121 jogos, com 92 vitórias e 29 derrotas.

Com passagem também por diversos clubes do Brasil, como Vasco, Flamengo, Fluminense e Minas, Vidal foi campeão brasileiro em 1994, pelo Corinthians de Santa Cruz do Sul-RS. Dirigiu o basquete rubro-negro em 2009. Em outubro de 2012, sofreu um acidente vascular cerebral no Rio de Janeiro, em meio a diversos problemas de saúde.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade