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Franca dribla crise e já vê possível patrocínio para se manter no NBB

18 nov 2014 - 10h11
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Franca tem vivido dias de esperança no basquete. Com a tradicional equipe da cidade ameaçada de fechar as portas em razão da falta de patrocínio, a população se mobilizou e, em três dias, arrecadou R$ 9.064,66, após uma campanha divulgada na sexta-feira no site do time. A meta é chegar a R$ 230 mil em um mês, valor aproximado da folha salarial do elenco.

Os jogadores irão completar dois meses sem receber no próximo dia 20, caso os vencimentos de novembro não sejam pagos. Mas a crise pode ser driblada de outro modo. A diretoria negocia com dois possíveis investidores para assumir o lugar da Vivo, que arcava com 80% dos custos e encerrou o seu aporte em agosto.

Desde então, os dirigentes conseguiram o patrocínio pontual da EMS Genéricos, limitado aos playoffs do Campeonato Paulista. A empresa é uma das que pode vir a aumentar a exposição atual no uniforme do time e contribuir para quitar os salários. A informação foi confirmada ao LANCE!Net por meio de sua assessoria.

Os demais apoiadores são a Magazine Luiza e a Sabesp. Todo dinheiro doado pelos torcedores tem como objetivo pagar os salários e investir nas categorias de base. As quantias variam de R$ 10 a R$ 200, e os extratos podem ser acompanhados por qualquer um pelo site do projeto (querodoar.francabasquete.com.br).

– O retorno foi imediato. Os que souberam já começaram a colaborar. Vimos isso como uma possibilidade, um alento para que a equipe não acabasse, e a diretoria colocou em prática – disse ao L!Net o supervisor do Franca, Edu Mineiro.

Apesar dos atrasos salariais, a campanha da equipe no NBB não deixa a desejar. O grupo de Lula Ferreira perdeu apenas uma vez em quatro jogos, justamente para o Flamengo, atual bicampeão do torneio e campeão da Copa Intercontinental.

Contra Basquete Cearense, Brasília e Macaé, foram três triunfos. O time ocupa o quarto lugar, com 75% de aproveitamento. E os atletas garantem: o clima é o melhor possível.

– Os problemas não nos afetam em quadra de forma alguma. Somos uma mistura de jovens e adultos. Todos estão por dentro da situação, mas não tem tempo ruim – disse o armador Helinho, que aponta como meta a classificação entre os quatro primeiros no torneio, para garantir vaga na Liga das Américas e na Liga Sul-Americana.

O Franca é um dos times de maior tradição no basquete brasileiro. A galeria de títulos inclui 11 nacionais, 11 estaduais, seis continentais e dois vices mundiais.

Equipe vai às ruas para mobilizar a população

A tradição de mais de 60 anos é um dos trunfos do Franca para mobilizar os torcedores a apoiar a equipe enquanto um novo patrocínio não é fechado. Ontem, os atletas saíram em carreata pela cidade para ajudar a divulgar a campanha “Franca Patrocina Franca”. Um dos objetivos é aumentar o quadro de sócios-torcedores, atualmente com 800 adeptos, segundo Edu Mineiro, para 2.500.

– No NBB, estamos com média de 1.800 torcedores nos jogos. Mas, nos playoffs do Paulista, tivemos até 8.000 presentes – afirmou o supervisor do time.

Para o armador Helinho, o Franca tem mais chances de arrecadar os valores necessários para a manutenção do elenco do que qualquer outro time. No vôlei, por exemplo, o RJ Vôlei, que disputava a Superliga Masculina, foi desligado este ano pelo mesmo motivo, após a saída da OGX, de Eike Batista.

– A diferença para o vôlei é que lá dependiam de uma empresa. Não havia o envolvimento da cidade em relação ao time – disse o jogador.

E MAIS

Franca busca a quinta vitória

Se a luta fora das quadras é árdua para que o basquete de Franca se mantenha, dentro dela os atletas só pensam em dar sequência ao bom momento no NBB. Nesta terça-feira, os comandados de Lula Ferreira recebem a Liga Sorocabana, às 20h (de Brasília), no Ginásio Pedrocão, em confronto da quinta rodada.

O adversário ocupa a sexta colocação, com duas vitórias e duas derrotas. O Franca está em quarto, atrás de São José, Flamengo e Limeira.

BATE-BOLA

Edu Mineiro

Supervisor do Franca ao LANCE!Net

‘Seria um prejuízo imenso encerrar o time. Essa é uma luta que não para’

L!Net: Como explica a boa campanha mesmo com os atrasos salariais?

É um mérito dos jogadores e da comissão técnica. Todos eles sentem na pele os problemas, mas isso não está afetando a parte técnica. Só que chega um momento em que fica insustentável. Há uma programação financeira prevista em contrato.

L!Net: Acha que o time pode perder atletas se tudo não se resolver?

Não sabemos se a partir do sétimo jogo (limite para poder trocar de equipe) todos conseguiriam times. Quem quiser, fica. É uma luta que não para nunca. Seria um prejuízo imenso encerrar as atividades agora. Nós estamos correndo atrás todos os dias.

L!Net: A paixão da torcida influencia?

Apostamos nela. A bandeira da cidade tem uma bola de basquete. Não existe nenhum outro lugar no mundo onde isso aconteça. Aqui, o esporte leva o nome de Franca para todos os cantos.

Fonte: Lancepress! Lancepress!
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