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Janeth lamenta atual cenário do basquete feminino e quer gestão mais convincente

Medalhista de prata nas Olimpíadas de Atlanta e de bronze em Sydney, Janeth Arcain lamentou o atual cenário do basquete feminino no Brasil. Principal sucessora de Hortência e Magic Paula, a ex-jogadora vê uma carência de talentos para levar o país de volta ao mais alto nível do esporte e acredita que a modalidade só […]

30 mar 2016 - 08h03
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Janeth criticou a atual gestão do basquete feminino no Brasil

Medalhista de prata nas Olimpíadas de Atlanta e de bronze em Sydney, Janeth Arcain lamentou o atual cenário do basquete feminino no Brasil. Principal sucessora de Hortência e Magic Paula, a ex-jogadora vê uma carência de talentos para levar o país de volta ao mais alto nível do esporte e acredita que a modalidade só voltará aos trilhos com uma gestão mais profissional, algo que, segundo ela, não é visto atualmente. Nos últimos anos a Seleção não somou bons resultados e as marcas mais recentes foram um nono lugar nas Olimpíadas de Londres, em 2012, a terceira colocação na Copa América de 2013, além da eliminação para a França nas oitavas de final do último Mundial, em 2014, na Turquia.

“Eu acredito que tudo isso vem acontecendo pela lacuna que tivemos entre gerações. Acho que a minha geração foi a última a conquistar um título, o Pan-Americano em 2007, então infelizmente não conseguimos fazer com que novos ídolos aparecessem e se transformassem em espelhos para que novos jovens pratiquem o basquete feminino. A falta de gestão e investimento em categoria de base também é outro fator importante. Acho que não temos uma gestão convincente na nossa Confederação, então tudo isso não gera credibilidade e assim não temos apoio, patrocínio e visibilidade. O problema é desde lá de baixo até a nossa gestão”, criticou.

Janeth também comentou sobre a pequena quantidade de clubes que participam da Liga de Basquete Feminino atualmente. Segundo ela, a falta de talentos faz com que menos equipes acabem investindo no basquete feminino e, consequentemente, menos material humano para a Seleção Brasileira, fato categorizado por ela mesmo como uma “bola de neve”.

“O que precisa é ter mais praticantes e tendo mais praticantes teremos mais clubes, atletas, mais equipes foras de São Paulo, e precisamos desse incentivo. Mas mesmo com pouco a gente pode ter qualidade, o que não podemos é perder isso. Se perdemos a qualidade nosso basquete não conseguirá estar brigando sempre entre as melhores seleções”, completou.

Diante da escassez de talentos e a falta de estrutura para revelar novas jogadoras, Damiris Dantas é uma das poucas exceções em meio à crise da modalidade. A atual pivô do Minesota Lynx, time da WNBA, conheceu o basquete através do instituto de Janeth e aos 23 anos irá representar o Brasil nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. No entanto, quem pensa que a responsável pelo projeto se sente pressionada para ajudar o Brasil a encontrar uma nova safra está muito enganado e a própria Janeth garante que o principal objetivo não é esse.

“Eu não levo essa responsabilidade, porque o intuito desse instituto quando foi fundado há 14 anos era dar oportunidade para os jovens a ingressarem no meio esportivo com o basquete sendo a ferramenta para isso. O meu objetivo não é revelar novos atletas, mas fazer com que o jovem tenha um desenvolvimento motor e que ele leve os valores do esporte dentro da nossa metodologia, que é saber perder, saber ganhar, fazer amigos e saber que a derrota faz parte do jogo. Mas é claro que quando há um atleta que se destaca a gente acaba levando para um clube para que ele possa continuar seu desenvolvimento”, finalizou.

*Especial para a Gazeta Esportiva

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