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Deus pode reservar "surpresa" com papa não europeu, diz secretário-geral da CNBB

13 fev 2013 - 18h10
(atualizado às 18h29)
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Deus pode estar preparando uma surpresa ao fazer de um não europeu o novo papa, afirmou nesta quarta-feira o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, que ressaltou que o novo pontífice, qualquer que seja a nacionalidade, precisa estar preparado para "questões novas", que vão "do meio ambiente à sexualidade".

Apesar de afirmar que não falava em nome da CNBB, ele disse que foi uma surpresa, à época, a escolha de João Paulo 2o, que era polonês, num momento em que o mundo ainda vivia a Guerra Fria entre comunismo e capitalismo.

"Os cardeais são autônomos e, como houve chance de um papa polonês, a chance existe (de ser brasileiro)... Agora não sei por onde andarão as votações e também por onde o espírito vai soprar", disse ele, referindo-se à sucessão de Bento 16, que renunciou ao papado na segunda-feira.

O secretário-geral da CNBB, que também é bispo auxiliar de Brasília, não é cardeal e não fará parte do conclave que escolherá o sucessor de Bento 16.

No entanto, cinco brasileiros terão direito a voto no conclave e também podem ser escolhidos para comandar a Igreja Católica. Entre eles estão o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, que terá 78 anos quando começar o processo de escolha do novo papa, marcado para a segunda metade de março e o atual presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno, que completa 76 anos em 15 de fevereiro e é também é arcebispo de Aparecida.

Os outros três brasileiros no conclave serão o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, 65; o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, 63; e o arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80 anos em outubro.

O secretário-geral da CNBB participou nesta quarta do lançamento da Campanha da Fraternidade de 2013, que tem como tema a juventude. Também esteve presente o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, que representou a presidente Dilma Rousseff.

Perguntado sobre o desejo de ver um brasileiro como papa, Carvalho, que foi seminarista e é ligado a setores da Igreja Católica que ajudaram na fundação do PT, afirmou que seria uma honra.

"Aí eu falo mais como cidadão cristão e católico do que como membro do governo... Mas é evidente que seria uma grande honra para qualquer país ter um papa da sua nacionalidade".

É esperada a presença no novo papa, cujo processo de escolha deve começar em março, na Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio de Janeiro, evento para o qual estava confirmada a presença de Bento 16.

(Reportagem de Ana Flor)

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