Brasileiro encanta nas quadras italianas e diz: "quero a Seleção"
4 dez2010 - 11h41
(atualizado às 18h53)
Compartilhar
Marcel Pedroza
Muitos jovens brasileiros rumam à Europa precocemente com o sonho de se tornar um jogador de futebol profissional e ganhar muito dinheiro. Porém, este não é o caso de Dimitri Sousa, 16 anos, jovem jogador de basquete e que atua pelo Teramo Basket, da Itália.
O garoto que encantava a todos nas quadras brasileiras atuando pelo Círculo Militar (SP) partiu para a Itália há dois anos para tentar se tornar um dos maiores jogadores de basquete do Brasil. E para isso, Dimi (como é conhecido no basquete brasileiro) não poupa esforços e afirma que treinamento é o que não falta.
"Vou para o ginásio às 16h para treinar com o time Sub-17 e na sequência continuo os trabalhos com a equipe Sub-19. Alguns dias ainda trabalho com o time adulto e chego a ficar na quadra até as 22h", afirmou o garoto, que ainda apontou as diferenças do basquete europeu para o brasileiro.
"É outro tipo de basquete. O brasileiro tem mais físico, mais habilidade e ginga. Mas aqui na Europa é diferente, eles (técnicos) exigem que a gente pense muito mais. Aprendi muito mais sobre o jogo aqui e amadureci demais o meu jogo. Isso é o que mais falta para o basquete brasileiro", completou.
Todo este esforço é compensado com as boas atuações que Dimitri vem conseguindo no basquetebol italiano. Apelidado de Bambino D'Ouro (Menino de Ouro) dentro de sua equipe, o jovem talento brasileiro vem impressionando a todos e em alguns meses já deve estar atuando com a equipe profissional do Teramo Basket.
"Eu jogo no time Sub-17 e no Sub-19, que além de disputar o campeonato da categoria, joga numa divisão menor do basquete profissional, o C2 (quinta divisão). Com o time principal, eu só treino por conta do passaporte, que ainda não é o italiano. Mas em breve eu devo receber meu passaporte italiano para poder jogar no time principal, com a dupla cidadania", disse o animado garoto.
O destaque do jovem jogador no cenário internacional já chama a atenção dos dirigentes da CBB (Confederação Brasileira de Basquete). O pai de Dimi recebe alguns contatos frequentes da entidade para saber de sua situação, mas a estreia na Seleção verde-amarela ainda não ocorreu por questões contratuais.
"Alguns diretores ligam para o meu pai para saber como eu estou, se dá para me convocar. Já tive que recusar algumas convocações por conta do meu contrato, pois meu time achou melhor eu ficar treinando aqui (na Itália) para a sequência das competições. Acho que este ano conseguirei fazer minha estreia na Seleção no Sul-Americano Sub-16", explicou o jovem de 1,96 m.
Como vem de uma família com ascendência grega, o nome de Dimitri já foi especulado para defender a seleção do país helênico. Porém ele descarta qualquer tipo de naturalização e diz que seu sonho é realmente defender a Seleção Brasileira.
"A Grécia já fez alguns contatos por conta da minha descendência, mas eu não quis nem saber. O que eu quero mesmo é defender a Seleção Brasileira, jogar uma Olimpíada pelo meu País. Por isso, estarei sempre pronto e preparado para defender a Seleção Brasileira, pois tenho muito orgulho de ser brasileiro", completou a jovem promessa.
O esporte é marcado por atletas que "viraram a casaca", trocando uma equipe por sua rival. O zagueiro Sol Campbell jogou por quase uma década no Tottenham, mas trocou a equipe londrina pelo rival Arsenal. Em seu novo time, venceu o Campeonato Inglês duas vezes e chegou à final da Liga dos Campeões
Foto: Getty Images
Formado no Internacional e ídolo no Beira-Rio, Batista trocou a equipe pelo arquirrival Grêmio em 1981
Foto: Gazeta Press
Revelado no Vitória, Bebeto foi um dos principais jogadores do Flamengo no final da década de 1980; transferiu-se ao Vasco em 1989, time em que foi campeão Brasileiro no mesmo ano
Foto: Gazeta Press
O quarterback Brett Favre era ídolo no Green Bay Packers, mas assinou com o rival Minnesota Vikings em 2009
Foto: Getty Images
O atacante Cléo, ex-Atlético-PR, destacou-se na Sérvia atuando pelo Estrela Vermelha de Belgrado; em 2009, acertou sua transferência ao rival Partizan, o que provocou ira e ameaças da torcida adversária
Foto: Getty Images
O holandês Johan Cruyff foi revelado no Ajax, clube em que jogou entre 1964 e 1973 e entre 1981 e 1983; já em fim de carreira, atuou no Feyenoord
Foto: Getty Images
Dagoberto sofreu com sérias lesões em sua passagem pelo Atlético-PR e, em 2007, acertou sua transferência ao São Paulo; o clube paulista ainda teve que pagar uma pesada multa para ficar com o atacante
Foto: AFP
Edmundo foi um dos principais ídolos do Palmeiras durante a década de 1990, mas para a frustração da torcida alviverde, atuou pelo Corinthians em 1996
Foto: Gazeta Press
No final da década de 1990, Luís Figo comandou o Barcelona no bicampeonato espanhol entre 1997/98 e 1998/99; quando Florentino Pérez assumiu o Real Madrid, teve como promessa de campanha contratar o português, o que cumpriu em 2000, enfurecendo a torcida catalã
Foto: Getty Images
Johnny Damon era center fielder do Boston Red Sox entre 2002 e 2005, e trocou a equipe pelo New York Yankees
Foto: Getty Images
LeBron James iniciou sua carreira no Cleveland Cavaliers, franquia de Ohio, seu estado natal; após sete anos na equipe, acertou polêmica ida ao Miami Heat, deixando os Cavs sem conquistar o título da NBA
Foto: AP
Luis Enrique teve passagem vitoriosa pelo Real Madrid na década de 1990 e acertou ida ao Barcelona em 1996; atualmente é treinador da equipe B do time catalão
Foto: Getty Images
Ídolo no Celtic, Mo Johnston foi parar no arquirrival Glasgow Rangers
Foto: Getty Images
Ricardinho foi um dos ícones do Corinthians bicampeão brasileiro ao fim dos anos 90; em 2002, acertou ida ao rival São Paulo, mas jamais mostrou o futebol do time alvinegro
Foto: Getty Images
Freddy Rincón foi o capitão do Corinthians campeão mundial em 2000; no mesmo ano, acertou transferência ao Santos
Foto: Getty Images
Roberto Baggio era o grande ídolo da Fiorentina na década de 80; para decepção da torcida da equipe florentina, acertou ida à Juventus em 1990
Foto: Getty Images
Revelado pelo Vasco, Romário acertou com o Flamengo em 1995 após passagem pelo futebol europeu
Foto: AFP
Ronaldo teve dois casos de "traição" no futebol europeu. O atacante se destacou no Barcelona, e anos depois jogou pelo rival Real Madrid; na virada do século, atuou pela Inter de Milão, e deu seu adeus ao Velho Continente com a camisa do Milan
Foto: Getty Images
Ronaldo conseguiu identificação com o Flamengo ao se assumir torcedor rubro-negro; ao fim de 2008, apesar de estar treinando na Gávea, acertou com o Corinthians
Foto: AFP
Revelado pelo Goiás, Túlio Maravilha admitiu ser torcedor do Vila Nova, time em que jogou por três oportunidades; em uma das idas, afirmou ser um "jogador melancia", por ser verde por fora e vermelho por dentro, justificando seu período pelo Goiás
Foto: Gazeta Press
Christian foi o grande nome do Internacional em 1996, quando marcou 23 jogos no Campeonato Brasileiro; em 2003, acertou ida ao Grêmio