Pane emocional frustra Magnano: "não merecem terminar assim"
Após a derrota do Brasil para a equipe da Sérvia nas quartas de final do Mundial de Basquete, o treinador da Seleção Brasileira, o argentino Rubén Magnano, admitiu que o time perdeu a concentração no terceiro quarto da partida e que faltou manter a parte emocionou do grupo. O técnico ainda afirmou que espera que o resultado final do Brasil na competição sirva como um incentivo para os jovens praticarem mais o esporte.
“Infelizmente hoje não conseguimos manter as coisas que vínhamos fazendo, principalmente psicologicamente. Vi que tínhamos caído em um buraco depois desses 16 pontos de diferença que foi muito difícil reverter. Ainda mais porque não estávamos conseguindo fazer cesta. Tiros de alta porcentagem (de acerto) não convertíamos, situações chave não convertíamos. Criamos um estado emocional e não conseguimos sair dele”, afirmou Magnano após o jogo desta quarta-feira.
O treinador ainda elogiou a equipe sérvia que, segundo ele, soube aproveitar o mau momento brasileiro: “temos que aceitar que a Sérvia fez mais que a gente. Seguraram com jogadores muito inteligentes, com o Teodosic jogando em um nível altíssimo. Eles aproveitaram muito bem o momento de quebra (de concentração) no segundo tempo e não deixaram escapar”.
Para ele, o placar final de 84 a 56 não refletiu o empenho dos jogadores brasileiros durante toda a fase de preparação nem foi um reflexo da diferença de força dos dois times. “Acho que não é esta diferença (entre as duas equipes), a diferença que está no placar. Eu achava que seria um jogo muito mais próximo. O que eu falei pra eles é que eles não mereciam terminar o Mundial, e não estou falando de ganhar ou perder, eles não mereciam terminar o Mundial do jeito que acabou, perdendo de 30 pontos. Eles trabalharam duro para ser competitivos.”, lamentou.
Com a eliminação, o próximo grande torneio na agenda brasileira será a Olimpíada de 2016, sediada no Rio de Janeiro. Apesar da importância dos próximos Jogos Olímpicos, Magnano preferiu não comentar sobre se manterá a mesma base deste Mundial. Na competição sediada na Espanha, o Brasil tem o grupo de jogadores mais velho, com média de mais 31 anos de idade.
“Não consigo adivinhar o que vai acontecer com esses caras dentro de um ano. Eu posso falar de hoje”, disse o treinador, que ainda espera poder contar com mais jogadores de alto-nível para as futuras competições: “Tomara que eu tenha uma plataforma de 50 jogadores para escolher como treinador. Não falo só da seleção adulta, mas de todas as seleções”.
O Brasil deve terminar o Mundial na quinta colocação. A posição final dependerá do resultado da partida entre Espanha e França. Caso a equipe anfitriã perca da França, a Seleção Brasileira ficará com a sexta posição no torneio.
Brasileiros lamentam derrota. Foto: Javier Soriano/AFP
