"Mamães" integram filhos à Seleção com videogame e bola
- Henrique Moretti
- Direto de Foz do Iguaçu*
Na última sexta-feira, logo após a vitória por 99 a 60 sobre Cuba em amistoso em Foz do Iguaçu, duas crianças brincavam com a bola de basquete em plena quadra do Ginásio Costa Cavalcanti enquanto suas mães faziam alongamento. Eram Aaliyah, 6 anos, e Luis Fernando, 6, respectivos filhos da armadora Adrianinha e da pivô Silvinha, jogadoras da Seleção Brasileira de Basquete.
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A imagem se explicava pela autorização da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), que permitiu às atletas levar os filhos para o hotel onde a equipe se concentrou na cidade paranaense para dois amistosos contra Cuba, ambos preparatórios para a Olimpíada de Londres - o segundo foi disputado neste domingo e terminou com vitória por 91 a 61.
"A Hortência também é mãe né, então ela sempre dá uma aliviada para nós, principalmente no mês de julho, em que eles estão de férias", diz Silvinha, citando a ex-jogadora e atual diretora de Seleções femininas da CBB. "Foram quase 3 meses (de treinamento) né? É muito difícil ficar longe, então achei legal por a CBB autorizar isso, porque mulher é mãe também", completa Adrianinha.
Entrosadas, as duas crianças praticamente já fazem parte do time. Elas ficam jogando videogame "até altas horas" com Clarissa, Damiris e Iziane, segundo a mãe de Luis Fernando. "A gente evita trazê-los no treino, porque senão as meninas também gostam muito de ficar brincando e tal", conta a pivô, lembrando que as "mamães" tiveram de levar a Foz "uma pessoa para cuidar" dos filhos.
Filha do jogador americano A.J. Guyton, Aaliyah nasceu nos Estados Unidos, onde a mãe defendeu o Phoenix Mercury, e já viveu com Adrianinha "na Itália, na Croácia, na Rússia, na França", países onde a atleta, atualmente no Sport Recife, já atuou.
Luis Fernando, por sua vez, tem uma história inusitada, visto que Silvinha passou praticamente toda a gestação inteira, em 2005, jogando basquete e sem saber que estava grávida: descobriu isso em uma terça-feira e deu à luz na sexta seguinte. "Foi um susto bom", recorda a atleta do Ourinhos, 30 anos, enquanto vê hoje as duas crianças acompanharem a Seleção e de vez em quando baterem bola.
"Até dá uma alegria a mais na concentração, tira aquele clima de tensão quando as crianças estão aí. Eles estão sempre acompanhando e os dois já falaram que vão jogar basquete. Não tem jeito, né?", afirma a pivô, que no domingo não fez alongamentos ao lado do filho em quadra.
* O repórter viajou a convite da Confederação Brasileira de Basketball (CBB)
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